Arte e Cultura

IPUB SOB AMEAÇA…VINDA DE ONDE MENOS SE PODERIA ESPERAR!

(Projeto irresponsável! E ainda tentam atirar uns contra outros na área da saúde)
Minerva

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FATOS- 1- O vice-Reitor entrante apresentou o “projeto”; 2- A Reitora o atribuiu à gestão sainte, mas não o condenou; 3-A gestão sainte, apesar de procurada ativamente, está se furtando a se pronunciar; 4- Há cerca de 1 mês, nosso Chefe de Clínica encontrou duas pessoas fotografando nossos prédios históricos. Interpelou-os e soube serem do BNDES. Logo o Reitor ligou dizendo que ele tinha dado a autorização (sem nos ter comunicado). Era uma espécie de “pesagem para o abate”.
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A Direção do IPUB, nas pessoas do Prof. Jorge Adelino e de seu Prof. Titular Antônio Egídio Nardi, recebeu (em 25/06/19) o Vice-Reitor eleito e de um professor da COPPEAD. A agenda da reunião não fora anunciada previamente. Nossos representantes foram surpreendidos com a proposta que vou tentar resumir: há um projeto de “nova ocupação” de quase toda a área da P. Vermelha, a partir da famosa casa de espetáculos*. O IPUB seria removido e, pela metragem anunciada de “negociação” (45.000 m2), só ficariam ali os prédios tombados. Até mesmo o PINEL deve estar sendo incluído nessa metragem. E agora vem a nota mais mirabolante da proposta: seria construído um “novo IPUB, igualzinho ao atual”, algumas dezenas de metros para além. Seguem algumas considerações:
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1- Só quem ignora completamente o que é o IPUB poderia crer na possibilidade de se criar algo “igualzinho”. Só quem raciocina com blocos amorfos e sem vida poderia pensar nesses termos, nivelando tudo e desrespeitando toda uma história. De gente assim não se pode esperar nada de bom. Nem com o concurso de uma “JEANNIE É UM GÊNIO”  isso seria possível. Depois de iniciado “o projeto” (e da nossa desmoralização), a verdade se imporia no dia a dia: teríamos algum ALEIJÃO que chamariam “novo IPUB”.
2- A mesma empresa responsável pelas obras faria a manutenção permanentemente do nosso “novo prédio e nós não precisaríamos mais nos preocupar com isso”, etc. Vamos ser bem claros: pensam que somos crianças. As coisas estão mais para a “BRUXA DA CASA DE DOCES”.  Quem quiser que os prove e aguente as consequências. Deu para lembrar até da EBSERH: criaria uma espécie de “play-ground”onde os professores (considerados incompetentes para administrar) teriam “todo o tempo voltado para suas aulas, pesquisas, etc.”. Havia um ataque direto ao espírito universitário. Agora, o ataque é também FÍSICO.
3- Somente não seria demolido o complexo de prédios protegidos pelo PATRIMÔNIO: “TEATRO QORPO SANTO” MORADIA DOS ESTUDANTES. E aqui a falsa tese de que teríamos um “novo IPUB, igualzinho” cai por terra, até em tese. Pensam que, para nós e para nosso uso (respeitando suas destinações), esses prédios são “descartáveis”?
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PREPAREMOS-NOS PARA TODO TIPO DE ATAQUE
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Aldeia dos indios, maracanaO GRANDE CAPITAL—e é ele quem está por trás da proposta mirabolante—não tem qualquer preocupação humana ou de natureza moral. Tudo ali se reduz a números. Sendo assim, seremos uma “pedra no sapato” no seu caminho para obtenção de LUCRO (seu deus, em cujo altar tudo é sacrificado). Por isso, há que nos preparar para “quase” todo tipo de embate. Seus recursos nesse longo “trabalho de sapa” (“trama, conspiração ou ação oculta”) costumam ser:
1- DESMORALIZAÇÃO PERMANENTE: contando com um instrumento fortíssimo (já um tanto desmoralizado, ele mesmo), a GRANDE MÍDIA …principalmente a GLOBAL. Pequenas notícias aqui e ali que vão criando e reforçando (especialmente entre os mais endinheirados e facilmente manipuláveis) a descrença nas nossas instituições públicas em geral.
2- COOPTAÇÃO DE “PESSOAS DE DENTRO”– há de ser difícil. Não que não existam, mas a vergonha ficaria tão óbvia e a proposta é tão indefensável, que duvido alguém ter essa “coragem”.
3- INCAPACIDADE PARA PRESERVAR O PATRIMÔNIO- os maiores violentadores de patrimônio histórico (ver foto anexa da Aldeia Indígena que tentaram derrubar), apareceriam como os paladinos em sua defesa. Assim, vão aplicando uma espécie de “garrote vil” nas instituições e, por fim, induzem à conclusão de que tudo estaria em risco, etc.
4- ATIRAR INCAUTOS UNS CONTRA OS OUTROS- essa é a mentira que mais vai colar. Dizem eles que vão: “…investir no hospital universitário e na construção de mais equipamentos para a própria universidade…”.  As coisas serão colocadas como se fosse “necessário o sacrifício de uns em função de todos” e toda a ladainha que conhecemos bem
5- SE TUDO FALHAR…ATAQUE DIRETO-Lembro de 3 situações, embora os exemplos sejam inúmeros: A- hotel na Av. Atlântica próximo à P. Isabel- todos os moradores do prédio anterior aceitaram uma proposta e venderam suas unidades…menos um. Por anos, era vista uma luz somente em um andar de um prédio fantasma. Logo vieram: falta d’água, corte de luz, ratos pelos corredores, etc.; B- o fogo na favela do PINTO; C- Teatro Villa Lobos (R. P. Isabel), colado a um complexo de hotéis que nunca o aceitaram. “Pegou fogo” por 3 vezes, sempre que tentaram reativá-lo. Não estamos livres de nada disso…sequer do fogo. Por isso, há que nos preparar para o confronto.
Por fim, vejam a CONTRADIÇÃO: falam em criar ali “equipamentos culturais, etc.”, mas querem remover do lugar a Unidade que tem a maior ligação com a CULTURA (no sentido também da sua variedade: música, artes plásticas, teatro e outras) dentre todas as de toda a UFRJ. E estamos falando de algo ORGÂNICO; do nosso dia a dia e não apenas de firulas e “ventos de eventos” para fingir que têm algo a apresentar.
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*Que seja feito algum acordo de uso daquele espaço, com a antiga finalidade e sob a administração e controle da UFRJ (recebendo o que lhe é devido), é plenamente aceitável e bem vindo. Certamente não é isso que está na mesa. Aliás NADA ESTÁ NA MESA….OFICIALMENTE. Afinal: “filho feio não tem pai”…nem mãe, pelo visto.
Vice- Diretor do Instituto de Psiquiatria da UFRJ