(Por medo de Marina, depois do “VOO DE GALINHA” de “Aerécio sem Naves”)

Márcio Amaral

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“Quando se socorrem bancos, destinando recursos públicos imensos para isso, ninguém reclama! Mas quando digo que devemos destinar 10% do nosso orçamento bruto para a SAÚDE começa a grita!”, Marina Silva, em entrevista a Renata Loprete (GNews, 27/8), e depois de ouvir que “Todos os ‘economistas respeitados’ assinalam os riscos desse tipo de medida.”

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NOTA: há muitos cenários possíveis para a evolução da “conjuntura” (palavra que abrange tudo e não diz nada) brasileira. Não tenho “bola de cristal”, mas não resisti a expor como sinto que as coisas tendem a evoluir. Uma outra possibilidade, é que o crescimento de Marina seja avassalador, a ponto da GMídia preferir não se indispor com ela. Melhor tentar enquadrá-la, o que é bem difícil. A DIREITA está perdida, e a ESQUERDA não sabe o que fazer!

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Ah! Como é dinâmica e imprevisível a política brasileira! Sem querer fazer humor com a tragédia, a queda do avião levou consigo duas candidaturas. As manobras eleitorais da DIREITA são muito curiosas. A exemplo das águias, “chocam dois ovos” como garantia e vão levando os filhotes, até se definir qual dos dois é o mais forte. DECIDIDO: abandonam o o outro à própria sorte e…à morte. Foi o que planejaram entre Aécio e Eduardo. Avizinhava-se o momento da escolha quando veio a tragédia. Em vez do outro ser, com isso, beneficiado, lá se foi todo o esquema. Tudo foi revirado de “perna pro ar”. Eduardo Campos era confiável ao grande capital. Já dera inúmeras demonstrações disso em Pernambuco. Atraíra Marina para dar um “colorido verde”—quem sabe até avermelhado ou “rosinha”—à sua candidatura. E quem sabe virá o antes impensável? O CAPITAL não confia em Marina e está preocupadíssimo sem saber o que fazer. Basta observar o Editorial de “OGLOBO” (23/8) para que isso fique óbvio: “Marina Silva precisa obedecer às cartas de navegação da política brasileira e dar uma guinada para o centro. A que Lula EXECUTOU em 2002 ao lançar a “Carta ao Povo Brasileiro”. E FH ao se aliar ao PFL…”. Bem…deixemos a pontuação do EDITORIAL de lado*. A tal carta de LULA não foi bem para o POVO, mas uma “CARTA AO CAPITAL” (“produtivo” e financeiro). Além disso, representou (nos dois casos) um sacrifício de ideais em praça pública. O verbo EXECUTAR, aliás, foi muito bem aplicado no editorial. Até agora, Marina ignorou o “pedido quase ordem”. Que petulância, dizer que ela precisa obedecer! “Cartas náuticas”? Só se forem para os “Iates Clubes”! “Centro”? Melhores os espíritas! Quanta bobagem…minha também, confesso!

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Bem…O mais curioso em todo esse “imbroglio”, é que o CAPITAL poderá refluir para apoiar DILMA! Quem diria?! “Pois é…Falaram tanto…!”. Falaram mal e muito mal da DILMA. Seria interessante ver suas manobras para melhorar a imagem dela, sem cair no ridículo. Continuando a canção de Athaulfo Alves: “….Que dessa vez a morena foi embora”. A Morena Marina parece que não vai embora mesmo…e nem se pintou (D. Caymi)….mas tirou a sobrancelha….huuuummm! O que mais temem é seu perfil de missionária! E é aí que “mora o perigo” para o CAPITAL que tem “coceiras” diante de “missionários” na política e detesta PRINCÍPIOS. Por fim, Marina muito menos há de “fazer o favor” de escrever uma carta naqueles termos! Pelo contrário, está dizendo que vai “…ajudar o PT a retornar às sua raízes!” (na mesma entrevista)! “Visto assim do alto…” (acima de interesses mesquinhos), até que vai ser engraçado apreciar o “CONTORCIONISMO GLOBAL”: como uma ostra à qual se pingasse limão. Em resumo: MARINA É IMPREVISÍVEL! E o CAPITAL detesta imprevisibilidade!

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Pobre CAPITAL! Na hora de beber água, em vez de apenas uma onça, apareceram duas! Como são também medrosos, deverão escolher a onça mais decadente e com poucas garras e dentes! DILMA, afinal, já foi “testada” e não os ameaça muito. Quem tem medo dos seus rugidos? Penso, aliás, que eles têm sido muito ingratos com a candidata do PT. Até que ela os adulou um bocado no percurso. O problema foi que eles vislumbraram uma razoável possibilidade de vitória com o candidato dos seus sonhos e de conduzir diretamente o país. Sonho estrelado junto com o avião! Havia muitos aviões e aeroportos no “voo de galinha” de Aécio. Agora, a GMíd deverá tentar derrubar Marina. E por quê? Por que ela sempre pontua seu discurso com: “…COMO SOU MOVIDA POR PRINCÍPIOS E VALORES…!”. Já com relação aos “economistas respeitados” citados lá em cima, lembro-me de sentença de G. Pompidou: “Há 3 maneiras de perder dinheiro. A mais prazerosa é com mulheres; a mais rápida, com o jogo; mas a mais garantida é contratando um economista“. Que me desculpem os economistas ligados ao interesse público (acima da contabilidade e das fórmulas), mas eles não têm se apresentado com muito afinco na luta por esses interesses.

