Arte e Cultura

“ESQUERDA” NOS BRAÇOS DO GRANDE CAPITAL-II

Vamos respeitar os moradores da região e a cidade que nos acolhe, respeita e ama!)
Miberva lanca spectro……………………………………
“Magn. REITOR: ‘…pedimos que eles olhassem toda a UFRJ. Não é a Praia Vermelha, não é a C. Universitária, mas toda a UFRJ“. (ex-reitor, ATA reunião com CURADORES, jul/2018, grifo meu)
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A leitura dessa ATA aumentou muito o meu mal estar com toda essa situação…se é que podia ainda ser aumentado! Eis o DESESPERO tornado palavra!. O “ELES” (no texto) é o BNDES. Olhassem”…por toda a UFRJ…? Como assim? Tomassem conta como a uma criança? “Olha eles aí prá mim um minutinho, enquanto eu vou ali…”. Parece até o “Olhai por nós…pecadores”. É aterradora a leitura dessa ATA. Espelha bem o colapso de uma gestão! Estavam na situação mais frágil que se pode imaginar! E é nessas condições que as pessoas são mais vulneráveis aos aproveitadores de todos os matizes, alguns até posando de “esquerda”. A Reitoria, em vez de procurar apoio interno, entregou-se nos braços do CAPITAL FINANCEIRO, como a pedir um tiro de misericórdia. “Prá quem tá se afogando, até tubarão parece boia”, ditado cunhado na luta contra a EBSERH…Tão mais adequado aos tubarões que nos rondam hoje!

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UFRJ SEM “EXPERTIZE”? MAS.. DE ONDE VÊM OS “MUITO ESPERTOS”?
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O que são as fortalezas desse projeto?…o contato com o trabalho especializado do BNDES…prospecção de mercado…e modelos de contrapartida…nós não temos expertise” 
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Essa seria, se verdadeira, a SENTENÇA da decadência de uma UNIVERSIDADE…emitida por um ex-reitor! Como assim? Somos formadores de boa parte do pessoal dos bancos “contratados” e não temos “expertise” para executar o trabalho…”contratado”? Quanta contradição! Estaríamos dando força ao ditado debochado: “Ensina porque não saber trabalhar”? Que vergonha! E então repousamos nos braços de um ente (BNDES) ligado organicamente aos maiores parasitas da economia e do povo brasileiro: o capital financeiro.  Que bons conselheiros teve o reitor! Questionado sobre a possibilidade da própria UFRJ empreender o trabalho, admitiu que seria possível, mas teríamos que criar uma comissão ligada ao patrimônio. Ou seja: há um caminho interno e ele precisa ser implementado. Mas há que se livrar da teia que nos envolve e paralisa. Além disso: boa gestão não admite PRESSA*. 
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COMPROMISSO COM A CIDADE? MUITO ALÉM DO CANECÃO!
“A Cidade…cobra a UFRJ…todo mundo pergunta: e o Canecão? Então não é porque existe uma decisão judicial (não há, diga-se de passagem**)…é uma dívida que nós temos com a Cidade…” 
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De novo: trata-se de um olhar absolutamente CAOLHO para a questão. O compromisso com a cidade foi aqui reduzido ao…”CANECÃO”!? NÃO! Essa palavra ainda vai se tornar uma maldição. Pois eu afirmo: a UFRJ está se tornando um perigo para a CIDADE; estamos sendo usados para violentar a legislação que regulamenta a construção de prédios em Botafogo. Por isso os inimigos da cidade falam tanto em “AJUSTAR a legislação”. Bastaria essa expressão para a certeza de que práticas imorais, ilegais e anti-urbanísticas estão em gestação…e em nosso nome.
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DE REPENTE…APARECERAM NÚMEROS…REAIS…DÓLARES?

