Temas e Controvérsias

MUSEU: ABUTRES RONDANDO CINZAS E UMA FÊNIX EXERCITANDO ASAS

(Teriam os abutres se tornado incendiários? Oito incêndios…É quase prova de CRIME)

Um certo “BraZil Journal” (com Z) publicou um texto chulo (o original, em inglês, certamente era melhor) condenando a UFRJ pelo incêndio do MUSEU e lembrando que:
“Há mais de 20 anos, I. Klabin CONSEGUIU UM CHEQUE DE US$ 80 milhões (do B. Mundial) para modernizar e reformar o M. Nacional…a única exigência era que a UFRJ aceitasse uma mudança de governança, entregando-a a uma OS”.
Não sei se empresários usam, nas suas relações do dia a dia, essa linguagem chula: “conseguiu um cheque”! Mas todos sabemos muito bem que os indutores de corrupção costumavam “entregar um cheque” (por vezes até em branco) àqueles que relutavam em se deixar corromper. Foi algo bem parecido. Como a linguagem denuncia as disposições fundamentais das pessoas/instituições! Também não sei qual era a nossa administração da época, mas precisamos levantar essa situação e prestar uma homenagem pública aos colegas que defenderam a UFRJ e seu patrimônio. Ficamos orgulhosos de sua atitude. Afinal…há também aqueles (poucos) que “aceitam cheques”.
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O tal “Brazil Journal” foi apenas a senha para que aquela fala repercutisse (Não! Talvez estivessem “preparados”) em toda MÍDIA. O que dizer daquele “a única”? Deu até para rir, tal o escárnio. Nada mais do que uma compra disfarçada! “Propostas indecentes” como essa veem-se todos os dias e não apenas em filmes e para corromper mulheres. Felizmente, ainda há quem não troque VALORES por qualquer QUANTIA. Na continuação dizem os engraçadinhos: “Um time de voluntários chegou a se formar para ajudar…”. Bem…! Voluntários (a começar pelos “da Pátria”, 1864) que se prezem (pelo menos no conceito) não costumam se apresentar como um “time”….ainda mais organizado pelo “grande amigo” (Klabin) do Pres. do próprio BM (J. Wolfenshon), o proponente…ou INTERMEDIÁRIO, melhor dizendo. Por isso, podemos ter certeza: o tal “time” era, em verdade, uma “Ação entre Amigos”. Tudo isso está dito ali. O MUSEU seria o BUTIM a ser entregue aos “piratas do BM”, esse “laboratório intelectual de todas as maldades” que o CAPITAL pode produzir: EBSERH, OSs, etc., todas geradas pelo BM
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E agora, os “herdeiros morais ou imorais” de KLABIN estão se valendo de seu nome para criar falsas e piegas “citações” a ele atribuídas. Teria dito o “patriarca” do alto dos seus 92 anos (“naturalmente calmo e educado“…faltou dizer polido): “Esse incêndio é fruto de um modelo arcaico de governança que não permite a modernização do país. Um funcionalismo que olha o Brasil de forma cartorial e funciona para si mesmo”. Não perdem uma oportunidade para falar mal do funcionalismo público e de tudo o que é…público. Bem…se, em vez de público, fosse segundo o modelo BM/”KLABINs” tudo funcionaria em função dos “AMIGOS”…quem sabe da “Família”!? SIM! A situação é horrível e, de certa forma, irreversível. O que se perdeu não será recuperado. A UFRJ resistirá, mas o que eles estão querendo mesmo é todo o nosso PATRIMÔNIO que pode gerar lucros e sua prioridade HUM é o CANECÃO. Não o incendeiam somente porque querem ganhá-lo já quase pronto, como no caso da EBSERH (aliás, foi proposta depois que o governo se comprometeu com algumas reformas dos HUs). Precisamos revitalizar o lugar, promovendo atividades de natureza amadora e das várias regiões do Brasil, representadas por suas UNIVERSIDADES.
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DAS RESPONSABILIDADES PELA PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO!
Agora vou entrar em tema muito delicado. Todos sabemos do arrocho que a UFRJ está sofrendo e da mentira da manipulação de números feita hoje por PADILHA (o homem das tarefas mais sujas de um governo mais do que sujo). Mas me assusta o risco de que isso sirva de justificativa para os nossos erros. Nós, administradores, temos que partir do PRINCÍPIO de que o atual Governo Federal é ASSIM MESMO e que nossa função como ADMINISTRADORES—em situações que mais lembram um estado de guerra, como a atual—é garantir a sobrevivência do que está sob nossa responsabilidade pelo menos NAS CONDIÇÕES em que estão. Isso quer dizer: SOBREVIVER enquanto esperamos e lutamos por dias melhores. Entendi, pela fala do diretor do museu e de outros Professores, que estavam esperando por uma reforma geral prevista, e que, por isso mesmo, não tomaram certas medidas EMERGENCIAIS. Se foi assim, trata-se de um ERRO. A fragilidade era grande demais e PREVISTA POR VÁRIAS pessoas. Exposições e expansões, em geral, somente se deveriam fazer depois de algumas medidas emergenciais que nem seriam muito caras, como formar uma BRIGADA DE INCÊNDIO exercitando os próprios funcionários e professores para lidar com material contra fogo. Mas talvez seja demais exigir que Profs desenvolvam esse nível de malícia e antecipação de desastres ou sabotagens. De minha parte, estou sempre à espreita desse risco e nesse fim de semana elaboramos uma PROPOSTA de REGULAMENTO para a moradia estudantil na qual previmos uma BRIGADA DE INCÊNDIO.
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A FÊNIX PRECISA EXERCITAR SUAS ASAS: O CANECÃO ESTÁ AQUI E É NOSSO!
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Chegou a hora de começar a realizar atividades culturais no CANECÃO e/ou arredores, especialmente AMADORAS. É plenamente possível delimitar alguns espaços ali COM SEGURANÇA para tal. Todos os anos, o IPUB e o “Fórum de Ciência e Cultura” promovem, em novembro, uma JORNADA CULTURAL que tem atingido seus objetivos. Esse seria um ano especial e o IPUB vai apresentar à REITORIA/FÓRUM uma proposta envolvendo o uso do CANECÃO e/ou ARREDORES. Afinal, o uso de toda a área do Campus da PRAIA VERMELHA teve origem na década de 1850 quando PEDRO II aqui criou o que ficou depois conhecido por “HOSPÍCIO DE PEDRO II”. Somos seus herdeiros (toda a UFRJ e não somente o IPUB), assim como o MUSEU que foi moradia da Família Imperial. Nas nossas melhores e mais tradicionais instituições encontramos quase sempre uma semente (ou bem mais do que isso) lançada por algum membro daquela família que dirigiu o país com muita grandeza e consciência social/humana.

Vice- Diretor do Instituto de Psiquiatria da UFRJ