É um tanto triste: em meio a tanta dor, ser obrigado a fazer chiste! Mas o Cmte dos Bombeiros do RJ se superou ao declarar que “A força do desbamento dos prédios dificultou a localização dos corpos soterrados…”. Para completar, disse ainda: “faltam apenas 3 a serem localizados…”. Pobre Galileu! Tanto esforço fez para provar que todos os corpos caem segundo o efeito da mesma força da gravidade! As variações na velocidade da queda dependem apenas da resistência do ar, pela forma do objeto e não por seu peso.
Qual poderia ser a razão para que o peso da queda de um prédio no Rio se desse com “mais força” do que em outros lugares do planeta? Que fenômeno FÍSICO pode justificar que, ainda hoje, no Japão, estejam à procura dos corpos de desaparecidos espalhados por uma área enorme—e com que consternação gritam CORPO, sempre que surge um indício de sua presença, para fazer parar tudo e chamar os demais!!!—, enquanto, por aqui, no centro do Rio, em uma área muito restrita, na qual todos os corpos TINHAM QUE ESTAR, não foram esperadas mais de 48hs para iniciar a remoção do “entulho”?!
Não! A razão desses desaparecimentos não deve ser buscada em fenômenos do mundo FÍSICO; antes, do mundo MORAL. Foi a imoralidade de colocar tratores para remover “entulho” quando sequer se tinha a certeza da inexistência de mais sobreviventes! O que dilacerou os corpos foi uma vontade de “fazer de conta de que tudo já passou e que é melhor esquecer”. É possível também que a ganância (o RIO está valendo muito em um estranho mercado) tenha jogado algum papel. Depois dos desaparecidos da ditadura, teremos os desaparecidos da Prefeitura!
SUSPENSÃO DA VENDA DE PRÓTESES MAMÁRIAS PELA ANVISA
(“PARCERIAS MÉDICAS” COM A ANVISA E A ANS?)
Sempre que alguma atividade, envolvendo o interesse público, é associada a acidentes e/ou riscos comprovados, a atitude que cabe ao poder público há de ser a suspensão total daquela atividade, até que todos os procedimentos e materiais aplicados sofram uma investigação. A exceção foi a atitude da Prefeitura de SP frente ao acidente no Parque de Diversão Hopi Hari, cujo fechamento só se deu dias depois, quando foi confirmada inclusive uma fraude para atrapalhar a perícia. Dessa forma, a suspensão momentânea da venda de todas as prótese mamárias pela ANVISA—de maneira a serem submetidas a uma investigação—deve ser saudada.
Por isso, “ameaças” (melhor dizer “esperneio”) como a do vice-presidente da Soc. Brasileira de Mastologia de que será “o primeiro a reclamar, caso alguma paciente seja prejudicada” devem ser olhadas pelo avesso: como ficariam aquelas agências, caso alguma paciente fosse prejudicada por uma dessas implantações, mesmo diante de todo o escândalo envolvendo as próteses? E que pouco cuidado teve o colega com a linguagem! “Sempre tivemos parceria com a ANVISA e a ANS….“. Que tipo de “parceria” pode haver entre órgãos de fiscalização e entidades e pessoas fiscalizadas? Somente as de natureza perversa! Dada a ingenuidade com que essas palavras foram ditas, melhor é pensar que foi um enorme deslize verbal. Espera-se que os representantes das Agências em questão também se pronunciem a respeito, ainda que privadamente.
