Arte e Cultura

MALAFAIA AMEAÇANDO ABANDONAR O RIO?!!

(Teria mesmo fortes razões para fazê-lo…caso seu candidato perca)

Márcio Amaral, vice diretor IPUB

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mala-malafaia

Foi uma ameaça que deixou muita gente animada por aqui. Apesar de parecer um mero desabafo inconsequente, não o foi. Certamente ele não abandonará o Rio…dessa vez, pelo menos . É um homem de frase de efeito e com crise de identidade: até ameaçou mudar de nome se contrariado em outra eleição!!! Mas dessa vez, Malafaia verbalizou uma intuição profunda para a uma outra verdade: se o “outro candidato” vencer, o Rio estaria DEFINITIVAMENTE perdido para o “pastor raivoso”. Da intuição súbita ao convencimento racional, entretanto, medeia um tempo enorme. Malafaia ainda há de destilar seus ódios sobre nós por muito tempo. Quem sabe não vai se mudar para Curitiba? (pedindo mil perdões aos curitibanos, mas é irresistível). Mas o mais grave, na situação e para os falsos moralistas, é que o “outro candidato” sequer mudou o seu discurso para vencer a eleição (na situação hipotética, é claro) e nem escondeu todos os “desviados, pecadores e perversos” que o cercam. Afinal, somos todos, ou não, filhos de Deus? ELE TERIA VENCIDO junto com uma espécie de “INCRÍVEL EXÉRCITO DE BRANCALEONE”, o que seria imperdoável.

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Quando todos esperavam que o “outro candidato” mudaria seu discurso, voltando-o à adulação das “imensas maiorias”—como o PT que, a partir de um certo momento, perdeu referências em função de uma falsa governabilidade—eis que ele apostou no oposto: as “imensas maiorias” de nossa cidade teriam a GENEROSIDADE e a IDENTIFICAÇÃO para se aproximar daquelas palavras e atitudes. Sentiriam que, ao defenderem os mais frágeis, estavam defendendo o direito de ir e vir de seus próprios filhos, tão acuados nas suas comunidades, pela PM e/ou milícias. SIM! Se esse discurso se impuser, o “pastor raivoso” terá fortes razões para abandonar o Rio. Eu mesmo, que fiquei preocupado quando ouvi o discurso usado nas eleições PROPORCIONAIS sendo mantido para as MAJORITÁRIAS, agora até acho que tem sido bastante interessante como se impôs. Todos os cânones dos eleitorais dos “especialistas” estão sendo descumpridos. Talvez Brasil tenha mudado e os “especialistas” nem repararam. A passagem impressionante e imediata do seu discurso junto à JUVENTUDE “diz” que ele pode atingir às maiorias. Sua excelente divulgação nas redes sociais também credenciam seus defensores à esperança. E mesmo que perca, as PALAVRAS (e os sentimentos com que foram pronunciadas) ficarão. E isso não se perde.

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E o “partido nanico” que o sustenta? Era, até recentemente e do ponto de vista eleitoral, uma estrelinha de quinta categoria—não há vergonha nisso, afinal, o sol também o é— e eis que foi guindado à posição de única voz que se salvou na desmoralização generalizada dos demais partidos. O desempenho do seu candidato no Rio foi uma espécie de “CONFIRMA” para esse novo papel; como um desdobramento quase imediato da afirmação de seus deputados no Congresso. Querem um forte INDICADOR para isso? Ciro Gomes, o eterno “presidenciável”, narciso como ele só, atacou-o diretamente: “É muito pequeno para uma cidade como o Rio!”. Com isso, tornou o outro, subitamente, também um PRESIDENCIÁVEL. Assim, o “outro candidato” tem já uma tarefa para o caso de uma não vitória eleitoral imediata: candidatar-se à PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. Seria interessante.

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O FOGO “MUI AMIGO”!!  BABÁ BABOU GERAL
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Mas difícil mesmo, para o “outro candidato”, parece ser lidar com as muitas facções que compõem seu partido. Derrotados, passaram a agir como se fossem um outro partido dentro do partido. E que ataque irresponsável fizeram a Shimon Peres dias depois de sua morte! Todo o trabalho de conquista da confiança da comunidade iídiche (e que importância simbólica isso tem!) ficou gravemente ameaçado. Afinal, também ali, há muita gente precisando de uma desculpa para votar no sobrinho de Edir Macedo!! Assim a hora é de discutir os elementos fundamentais que levam à germinação e cultivo do ANTISSEMITISMO, demonstrando que, ao lado do “outro candidato”, essas condições simplesmente não existem. Por isso, antissemitismos chinfrins não teriam como por lá prosperar. Já do lado do sobrinho do EDIR… Assim, vamos dar a BABÁ a dimensão que o BABÁ tem.


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ELEMENTOS FUNDAMENTAIS PARA O ANTISSEMITISMO

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O antissemitismo tem 3 elementos principais, que se repetem através da história e estão em voga no Brasil: 1- FUNDAMENTALISMO RELIGIOSO; 2- PATRIOTISMO; 3- INVEJA*. O primeiro não precisa de discussão aqui. Já o mal que o PATRIOTISMO faz (não somente à comunidade iídiche) ainda não foi suficientemente caracterizado. Não é preciso falar do “Caso Dreyfüss” ou do “Deutchland Über Alles”, para convencer dos riscos. Mesmo entre nós, quantas vezes já ouvi gente dizendo “Os judeus não são brasileiros como nós”; “Que vão prá Israel”; “Prá eles, Israel é mais importante do que o Brasil …”. O problema não é um possível “não patriotismo” dos judeus. O PROBLEMA É O PATRIOTISMO por ele mesmo, especialmente aquele que se baseia em hinos, marchas, fardas e bandeiras, sempre EXCLUDENTE. Foi o que vimos retornando nas OLIMPÍADAS. A entrega de medalhas ficou até ridícula. Muitos estrangeiros deram risadinhas à socapa! Até em jogos locais de futebol estão cantando hinos! É com isso que a comunidade iídiche deve se preocupar. Meu país é minha cultura, minha língua, meu povo. Todos os que aqui vivem e amam nossa cultura são brasileiros como nós e enriquecem nossa CULTURA. Por isso aprecio tanto a sentença de Roquete Pinto, quando da criação das rádios: “Pela cultura do que vivem em nossa terra! Pelo progresso do Brasil”. Que diferença para o ORDEM E PROGRESSO! Progresso? Só se for INCLUDENTE e em função dos seres humanos e da sua CULTURA!

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*Todos conhecem sua proverbial capacidade de gerar e gerir recursos. Enriquecem e, com isso, fazem devedores. Assim, muitos desses acabam por fazer campanhas contra a vida de seus credores, sempre tocando nas mesmas teclas: PATRIOTISMO, RELIGIÃO e INVEJA. Pois eu, muito antes de cultivar minhas grandes amizades entre os judeus, já os admirava principalmente por não precisarem de fronteiras para afirmar sua cultura/religião/valores e pela coragem de permanecer em MINORIA.

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