ipubComentários desativados em GOVERNO NEGOCIANDO!? RECONHECERAM NOSSO PODER! 914
(Mas apostam na nossa humilhação: EBSERH…OSs…VivaUFRJ…etc.)
Márcio Amaral, vice diretor-IPUB
…………………………..
“Depois que os deboches, ofensas e ataques diretos falharam, ele mudou de tática. É um reconhecimento de nossa força, coisa de que muitos ainda não se deram conta. Que continuam sendo inimigos da autonomia das UNIVERSIDADES atesta-o a portaria transferindo a nomeação de pró-reitores para a casa civil. Há que recorrer ao STF já. Somos um trincheira na defesa de direitos! A mais consistente até agora.”
O governo tem “passado com um trator” por sobre qualquer convenção, princípios éticos, regras e até mesmo leis em praticamente todas as áreas. Desfere “BOFETADAS” diárias nos valores de todo o país e na sua história, mas principalmente nos que o elegeram e agora não encontram mais argumentos para defender seus absurdos. POR QUE, ENTÃO, RESOLVEU NEGOCIAR COM AS UNIVERSIDADES? Por que exatamente onde não tem qualquer apoio e logo depois de uma sessão de deboches que seriam inaceitáveis em uma democracia menos disfuncional? Foi a primeira demonstração de FRAQUEZA do governo em relação a um movimento social, e se deu:
1- porque temos garantias constitucionais sobre as quais só poderiam passar com tropas, jipes e prisões;
2- porque fomos às ruas nos maiores movimentos populares de oposição;
3- porque o STF* (contrariamente ao que tem feito em quase todas as áreas) fez uma defesa clara da nossa AUTONOMIA, desde a campanha eleitoral quando condenou a invasão da F. de Direito da UFF.
SIM: existe uma fronteira inexpugnável nessa batalha por manter direitos, e ela parece ser a UNIVERSIDADE PÚBLICA.
…………………………..
CRIAR NOVAS FONTES DE FINANCIAMENTO OU DESOBRIGAR GOVERNOS?
………………
E é exatamente por conta dessa força (reconhecida pela sociedade em geral) que não podemos nos deixar manipular. Só a partir da nossa vacilação e desmoralização interna poderão eles avançar sobre nossos direitos. A referência a uma eventual adesão da UFRJ à EBSERH e a informação de que a administração do tal projeto seria entregue a uma OS (e ainda frases como “criação de um bom ambiente de negócios”) deveriam ser suficientes para que não mordêssemos a isca lançada por Brasília. Já fui dos que condenavam qualquer aproximação com o capital privado, mas me curvei aos fatos. Hoje, a imensa maioria dos profs (especialmente os mais proeminentes) a defendem e ela parece inevitável. Mantenho-me na minha posição pessoal: longe desses contatos e louvando trabalhar em área que não interessa ao grande capital. Mas não brigo mais contra esses fatos. Por isso, penso que os mais afeitos a essa aproximação deveriam apresentar, eles mesmos, um projeto do gênero, mas que garantisse o compromisso governamental de financiamento e a nossa AUTONOMIA.
……………………………
A BOA, MAS INSUFICIENTE RESISTÊNCIA DOS REITORES
Segundo matéria jornalística, os Reitores teriam exigido, antes de tudo, que as verbas contingenciadas fossem liberadas. Como início de conversa e CONDIÇÃO para abertura do diálogo, é uma boa atitude. Quem pode negociar “com a faca no pescoço”? Mas é muito pouco. Primeiro, aquelas verbas estariam longe do mínimo necessário para a continuidade dos nossos serviços básicos. Depois, a intenção é óbvia: desobrigar progressivamente o governo de cumprir a CONSTITUIÇÃO. O risco maior é sempre a nossa DESMORALIZAÇÃO: perdida nossa noção dos DIREITOS e tendo nos quebrado a “coluna moral”, qualquer coisa poderiam impôr. Foi o processo aplicado pelos defensores da EBSERH durante os governos do PT: desmoralizar nossos gestores a ponto de que aceitassem algo que os DESQUALIFICAVA como incapazes para gerir. Acreditem: foi o que aconteceu. Somente a UFRJ conseguiu se reafirmar plenamente no processo.
