(E a “Locomotiva” terminou por desumanizar e atropelar a quase todos!)
Márcio Amaral
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“…Brasil…/Como será o Brasil…./E como será São Paulo?…” (“Variações sobre o nome de Mário de Andrade”, poema de Manuel Bandeira)
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Quando aqui chegaram, os europeus não tinham ideia do que se tratavam essas terras. Julgaram-na apenas mais uma ilha. Todos, mas eu diria TODOS MESMO (ou pelo menos aqueles que deixaram relatos sobre suas “impressões brasileiras”), foram unânimes em louvar sua beleza, a pureza de suas águas (rios e mares), o esplendor de seu arvoredo e o frescor de seus ares. Depois do pomposo nome a ela atribuído pelos portugueses: “Terra de Santa Cruz”, começaram a complementar sua nomeação (em documentos oficiais) assim: “…que vulgarmente chamamos Brasil” (Sílvio Castro: “História da Literatura Brasileira”; Publicações ALFA, Lisboa, 1999). Poderíamos dizer: “Humanamente chamada Brasil”. Começava ali o muito típico: “O nome não pegou!”. E eu diria: “…ainda bem!”. Foi uma primeira vitória da espontaneidade. Que assim seja por toda a nossa história e não nos venham querer transformar em “outra coisa”! BRASIL não era propriamente um espaço, mas um estado de espírito que contagiava a quem por aqui chegasse*. Em algum momento de sua história (nossa história), entretanto, São Paulo “resolveu” se transformar na negação de tudo isso: da pureza de nossas águas, do esplendor do nosso arvoredo e, principalmente, do frescor dos nossos ares. Os que comandam sua sociedade têm sido “muito bem” sucedidos. Certamente, esse contraste foi muito importante para o desenvolvimento do Brasil? Será que continua sendo**? Sim! Crescemos todos com S. Paulo: “…Feitiço de garoa pela serra/São Paulo engrandece a nossa terra…” Silas de Oliveira: “Aquarela Brasileira” (um dia alguém há de mostrar alguma homenagem feita ao Rio por algum intelectual paulistano).
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E então, os próprios paulistanos cunharam e louvaram, para autodenominação, a mais terrível e desumana de todas as metáforas: A LOCOMOTIVA DO BRASIL! Quando me veio o título deste texto, preocupei-me logo quanto a ser considerado preconceituoso, invejoso, etc. Afinal, não é muito fácil aceitar a maneira como os paulistas controlam todos os cargos mais importantes da República. Que existe um “Paulistério”, para ninguém é mistério. A metáfora mecânica e desumana (da locomotiva) resolvia totalmente o problema: era, em si mesma, A NEGAÇÃO DE TUDO AQUILO QUE, DESDE O PRINCÍPIO, FOI ASSOCIADO AO BRASIL. Afinal, as estradas de ferro são as “filhas diletas e diretas da Revolução Industrial” e uma espécie de “Apoteose da Mecanização”***; mecanização da qual o mundo não tem conseguido se proteger até hoje. Os ingleses se julgaram muito poderosos pelo domínio e controle das máquinas. Assim controlaram o mundo. Pelas máquinas foram também, eles mesmo, dominados e escravizados. AH! Mas os nossos caipiras mineiros estavam logo ali e, apesar dos seus muitos encontros com ingleses, inventaram o “Trenzinho do Caipira”, com os seus variados “UÁIs” e os seus muitos “TRENS“. Por essas nossas terras, até os trens foram humanizados! Heitor Villa-Lobos se encarregou de lhes dar lirismo e melodia e Manuel Bandeira popularizou e humanizou sua onomatopeia: “…café com pão…café com pão..café com pão…Vixi Maria que foi isso maquinista…?! (“Trem de Ferro”)
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A chegada à América pelos europeus se deu depois deles terem já “derrotado a natureza” lá pelo seu próprio continente. Durante os muitos séculos de feudalismo (Idade Média e “Renascimento”), todos os esforços foram voltados a: aterrar os pântanos, derrubar florestas e adotar todas as medidas possíveis para criar áreas de pasto e terreno de plantio (Will Durant“História da Civilização: A Idade da Fé”). Estavam “preparando o terreno” e criando as bases para o futuro poder europeu. A natureza era tratada como uma inimiga a submeter****. Os efeitos maléficos dessa atitude (sobre as mentes e corpos humanos) já deviam estar sendo sentidos muito fortemente. Somente isso pode explicar o deslumbramento de todos os europeus para com as terras e costumes brasileiros (apesar dos julgamentos moralistas de alguns para as condutas dos índios). É bom que não esqueçamos também do esplendor do sexo e da liberdade com que nossos índios expunham e lidavam com seus belos corpos (outro julgamento unânime). Já na primeira chegada de Cabral, dois grumetes se embrenharam nas florestas quando suas naus se preparavam para ir embora. Eles e mais dois degradados ficaram. Foi um julgamento muito radical em relação às suas próprias vidas em Portugal e às vantagens de uma vida por aqui, longe do moralismo que açoitava as consciências européias. Não encontrei registro de maiores conflitos nesses primeiros encontros entre as duas culturas.
