Arte e Cultura

“GESTÃO-LEHER”: SE EXPLICANDO E AFUNDANDO COM O “FIFA UFRJ”

​(Defendendo negociações secretas...associadas à A. UNIVERSITÁRIA!)
Cegos………………………..
NOTA: Alguns membros da REITORIA anterior divulgaram nota—em linguagem tortuosa e cheia de contorcionismos—tentando defender o indefensável: a entrega para uso privado de um território público sob nossa guarda e a destruição de vários serviços. Estariam atendendo a um pedido de socorro da atual gestão? Se assim for, esse recurso a uma espécie de “cavalaria trôpega” e desmoralizada é sinal de que não confia na sua própria capacidade de convencimento. Depois de 8 meses da divulgação do tal projeto, finalmente os membros daquela reitoria emergiram como zumbis das catacumbas.
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“O projeto Viva UFRJ foi desenvolvido no âmbito da autonomia universitária” 
(Do documento divulgado por membros da REITORIA anterior)
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Sem ter ideia clara quanto ao sentido ali aplicado à palavra “âmbito”, resta-me fazer indagações sobre o que entendem por A. Universitária. Estariam no tal “âmbito”:
1- Passar toda uma campanha eleitoral escondendo da comunidade acadêmica o tema mais candente para o seu futuro e da UFRJ?
2- Tramar a demolição de Institutos e outras unidades, oferecendo (por antecipação e sem o conhecimento de seus corpos técnicos) despojos e “vantagens” a outras unidades?
3- Preparar um projeto (apresentado no COMPUR por pessoas autorizadas pela Reitoria) no qual é prevista a criação de uma “LEI ESPECIAL” (aqui sempre para o mal) para violentar o gabarito da região (até 20 m de altura), “liberando-o” para 60 m*?
4- Desconsiderar completamente a vizinhança do CAMPUS PV, promovendo a destruição do ambiente que ali se vive e respira? Afinal, os moradores daquela região conseguiram uma proeza única no Rio: criar um ambiente de província em plena cidade grande. Há que perguntar: que concepção de UNIVERSIDADE seria essa?
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DIREITO À INFORMAÇÃO: CONDIÇÃO PARA AUTONOMIA!
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Como podem ignorar que o primeiro direito de um cidadão—aquele que o prepara para a defesa dos demais—na sua relação com qualquer poder, é à informação? O ex-reitor sabe muito bem: na ignorância generalizada, a única autonomia possível é a do tirano. Quem trama às escondidas o destino de instituições e pessoas não tem espírito democrático. Por isso mesmo, não deve sequer falar de Autonomia Universitária. Sua condição primeira é a vigência de um mínimo de democracia e o trânsito livre das ideias.
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TANTAS CONFISSÕES DE FRACASSO!
“A disposição de resistir a uma dada ação proveniente do bloco no poder pode recair em pura metafísica se não considerar os sujeitos capazes de empreender tais enfrentamentos.” 
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Está explícito na citação:
1- Foram incapazes de enfrentar o assédio sofrido! As universidades não são capazes de resistir aos ataques dos governos e empresários.
2- A “dada ação” (o tal projeto) é “proveniente do bloco no poder” e eles foram incapazes de resistir.
3- Só tendo os mais pobres nas universidades essa resistência seria possível.
Os fracassados, quando têm caráter fraco, costumam mesmo tentar convencer a todos de que: 1- o SEU fracasso era inevitável; 2- as coisas tinham que ser como foram.
Uma coisa é certa: quem pensa assim está admitindo APENAS a sua própria incapacidade e precisa sair de cena para não atrapalhar aqueles que são capazes para a resistência e avanço.
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“PREMISSAS FORTES” DE LEHER…SÓ SE FOR PRÁ “J. FORTES”!
