Temas e Controvérsias

F. AMARELA: MS CONFUNDINDO PREVENÇÃO E TRATAMENTO!

(Das frases desastrosas: "Tem vacina prá todo mundo")

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“Tinha um mosquito no meio do caminho/No meio do caminho tinha um mosquito…” Parodiando o poeta: VACINA eles até tinham…o que NÓS não tínhamos (para perder) era TEMPO. E eles perderam o NOSSO TEMPO…e muitas vidas.
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Imagem globo
O secretário-executivo do Ministério da Saúde, Antonio Nardi, durante entrevista coletiva – Michel Filho

Nada sei quanto à qualificação da pessoa que falou pelo MS, mas disse ele no JN: “Ano passado, compramos milhões de seringas que não usamos, pois não foi NECESSÁRIO. Agora vamos usar…etc.”. Essa expressão seria adequada se associada a “KITS” para exames e/ou medicamentos, etc.; em função de uma expectativa de pessoas sofrendo da condição que se tenta evitar. Já quando aplicada a VACINAS e SERINGAS…implica um ERRO CONCEITUAL GRAVE.Afinal, se tivessem usado tudo, VACINANDO toda a pop sob risco (respeitando as restrições conhecidas, é claro), podemos supor que muitos dos casos atuais simplesmente não teriam ocorrido. Ele se referia às seringas para dose fracionada, mas isso não diminui a gravidade do ERRO. Erros e falhas são aceitáveis, mas um ERRO CONCEITUAL não se admite em autoridades sanitárias. Erraram também ao NEGAR QUE ESTAMOS EM UMA EPIDEMIA. Os dados disponíveis já apontavam para aquilo que os da área chamam Epidemia Progressiva. Como estudioso do SUICÍDIO, interesso-me muito por epidemiologia. É de admirar o silêncio de nossas universidades a respeito. E a ABRASCO? O que tem a dizer? No vazio, falo eu.
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CASO DO ESPÍRITO SANTO PODE SER PARADIGMÁTICO
(Dados colhidos com 2 Residentes nossos que são de lá)
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Perguntei a 2 de nossos MRs que são do ES como estaria a situação da epidemia por lá. RESPOSTA: “Tá tudo bem…tudo calmo por lá. No verão passado, houve uns casos…o pessoal se apavorou e correu prá se vacinar!”. Quantos ensinamentos nessa resposta!
1- por isso não temos ouvido falar em casos recentes no ES?
2- a vacinação parece ser mesmo MUITO EFETIVA!
3- o povo tinha toda a razão quando “se apavorou”.
4- o surgimento de casos por lá antes dos demais estados reforçou também a hipótese* de que a morte de TODOS os sapos da região (pelo “acidente” de Mariana) facilitou demais a infestação de mosquitos e a propagação da doença.
5- o governo “COMEU MOSCA” e não há mais SAPOS PRÁ COMER MOSQUITOS!
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TEMOS UMA EPIDEMIA! E ELA ESMURROU A PORTA!
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Quando a mídia apresenta mapas “evolutivos” para a ocorrência e expansão de casos através do país, sem apresentar uma delimitação e diferenciação entre: 1-áreas de ENDEMIA (um certo número de casos muito constante todos os anos); 2- aquelas nas quais estamos avaliando a ocorrência de uma possível EPIDEMIA (elevação significativa em um certo período em ampla área), só confunde as coisas. A febre amarela é endêmica na região Norte, já por aqui… Os membros do MS fugiram da palavra “epidemia” como o diabo da cruz e os especialistas da área não os contradisseram (eu, pelo menos, não ouvi). É questão básica em EPIDEMIOLOGIA: 1- DELIMITAÇÃO** de áreas estudadas; 2- avaliação de SÉRIES HISTÓRICAS (registros de vários anos a serem colocados em gráfico). Quando verificamos, em um gráfico de área ampla no qual há quase um traço horizontal perto da base, uma subida marcante, estamos diante de uma EPIDEMIA. Foi o que aprendi. E, no caso, não se trata de uma doença qualquer, mas de dados referentes a muitos ÓBITOS, inclusive. Há critérios numéricos, mas o povo, quando sente que os estão enganando, não precisa fazer contas para agir. O medo da palavra “EPIDEMIA” pelos representantes do MS levou-os à expressão surto epidêmico (como disse um dele e depois ficou tentando negar), como se fosse apenas em área circunscrita:…palavras…palavras…usadas para encobrir fatos.
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ERA POSSÍVEL A ANTEVISÃO DA EPIDEMIA AGORA INSTALADA?
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A questão essencial, a ser respondida pelo MS e especialistas da área, é: os dados disponíveis em 2016/17 eram suficientes para a antecipação da epidemia e tomada de medidas PREVENTIVAS e proteção mais massivas e efetivas? Considerando que:
1- esses acontecimentos SEMPRE (e por princípio, pois não é um tsunami) dão muitas indicações prévias;
2- esses profissionais são preparados para ANTECIPAR, a partir de dados. Essa é, aliás, a razão de ser da epidemiologia: sua função precípua;
3- trata-se de condição MUITO GRAVE (taxa altíssima de mortalidade);
4- a relativa simplicidade (baixo custo) da IMUNIZAÇÃO e sua eficácia (ver o E. Santo); por tudo isso, eu tendo a dizer que SIM, ERA PREVISÍVEL.
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BARROS “SOLTANDO BARROS” PELA BOCA!!!
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BarrosDa última vez que o M. da “Saúde” apareceu na TV trajava um branco imaculado. Falou como se fosse médico…e como disse BESTEIRAS: “Vamos ter que nos acostumar com esses acontecimentos…etc.”. Não…Sr Barros! Guarde os seus “barros” para o banheiro e reconheça não entender nada do assunto. A “formação” que o Sr recebeu no B. Mundial (esse “laboratório de maldades voltadas contra os povos, especialmente os mais pobres***) sempre teve a redução de custos como critério fundamental, ainda que sacrificando vidas. E onde vão parar os recursos “economizados”? Nos BANCOS…É CLARO. Sr Barros…Sua Senhoria tem sido apenas um ADMINISTRADOR DE MORTES de vários tipos. Agora surgiu a informação de que houve um corte de 33% dos recursos destinados à atuação contra epidemias. O Sr não sabe, mas são apenas as regiões ENDÊMICAS (e enquanto a vacinação não consegue atingir a todos) aquelas que precisam “se acostumar…”. Agora…uma coisa é certa Sr BARROS… produtor de “BARROS vocais”: nunca nos acostumaremos a ter no poder gente como os que lá estão e que o Sr representa muito bem.
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*Um biólogo que esteve em Mariana logo após a catástrofe ficou impressionado com a ausência do coaxar de sapos noturnos. Teria antecipado alguns riscos.
**Qualquer coisa diferente disso é mera CURIOSIDADE que só atrapalha. Falas (e documentos da OMS e outros) como por exemplo “Morre uma pessoa a cada x segundos no mundo” SÓ ATRAPALHAM, pois dão a impressão de que as taxas são semelhantes em todos os lugares. E como diferem!
***É bom lembrar, aliás, que as íntimas relações de nossos governos com o BM se iniciaram no governo LULA. São de formulação “teórica” pelo BM: EBSERH, OSs e outros ALEIJÕES dos quais precisamos nos livrar antes que nos destruam. Agora parodiando M. Lobato: OU O BRASIL ACABA COM O BM…OU O BM ACABA COM O BRASIL.

Vice- Diretor do Instituto de Psiquiatria da UFRJ