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Em São Paulo, esse derrotar e submeter a natureza tardou um pouco mais e é um dos temas principais do romance (muito paulista) “A Carne” de Júlio Ribeiro (1845-90, nascido em Minas, mas tornado também muito paulista): “…nestas alturas…sente-se orgulhoso o antropoide falante…que paralisa a força incalculável do cetáceo, que fulmina a andorinha perdida na amplidão, que avassala o oceano, que escraviza o raio, que rasga o véu do espaço, que desvenda os mistérios do infinito…“. E com que crueza é descrita a verdadeira volúpia da jovem e bela protagonista ao matar pássaros: “…No galho fatal um tucano acabara de pousar…ao vê-lo ostentando, ao sol ardente, os esplendores dos seus matizes, dir-se-ia um ente fantástico, uma flor animada, viva, que viera voando de uma região desconhecida…Um tiro certeiro de Lenita fê-lo tombar e depois a outro e a mais outro…uma carnificina, uma devastação…”. O que dizer, ainda, do seu orgulho ao voltar para casa trazendo 19 corpos de pássaros das mais variadas espécies?!
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Há tanto simbolismo nessa carnificina! Também aqui encontro um motivo para o título do romance! A associação dos pássaros com nossos sonhos mais elevados é universal. Um tiro em um pássaro e o matar de sonhos também é tema da peça (contemporânea ao “A Carne”) de A. Tchekhov (1860-1904), “A Gaivota”. Tiros em todos os sonhos, era o que estava se passando naquele final de século! Logo começariam as mais generalizadas guerras de todos os tempos. Mortos os sonhos, a imaginação e o espírito, restava “A Carne”. Mas, somente “A Carne, o Capital e a volúpia de poder” não são suficientes para justificar uma vida, especialmente para seres gregários como nós. Algum prazer até é possível, mas há de ser sempre, e no máximo:“…frenético…sempre incompleto, falho (“A Carne”). E a imaginação, essa fonte de toda a criatividade e em todas as áreas? É atirada no lixo por uma falsa objetividade que pugna contra a liberdade de espírito: “Nem mesmo posso me gabar de uma simples sugestão mental, de um reles ensinamento hipnótico. Pairo em regiões menos elevadas, aprendo de modo mais grosseiro…” (fala do muito racional Protagonista, uma espécie de protótipo do espírito imperante na época). Por fim, e quase como uma comprovação dos versos do poeta (ver abaixo), o protagonista termina por se suicidar de forma só aparentemente voluntária e muito racional. Encontrara e se apaixonara por uma mulher ainda mais fria, objetiva e calculista do que ele. “…A árvore da vida/Não é a mesma árvore da Razão…” (Lord Byron)
………CONTINUA (Mário de Andrade: “Meditações Sobre o Tietê”)
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*A lista é enorme (ver “Literatura de Testemunho“: Giampolo Tonini e S. Castro, obra citada): de Pero Vaz até os ecos europeus que atingiram M. de Montaigne (“Os Canibais“); desde os católicos até luteranos e calvinistas, foi criada a imagem brasileira de um paraíso. A leitura dos relatos gera a impressão de que, os que chegavam, se esqueciam (a princípio, pelo menos) até do tão desejado ouro.
**O preço que a cidade de SP tem pago—do ponto de vista de uma cidade: como um ambiente para interação de cidadãos, produção de cultura e riqueza—é já alto demais. A ironia é que ela dispõe hoje de uma das maiores frotas de helicópteros do mundo. Sua elite parece estar evitando (literalmente) pisar nas porcarias que ela mesma produziu.
***Conta uma anedota indiana que um financista inglês tentava convencer um marajá a investir em uma estrada de ferro usando o seguinte argumento: “Aquela peregrinação anual que o senhor faz e que demora um mês para se completar, com a estrada de ferro seria feita em um dia”. Respondeu-lhe o marajá: “E o que vamos fazer nos outros 29 dias?“. O inglês não conseguia entender que a graça e o prazer estavam na própria peregrinação, em si mesma. Suas cabeças já funcionavam como máquinas: tinham perdido a capacidade para o prazer desprendido. Tudo por lá já estava se reduzindo a “Cinquenta Tons de Cinza”…como o carvão que empesteou os ares e a atmosfera de suas cidades. Continuam, até hoje, a se debater na mesma teia em que caíram.
****Pobres europeus! A insalubridade de suas vidas atingiu tal gravidade (W. Durant, obra citada) que só poderia mesmo resultar uma peste. Esta, aliás, foi contemporânea de uma estranha “epidemia de dança” grotesca e coreica, atingindo populações inteiras de algumas cidades. Foram tantos os séculos voltados contra a dança, a música e a alegria…! Através da peste, resistia a natureza; através da dança, protestava a natureza dentro de cada um de nós. Há muitas controvérsias quanto à datação para início do “Renascimento”. Que se tome o “pós-peste” como referência! Afinal um certo “modelo imundo de mundo” entrara em colapso (ver “Decamerrão” de G. Bocaccio). Estamos todos, de novo, diante de mais um modelo imundo de mundo, promovido, mais uma vez, pelos europeus e seus descendentes do H. Norte. Que não precisemos de mais uma peste para dele nos livrar!
Pior texto já lido em minha vida, sem mais.
Só mais um bárbaro teutão não-paulista que tem o %$&*:X doído por não ter nascido no único lugar civilizado do bostil.
Que texto mais sem pé nem cabeça, tipico desse povo.
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