Arte e Cultura

ADUFRJ E O “Viva..”: UMA BOA RESENHA E ALGUMA AMBIGUIDADE

(Se aproveitassem as luzes com que os cidadãos iluminaram a questão...!)
Jornal queimando
Esta imagem “ilustra” a última NOTA da Reitoria sobre o “tal projeto” (29/11). Há ali ameaças a colegas que ousam discutir com independência os caminhos que estão sendo trilhados entre nós. Convenhamos, não é uma imagem cuja intenção seja fácil de atinar. Por isso, apresento 3 possibilidades e que os responsáveis esclareçam a intenção: 1- É um jornal maldito, pegando fogo espontaneamente?; 2- Alguma IMPRENSA deve ser queimada?; 3- Só a imprensa OFICIAL tem valor? Um certo presidente tem feito coisa semelhante com a FSP. Uma coisa é certa: em uma universidade tão traumatizada pelo FOGO e pela pouca responsabilidade na sua prevenção, É DE UM MAU GOSTO SEM PAR. Parece haver um desespero no ar. Estejamos preparados para tudo!

Muito significativamente—na reunião do COMPUR sobre o CAMPUS PV— as afirmações dos representantes dos CIDADÃOS presentes foram um primor de CIDADANIA e clareza. Já as participações daqueles que falavam pela UFRJ…QUE TRISTEZA! Infelizmente, até a representação dos nossos PROFESSORES ainda parece um tanto perdida nessa discussão. É o que fica evidente em passagens da NOTA que vamos discutir.

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A resenha da reunião traz pelo menos 2 maravilhas de CLAREZA e respeito a PRINCÍPIOS. Se tomadas como referência tudo estaria tão bem encaminhado!
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1- “Pelo IAB, Pedro da Luz observou que todo o processo movido pela UFRJ tem um “vício de origem”. “Desenvolveram um projeto em que os parâmetros são pautados por uma lógica de lucroNão é urbanístico”.
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“VÍCIO DE ORIGEM”…como aprecio essa expressão! Tão clara; tão definitiva! Implica a conclusão: “Não há nada a fazer com esse ALEIJÃO”. Há que enterrá-lo e começar tudo de novo! Mas o brilhante arquiteto foi bem além ao dizer que o projeto NÃO É URBANÍSTICO! Pediria apenas autorização para acrescentar: quando se trata de uma CIDADE, tudo aquilo que não é URBANÍSTICO tende a ser ANTI URBANÍSTICO! Além disso, ao identificar a “lógica do lucro”, atira uma pá de cal sobre o discurso piegas de “assistência aos mais pobres”.  Estão sendo usados.
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2- Vários representantes do COMPUR manifestaram ainda que seria melhor a UFRJ apresentar primeiro o que pretende fazer no campus PV, antes da discussão do projeto de lei”
Ah! Como aquela reunião elevou nossos espíritos! Quanta clareza na indicação do ÚNICO caminho possível: aquele que implica o controle pela UFRJ de todo o processo. Como diz a juventude: “Simples assim!”. O resto, é jogo de cena: o controle está (todo ele) FORA DA UFRJ e seguindo a lógica do lucro. Há que resgatar o protagonismo e aplicar a “lógica” do ENSINO, PESQUISA, EXTENSÃO; além de manter o respeito pela cidade, é claro.
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UM “ZIPPER” ENGASGADO! QUE OPORTUNIDADE PERDEU A ADUFRJ!
Se tivesse tirado todas as consequências de cada uma dessas sentenças, a ADUFRJ evitaria alguns tropeços em sua NOTA. Diante de um “zipper” que entrou errado, só começando tudo de novo e em novas bases:
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1- “A diretoria da Adufrj cobrou, no Consuni, a abertura de canais de participação das diversas unidades da UFRJ.
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NÃO, COLEGAS! Aquilo que sofre de um VÍCIO DE ORIGEM tem que ser simplesmente abortado, para o bem de todos. Como um “NÓ GÓRDIO”, precisa ser simplesmente cortado. “Participar” desse processo viciado implicaria se enredar e afundar junto com ele.
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2- “…Sem sabermos exatamente o que virá, especulações e prognósticos dos mais terríveis ganham força de verdade….”
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Antes de tudo (contrariamente ao que vai dito ali), NADA DAQUILO VIRÁ. Depois, o primeiro contato do IPUB, por exemplo, com o tal projeto, foi já segundo os  prognósticos mais terríveis”: visita do vice reitor eleito, avisando-nos de que seríamos simplesmente deslocados. A NOTA RIDÍCULA foi a afirmação de que nos dariam um “IPUB igualzinho…só que um pouquinho mais prá lá”!
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3- Há um mal estar em torno dessas questões e talvez fosse melhor encaminhar a discussão junto à prefeitura com um desenho mais claro do que irá acontecer”
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Aqui, parecem estar seguindo o rumo do REBAIXAMENTO seguido por outros. Já sofremos suficientemente com falas indevidas do prefeito: “A UFRJ vai ganhar… todos vão ganhar!”. É sempre bom lembrar da AUTONOMIA. Busquemos inspiração nas falas dos CIDADÃOS citadas inicialmente: vamos começar tudo de novo; respeitando a CIDADE e estabelecendo nossas prioridades.
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O ENGODO! “O BNDES É NOSSO PASTOR, NADA NOS FALTARÁ!”
“…A UFRJ ainda aguarda os estudos encomendados à consultoria contratada via BNDES para o aproveitamento econômico dos ativos imobiliários da instituição…”
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A mentira que acalentou o sono profundo entre nós, especialmente dos grupos ditos “de esquerda” da UFRJ, foi: O BNDES é um BANCO PÚBLICO, logo, será nosso protetor. E a expressão “ativos imobiliários”! Mais cuidado colegas! Falando como corretores acabaremos sendo um deles!
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POR FIM, REVISITANDO ALGUMAS “INFORMAÇÕES”!
“Nadine Borges informou que houve reuniões regulares com diversos órgãos da prefeitura para formular o P. de Lei”.
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Tenho a forte impressão de que a UFRJ está sendo usada para “relativizar” a legislação (produzir “leis especiais”) que protege Botafogo contra a especulação imobiliária. Seria perverso demais: uma traição à cidade que nos acolhe e que é nossa razão de ser: “…O projeto de lei modifica os critérios, permitindo abertura de logradouros públicos no campus (ruas mesmo) e aumentando o gabarito da área para 60 metros”.
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E O TCU? “Ericksson Almendra..’Estamos compelidos pelo TCU a dar um uso àquele terreno..sob pena de perdê-lo”
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O TCU tem sido tão mal usado! Tem sua importância, mas está longe desse poder. Tratou-se de uma advertência…e só! Daqui a pouco, vão falar no “velho do saco”, “bicho papão” ou que “A CUCA VAI CHEGAR”. MEUS AMIGOS! A “CUCA” já está aqui, e falando por nós! Por isso, há que trocar a canção por uma de DESPERTAR.
Vice- Diretor do Instituto de Psiquiatria da UFRJ