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“Nossa expectativa mínima de recurso, no caso da PV, é entre trezentos e cinquenta e quatrocentos (o quê?***). Abaixo disso, não tem nem conversaNós vamos avaliando com a consultoria o que eles conseguiram de  prospecção de mercado”.
E então começamos a brincar de negociadores! Mas bem chinfrins, é verdade! Chega ser engraçada a vergonha que todos tiveram de dizer a que se referem os números! Quem sabe um último e lastimável pudor de falar naquilo em que não param de pensar: DINHEIRO? Seriam milhões? Mas milhões de quê? De reais ou dólares? De onde saíram esses números? Quem fez essa estimativa? Mas o pior de tudo é ver um território, cuja ocupação e uso histórico tornou quase sagrado para tanta gente, sendo tratado como se fosse um carro de segunda mão!
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UM REITOR NA TEIA DE ARANHA! O DESESPERO ESTAMPADO!
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“…na UFRJ hoje, você olha para cá…para lá, qualquer área que você olha…está muito precária. Por que acaba a acumular incêndios aqui dentro?” 
 Trata-se de uma generalização do caos totalmente inaceitável quando vinda de um gestor. Essa generalização costuma ser feita pelos INIMIGOS. Sempre que ouço algo do gênero (“Tá tudo ruim, etc.), pergunto: “Onde? Em que serviço? Quando?”. E então, o “crítico” se enrola todo repetindo: “tudo…tudo” e nunca mais vai dizer o mesmo…para você. Quem quer melhorar as coisas aponta algo específico e se envolve com possível solução. Já quando o próprio responsável geral… generaliza…”Quem poderá nos defender?”. Há sempre que tentar delimitar áreas prioritárias para intervenções diferenciadas. Quando um gestor generaliza…é sinal de que está perdido! E o que é pior: haveria ali uma tentativa de escapar da responsabilidade?
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FUGINDO AO DESESPERO? ALIENAÇÃO E SEDUÇÃO!
“Magn. REITOR: ‘esta expectativa…de patamar mínimo de trezentos e cinquenta (?) … consideram que está muito subestimado…não queremos fazer chutes porque é uma expertise que não temos, deixa que eles façam e vamos avaliando…'”.
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“…NADINE disse: ‘Antes deles lançarem esse edital…fizeram uma consulta…ao mercado. Então, enviaram para alguns grupos específicos, que obviamente o Banco já contatou, e nos surpreendeu o grau de otimismo que eles nos apresentaram…O M. REITOR disse: “Esses SETE que se mostraram interessados….SÃO OS MAIORES DO MERCADO”
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Da adulação digo apenas (com H. de Balzac em algum lugar de sua vasta obra): “Quem me adula, algum mal vai me fazer!”. E essa história de “MAGNÍFICO” deve subir à cabeça de alguns. No final de tudo, seu grande orgulho se tornou “ser cobiçado pelos maiores do mercado”. Deveria ser motivo de desconfiança e pé atrás. Aliás, na nossa infância, dizíamos: “SETE é conta de mentiroso”. Uma coisa é certa: quem desiste do seu seu próprio conhecimento (“e expertise é o C…..!”) e negligencia com o conhecimento dos seus próprios comandados, confessa não ter condições julgar sequer trabalhos contratados. Não estávamos bem representados nas “negociações”!
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ADMISSÃO DE INCOMPETÊNCIA E…SUBMISSÃO
(Depois de falar em otimismo com o projeto) “…tudo o que a UFRJ vem fazendo, nos últimos anos, é muito artesanal, circunstancialAcabamos nos vendo numa armadilha que, se tivéssemos pensado com mais cuidado, não estaríamos presos..”.
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Eis mais uma autocrítica “generalizante”, daquelas que não produzem absolutamente nada do ponto de vista da mudança de práticas. Ou talvez seja ainda pior: resultou na desistência da gestão e, em consequência (no caso), na sua entrega a ENTES EXTERNOS. Quase como a contratação de um síndico profissional. A maior ironia da história é: o reitor que foi eleito na esteira do movimento contra a EBSERH terminou tentando confirmar a tese da própria (nos governos do PT): professores não sabem gerir; por isso precisam da criação de ‘play ground’ para que exercitem o ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO sem se preocupar com essas coisas chatas!”.
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POR FIM…O CONSOLO MORAL E UM FALSO DILEMA!
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“A UFRJ corre o seríssimo RISCO de termos uma porta giratória, os estudantes pobres entram, a porta vira e eles são expulsos da Universidade. Então, isso é um tema crucial”
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Eis o maior instrumento de auto-engano, aliás desmentido pelo PRESIDENTE DO IAB: Trata-se de um projeto que sofre de um vício de origem: ser movido pela lógica do lucro. Não é preciso dizer mais nada e estou muito feliz em ver que a imensa maioria dos estudantes não se deixou enganar com a manobra. Mas…E O FALSO DILEMA? É tudo ou nada? Não! Eu garanto que poderíamos tirar um proveito bem maior (para a UFRJ e para a CIDADE) dos territórios sob nossa guarda e uso do que tutelados por bancos e empreiteiras. Há que se dedicar a empreender um esforço nesse sentido, mostrando que temos conhecimento e competência para tanto.

“…as sinalizações…de interesse das consultorias mostra que os ativos que a UFRJ poderia ceder são MUITO APETITOSOS…PARA O MERCADO. (idem, maiúsculas minhas)
…………………. FIM

*Com relação ao ditado, digo: “Só faça HOJE aquilo que for absolutamente necessário! O restante v. vai fazer muito melhor se refletir um pouco a respeito”

**Trata-se de confusão constante do ex-reitor. O TCU é órgão de controle e não tem poder judicial. Orienta, antecipa e até ameaça, mas não pode obrigar a nada. Precisa ser considerado e respeitado, mas segundo sua competência e não como “BICHO PAPÃO”!
***Não disseram do que se tratava…Estranho pudor! Efetivamente, essa ATA envergonha a muita gente.
Vice- Diretor do Instituto de Psiquiatria da UFRJ