Arte e Cultura

MORO: “INDO PRÁ RUA”, JUSTIÇA ROLA NA SARJETA!-I

(JUSTIÇA descendo ao mais baixo dos papéis: AGENTE PROVOCADOR)

Márcio Amaral

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MOussoliniPor mais que tentemos debochar de sua formalidade e das togas visando tornar juízes seres muito diferentes dos demais, a JUSTIÇA é sempre associada à solenidade e causa grande efeito sobre os cidadãos. Pois bem: foi isso o que MORO arrastou na lama no dia em que, descaradamente, usou-a como um INSTRUMENTO em função do cenário montado para uma “manifestação de rua”. Seus membros costumam defender sua aproximação com o homem da rua, numa espécie de ponte a inspirar elevação à gente simples, mas ninguém imaginou que essa “aproximação” poderia descambar para um REBAIXAMENTO dessa ordem. Em vez da JUSTIÇA inspirar elevação, desceu às práticas mais baixas; daquelas que são aplicadas nos meios onde o pudor já se perdeu completamente. MORO agiu como CHEFE DE TORCIDA ORGANIZADA.

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Mas tudo soou como uma cartada FINAL e extrema, de quem sente que: “É AGORA OU NUNCA; prendemos o LULA agora ou nunca mais!”. Apenas mau teatro sustentado pelas delações de um Delcídio qualquer. O que mais chamou minha atenção (em tudo o que cercou essa pessoa desprezível), entretanto, NÃO foram: 1-suas declarações autoincriminadoras; 2- sua prisão “raivosa” (pelo STF); 3- sua delação; 4- sua negação e reafirmação. O que chamou mais a atenção foi sua liberação e volta ao Congresso. Eis a manobra mais suja da história toda, pois parece ter sido tramada pelos comandantes da LAVA JATO! E isso não tem nada a ver com uma simples DELAÇÃO. Delcídio foi usado como um AGENTE PROVOCADOR, um “infiltrado” para obter “um pouco mais de dados e sondar reações”. Com isso, aquela que um dia foi JUSTIÇA, passou a ser uma mistura de MÁ POLÍCIA com PÉSSIMA PROCURADORIA. A sacrificada? A própria JUSTIÇA. Afinal, ela precisa respeitar um bom PRINCÍPIO: a JUSTIÇA só age quando e se for provocada, do contrário, perde sua ISENÇÃO. E sem isenção…não há JUSTIÇA.

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NOTA POSTERIOR: Querem uma demonstração dessa perda de ISENÇÃO? Vejam a NOTA emitida pelo próprio Moro:  “Lamenta-se que as diligências tenham levado a pontuais confrontos…COM AGRESSÃO A INOCENTES, exatamente o que se pretendia evitar”. Como assim? Então havia CULPADOS por antecipação? São TODOS ou não inocentes até provem o contrário. Não há como escapar da conclusão: Moro partia da presunção de culpa dos investigados. Nada trai mais essas pessoas pouco honestas do que a LINGUAGEM que empregam. Torna-se uma espécie de vício impregnando suas manifestações.

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E A “DELAÇÃO DELCÍDICA”…SUSTENTA-SE OU NÃO?
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Como tudo o que emana daquele ser amorfo, só podia resultar em uma massa amorfa. Mesmo assim, foi cantada em prosa e verso pelos “apresentadores globais”*. O problema das tais delações é exatamente sua fragilidade, na medida em que BASTA UMA DÚVIDA para que tudo desabe. Por isso, vou apontar apenas 2 de suas  INCONSISTÊNCIAS sérias: 1-dizer que Marco Valério (aquele mesmo) exigiu 220mi para não denunciar “alguma coisa” e que foram feitas tratativas entre empreiteiras para evitar sua delação. Além de matéria requentada, não convence a ninguém. Aliás, os investigadores (entre eles o “JUIZ”), simplesmente caíram na MEGALOMANIA do Delcídio. Vão se arrepender de não terem feito alguns cortes na tal delação; 2- dizer que o nome de Lula e de seu filho foram retirados da lista de cassações do “mensalão” na véspera, por injunções não muito bem assinaladas. Parece conversa de botequim (com todo o respeito…aos botequins). Mais MEGALOMANIA! Delcídio só queria mostrar como é importante e que estava sempre presente nos momentos principais. Quem sabe não vai dizer que ele mesmo foi quem salvou Lula? Bem…depois que Moro alegou ter recorrido à condução coercitiva para “proteger” LULA, até um estuprador pode dizer que estava protegendo a moça contra o frio e os riscos da noite escura.

(CONTINUA “TRIPLEX…SÍTIO…: O REIZINHO E SEU SÉQUITO”)

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*A GNEWS (4/3), acompanhando os acontecimentos, apresentou um Prof. de Direito (PUC) que envergonhou sua categoria: Marcello Figueiredo. Começara ele a explicar as razões alegadas por Lula para tentar não se submeter a uma investigação direta por Moro, pois estava sob investigação do MPSP. Foi quando CRISTIANE PELAJO (com medo de onde ele ia chegar e certamente atendendo a uma ORDEM dada no ouvido) o interrompeu: “Mas o que interessa não é a FORMA, mas o CONTEÚDO, não é mesmo professor? O mais importante é que tudo seja investigado, não é prof.?”. E não é que tal “professor de caracacá” (como se dizia antigamente) concordou!! Pois se é o respeito aos PROCEDIMENTOS PROTOCOLARES aquilo que diferencia um PROFISSIONAL de um curioso. A OAB deveria acionar o “coleguinha” para que explique sua desvalorização das “formalidades processuais”

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