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E AS JORNADAS DE JUNHO ENCONTRARAM UM ESCOADOURO

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Eu não diria que Marina é a “herdeira” daquelas jornadas. Afinal, nem sequer me lembro muito de que tenha feito pronunciamentos a respeito. A verdade, porém, é que os mais envolvidos com as manifestações—ou seja, quase todo o povo brasileiro—estavam se sentindo completamente órfãos nessas eleições. O velho Brasil—aliás, o que temos de pior e promovido pelas nossas “elites”*—estava parecendo intocado em sua expressão formal eleitoral e suja. Se há alguém que pode aproximar a maioria das tendências que vieram às ruas em junho—como uma espécie de MÍNIMO MÚLTIPLO COMUM—é Marina Silva. Por isso, a frase de Aécio, tentando acalmar seus seguidores: “As ondas vem e vão!”—como um comandante de um navio de casco furado, com água pelas canelas— semelha uma enorme alienação, pois quanta destruição elas causam em seu caminho! Melhor do que falar em ONDA, prefiro suspeitar que o fenômeno Marina se tornará uma “MARÉ MONTANTE”. Quando isso acontece…os adversários que se cuidem. De minha parte, digo que aquelas suas declarações tão claras, sobre a destinação de recursos para a SAÚDE e a reafirmação de PRINCÍPIOS e VALORES, atingiram-me profundamente. Daí a votar, vai uma grande diferença.

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E O AVIÃO?! QUANTAS DÚVIDAS! POBRES PILOTOS!

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Deixemos os aspectos contábeis e acordos estranhos de seu uso para a polícia. Vou dizer algo que a imensa maioria não ousa sequer pensar e ninguém ousa dizer. Esse acidente deve se enquadrar na série de atitudes que misturam, “pouca cautela” dos políticos, com submissão e pusilanimidade dos pilotos. Coleciono algumas: 1- Roberto Silveira: governador do Rio de Janeiro (muito amado pela gente simples do povo) na década de 1960 que deu uma ordem de levantar voo ao piloto de um helicóptero em situação de alto risco e foi levado à morte por vento e fogo; 2-Ulysses Guimarães: a mesma conduta e que desapareceu no mar; 3- Presidente da Polônia (e todo seu governo): que, a exemplo de outras vezes, deu a ordem de pousar sob qualquer tempo e morreram todos. No caso mais recente, cito apenas as palavras do M. da Aeronáutica, o nosso “samurai muito discreto” (Juniti Saito-Fl SP 16/8. E parabéns pelos caças suecos!). Diante das hipóteses levantadas, respondeu: 1- DRONE? Com aquele tempo? Só se quisessem perdê-lo; 2- CHOQUE COM AVE? Temos um ditado: “Com aquele tempo, nem urubu levanta voo”!

Quem for capaz de juntar dados, faça-o. A situação dos pilotos de avião é semelhante à dos médicos de políticos. A diferença é que morrem juntos com seus “pacientes”. Aqueles que se submeteram às suas ordens levaram os pacientes para a morte: Petrônio Portella e Tancredo. Os que não abdicaram do poder que a condição exige os salvaram: Lula, Dilma, Lugo e outros. Quem achou que doença se “derrota” com discurso, está debaixo da terra.

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PROPOSTA: Que todos os pilotos de políticos façam um acordo com seus familiares (deles mesmos e dos políticos, aqueles que verdadeiramente os amam para além de interesses) para garantir a segurança de todos, até dos que estão no solo. Afinal, é tão comum um perfil um tanto exaltado, voluntarista e sem crítica entre os políticos! Que “conduzam” o Brasil, mas aviões não! E que seus familiares apoiem os limites dados pelos pilotos.

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*Dessa gente que vive falando mal do povo—debocharam até de um “seje” que um candidato teria dito—, espera-se pelo menos algum esmero na linguagem. Merval (aquele mesmo) começa um parágrafo de sua coluna de críticas a Marina (29/8) com a seguinte sentença: “Nem mesmo dizer que não fora informada de nada.”. Assim mesmo, e com ponto final. No parágrafo anterior, falara do avião. Não sabe que os parágrafos precisam ter uma certa autonomia, permitindo ao leitor sua leitura independente, até para julgar se vale a pena ler o resto? Pobre ABL! “Bandeira, G. Rosa, Cristo, olhai prá isto”. Conta-se de Tenório Cavalcanti teria iniciado um discurso assim: “INCLUSIVE….”.

**Todo povo tem a sua ELITE e as únicas que interessam são a cultural e a científica. No nosso caso, estamos bem servidos: Cartola, A. Alves, Jamelão, Didi, N. Santos e tantos outros mais ou menos conhecidos e anônimos. À ELITE que se orgulha do seu povo e se reconhece como dele herdeira, há que louvar. Já a endinheirada, aquela que fala mal dos brasileiros, como se eles mesmos fossem “filhos de chocadeira”…há de sumir na poeira.