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Quando tinham poder, tudo esconderam. Agora que não podem mais nada, vêm com bravatas e promessas. Começam por dizer que o “FIFAUFRJ” tem “…como balizamento premissas fortes” e esse “fortes” soou até engraçado. Deu para lembrar de um construtor muito conhecido: J. FORTES! Veja que os autores não falam em LEIS, documentos, garantias legais! Apenas PREMISSAS, mas…é verdade que bem…“fortes”. Só que essa força ninguém sabe de onde vem. Quem sabe é divina? Juraram sobre a BÍBLIA? Talvez uma negociação com fios de bigodes? Será que desconhecem o projeto e a destruição generalizada que promove? Aquela é a VERDADE das pessoas em cujas mãos os missivistas entregaram os instrumentos de destruição do que estava sob sua guarda. Aliás, confessaram que deixaram a comunidade universitária a descoberto: “…a consecução destes objetivos dependerá..da comunidade acadêmica na defesa do escopo do Viva UFRJ…”. TRADUÇÃO: “levantamos um monte de quimeras; retiramos todas as nossas garantias concretas: agora..VIREM-SE para tornar real o que imaginei!”. Tudo isso é muito desonesto!  Poupem-nos do triste espetáculo da sua decadência!
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SE ARVORANDO EM SABER O QUE É MELHOR PARA OS OUTROS
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 Webpraiavermelha“…nenhuma unidade será transferida da PV…nenhuma unidade cederá espaço se não receber espaço mais adequado na PV”
Essa gente não aprende mesmo…ou melhor: desaprenderam! Não conferimos a ninguém o direito de decidir o que é um espaço “mais adequado” para nós**. Nós mesmos construímos, por décadas e várias gerações, o nosso espaço, adequando-o da forma mais humana e funcional possível para: atendimento, formação e pesquisa. Trata-se de fato universalmente reconhecido. Os irresponsáveis falaram até em nos “lateralizar” para um prédio “novinho em folha”…asséptico…inodoro...e insípido…”um pouco mais adiante”. Essa proposta, aliás, não tem qualquer originalidade. Inspira-se na apresentada para as catacumbas do cemitério S. J. BATISTA há alguns anos. Fariam ali um grande empreendimento imobiliário—até chegaram a desapropriar alguns imóveis—depois da transferência das sepulturas para um “prédio construído ao lado;  seriam também “lateralizados”. Os abutres foram obrigados a respeitar os mortos; agora, faremos com que respeitem os vivos.
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ALGUMAS FRASES TORTAS…COMO AS MENTES!
“…palavras sinceras, não dobradas.“ (L. de Camões, Os Lusíadas: II-76)
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O documento em questão é uma espécie de “cipoal cerrado” reflexo das cabeças tortas. Afinal, para quem fala de suas próprias verdades, a clareza é a regra.
“A efetividade da universidade pública como parte de projetos emancipatórios dos expropriados, explorados e oprimidos depende…da presença direta da classe trabalhadora e das minorias políticas nas instituições, adquirindo assim um caráter também popular”.
Diante de uma sentença como essa, passei até a duvidar da inteligência de seus autores. Quem disse que os explorados e oprimidos não participam das instituições? Que instituição é essa que não precisa, para o seu funcionamento, da classe trabalhadora (terceirizada, com cada vez menos direitos e assim por diante)? Puro “non sense”. Aliás, de que “minorias políticas” estão falando? De PARTIDOS? A classe trabalhadora seria uma “minoria política”? Não faz qualquer sentido. De gente com aquela formação, frases desse tipo são imperdoáveis. E os seus “projetos emancipatórios…”? É de REVOLUÇÃO que estão falando? Posso até imaginar os financistas, negociadores experimentados, rindo à socapa dessa linguagem oblíqua que tenta disfarçar a indignidade de quem fala…ou escreve.
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*Reparem que a área verde do meio da imagem corresponde ao espaço ocupado pelo IPUB. O plano deve ser nos “devorar” em 2 tempos. Reparem também que a metade do Campus mais próxima à Av. Pasteur não está a salvo da sanha devoradora. “Dividir para reinar” é o lema. 
**Falo pelo IPUB, mas estou certo de que os colegas de outras unidades também pensam assim. 
 
Pensar o compromisso social das universidades com os explorados sem que estes estejam na universidade seria levar o substitucionismo ao extremo idealista…”. 
Deixando de lado o mau gosto do “substitucionismo”, a tese não se sustenta
A disposição de resistir a uma dada ação proveniente do bloco no poder pode recair em pura metafísica se não considerar os sujeitos capazes de empreender tais enfrentamentos. 
Vice- Diretor do Instituto de Psiquiatria da UFRJ