……………………………….
BALÕES DE ENSAIO…CHANTAGENS…ATIRAR UNS CONTRA OS OUTROS…
Tendo constatado o fracasso das ofensas e das ofensivas diretas contra várias das nossas UNIVERSIDADES, mas também em função da condenação generalizada ao contingenciamento das suas verbas, o M. DA EDUCAÇÃO (logo ele…o que cantava na chuva) “tirou o cavalinho da chuva”: mudou de tática e resolveu ensaiar algumas matreirices um tanto canhestras:
1- soltou “balões de ensaio” para ver a reação (como quem “toma o pulso” para saber quem é adesista; “maleável” ou resistente) especialmente dos Reitores, falando em privatização direta, mesmo sabendo que isso não pode acontecer sem uma mudança CONSTITUCIONAL. Houve o alvoroço esperado e muitos se assustaram. A preocupação é legítima. Afinal, estamos diante de um governo irresponsável e de uma justiça pusilânime. Mas penso ser hora de agir com mais dignidade e isso só ocorre quando temos consciência clara das nossas forças e DIREITOS, especialmente se confiamos nos que estão à nossa volta. Criado o alvoroço, o ministro fez uma convocação dos Reitores que até parecia civilizada, mas isso deve ser mais um motivo para desconfiança. Ou alguém acredita que o debochado sofreu alguma “metamorfose moral” súbita? Que fique bem claro: ELE NÃO MUDOU, apenas reconheceu NOSSA FORÇA provavelmente mais do que nós mesmos. Mas a capacidade de criar problemas, aplicar um estrangulamento lento e culpar as vítimas por cortes de luz; falta de pagamento de empresas contratadas, etc., isso eles continuam tendo.
………………………
2– apresentou “programa” com um nome muito sugestivo: “FUTURE-SE”, implicando diversos tipos de interação com investimentos privados. Mas a verdade é que basta retirar algumas letras dali para que sua intenção fique bem clara: “F………..-SE!” (com exclamação bem sonora). Não vou discuti-lo, nem fazer sua comparação com os programas de outros países que o teriam inspirado. Há pessoas bem mais capazes para isso e elas já demonstraram o quanto essa gente do governo não sabe sequer imitar. São mesmo uma espécie de “REI MIDAS ao contrário”: tudo em que tocam vira porcaria.
3- aplicou a velha e batida matreirice de tentar jogar uns contra os outros a partir de falsa informações. Dizer que “20 unidades e institutos já se comprometeram ‘de boca’ a aderir ao programa”,deixando de lado a linguagem chula e irresponsável, debochou da inteligência dos nossos Reitores. Frases do tipo—sem dizer os nomes das tais possíveis unidades e institutos—servem para atirar a desconfiança entre todos os interessados. Em ambientes menos diferenciados, semeiam o medo de “ficar para trás”, mas com Reitores isso não deve funcionar. Trata-se, agora, de tentar conduzir o processo, sabendo que podemos ser devorados (no sentido de perda de valores) a qualquer momento. E é bom lembrar, nessa relação com o capital privado, que “quem montar no dorso do tigre provavelmente vai acabar na sua barriga”.
……………………………
*Há nisso algo de classe também. Todos cursaram universidades e não querem passar para a história como cúmplices da sua destruição plena…no sentido de seu espírito original, é claro.
Gostou desse conteúdo?Deseja compartilhar? Envie para um amigo!
Email sent!
Visão geral de privacidade
Este site usa cookies para que possamos oferecer a melhor experiência de usuário possível. As informações dos cookies são armazenadas em seu navegador e executam funções como reconhecê-lo quando você retorna ao nosso site e ajudar nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.
Cookies estritamente necessários
O cookie estritamente necessário deve estar sempre ativado para que possamos salvar suas preferências de configuração de cookies.
Se você desabilitar este cookie, não poderemos salvar suas preferências. Isso significa que toda vez que você visitar este site, precisará habilitar ou desabilitar os cookies novamente.