Arte e Cultura

O HIGIENISTA PAES: AS VANS E ESSÊNCIA DE EUCALIPTO

(TIRANDO AS VANs DA Z. SUL E O “SOFÁ DA SALA”)

Márcio Amaral

Quando ouvi o prefeito, em entrevista logo depois da eleição, dizendo que queria “vender o Rio”, pensei “É apenas um gerente que quer transformar nossa cidade em um ‘RIO SA'”. Lembrando-me de que, em entrevista antes da eleição, dissera não ser homem de partido e que o seu partido era o “partido do RIO”, tive certeza: “Esse cara está ali apenas para intermediar negócios”. Vendo agora a sua submissão aos interesses das grandes corporações, e a sabujice de sua atitude para com eles, mudei de idéia: “Ele não passa de um maître que aqui está para atender aos caprichos daquele que lhe dão ordens”.

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Tudo isso ficou muito evidente nas suas condutas em relação aos horrores cometidos contra uma turista norte-americana em uma Van-pirata. Sua “conduta-capacho” atingiu um ápice. Cada ação de um homem público é carregada de significado. Não há como escapar disso: a proibição das vans em toda a orla soou para o povo como uma espécie de confirmação: ESTUPRO E VIOLÊNCIA!? SOMENTE PARA LÁ DO TÚNEL  E LONGE DOS TURISTAS! Como se não bastasse a negligência generalizada para com as denúncias de brasileiras (que tinham sofrido violência semelhante), agora um governante confirma o que todos desconfiavam: sua submissão aos desejos dos possíveis “frequeses”. O que PAES gostaria era de TRANSFORMAR A ORLA EM UMA ESPÉCIE DE BALNEÁRIO ONDE A GENTE DO POVO SÓ ENTRASSE PARA TRABALHAR (como, aliás, acontece na Tailândia e em outros lugares). Até sua intuição política parece ter entrado em colapso, pois se esqueceu de quem vota por aqui.

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Diz a  piada que um marido, muito revoltado por ter encontrado sua mulher com o amante no sofá da sala, mandou, incontinenti, remover o móvel dali . EDUARDO PAES ESTÁ MESMO “FAZENDO SALA” PARA AS GRANDES CORPORAÇÕES. Todos já sabemos quem tem o tal “COMPLEXO DE VIRA-LATAS” de N. Rodrigues falou. Não há como defender a expansão sem critérios das VANs. São controladas por milicianos e grande fator de abusos e desordem. Mas esse controle deve ser feito EM FUNÇÃO DOS INTERESSES DA POPULAÇÃO DO RIO E NÃO CONTRA ESSA MESMA POPULAÇÃO.

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EDUARDO PAES é, antes de tudo, um HIGIENISTA e os higienistas não gostam muito da gente simples do povo. (Um parêntesis: nem de escombros que “atrapalhem a imagem” a “vender”. Por isso promoveu sua remoção antes que os corpos soterrados esfriassem). Nada demonstra melhor o HIGIENISMO de Paes do que duas de suas ações recentes:

1) Aspergir essência de eucalipto na Lagoa: mortandade de peixes  acontece eventualmente em qualquer rio ou lagoa. Aspergir eucalipto (uma árvore exótica, diga-se de passagem) em um maguezal e na grama em volta, só EDUARDO PAES mesmo. Essa entraria no FEBEAPÁ se Stanislaw fosse vivo…….mas ninguém estranhou!

2) Suspender o uso de charretes em Paquetá.

Em vez de discutir com os moradores opções para preservar algo que já faz parte da cultura, lançou mão de acusações de maus tratos aos cavalos e de mau cheiro os cavalos para anunciar bondinhos elétricos, certamente pertencentes a “amigos”. São uns desavergonhados! Em um dia, o Globo denunciou os maus tratos; no dia seguinte o Prefeito anunciou os bondinhos elétricos. Antigamente eram mais discretos.

Como gostariam de “apartheids”! Mas o RIO adora “se misturar”.

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