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Prêmio Campeões da Saúde Mental 2018

O Internato Integrado de Saúde Mental, Medicina de Família e Comunidade e Saúde Coletiva da Faculdade de Medicina da UFRJ recebeu o prêmio Campeões da Saúde Mental 2018 na categoria Instituições Educacionais e Acadêmicas. O prêmio foi anunciado no Congresso Saúde Universal e Saúde Mental Para Todos que ocorreu em Malta em dezembro de 2018. Este internato é uma parceria da Faculdade de Medicina, através dos departamentos de psiquiatria e de medicina da família e comunidade com o Instituto de Psiquiatria e o Setor de Psiquiatria do HUCFF.

A premiação foi concedida pelo Projeto Dignidade Mundial (World Dignity Project) e pela Federação Mundial para Saúde Mental. O Projeto Dignidade Mundial busca identificar e reunir indivíduos, organizações, estados e países para fortalecer um movimento global contra o estigma relacionado à saúde mental. Seu lema é “Sintomas não são uma barreira para a recuperação, atitudes sim” “Toda interação humana representa uma oportunidade para uma pessoa tratar a outra com dignidade – um encontro de dignidade. Indivíduos e famílias afetados por doenças mentais podem frequentemente descrever como deve ser a dignidade. Infelizmente, porém, a maioria experimenta algo totalmente diferente. Os estigmas da doença mental não podem mais ser tolerados. Nós não podemos mais ser espectadores. Nós devemos fazer algo.”  (http://theworlddignityproject.org/)

O Internato Integrado de Saúde Mental, Medicina de Família e Comunidade e Saúde Coletiva da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro As diretrizes curriculares atuais para as Faculdades de Medicina no Brasil incluem a Saúde Mental como uma das áreas obrigatórias do internato de medicina a ser implementado até 2018. Isso trouxe algumas questões e decisões a serem tomadas pelo corpo docente da UFRJ, levando em conta a alta a prevalência de transtornos mentais na atenção primária à saúde (APS) e as recomendações da OMS sobre a integração da saúde mental na APS, acrescido do fato de que a maioria dos futuros médicos não serão psiquiatras e encontrarão seus pacientes com transtornos mentais em suas práticas clínicas cotidianas.

Trata-se de um processo bastante complexo, complexidades estas que vão desde a discussão sobre o que é Saúde Mental e sua relação com a Psiquiatria, a relevância das classificações psiquiátricas no cenário da APS e se a aprendizagem do estudante de medicina na APS ajuda no atendimento clínico do paciente com transtorno mental e no desaparecimento do estigma em relação a esses pacientes. Sabe-se que os pacientes com transtornos mentais têm uma expectativa de vida 20 anos menor que a população em geral, devido, entre muitos outros fatores, a dificuldade de tratamento de suas comorbidades clínicas pelas equipes de saúde.

(Olfson M, Gerhard T, Huang C et al. Premature Mortality among adults with schizophrenia in United States. JAMA Psychiatry. 2015; 72(12):1172-1181) Atualmente, a UFRJ conta com 126 studantes de medicina em 17 serviços de atenção primária na cidade do Rio de Janeiro acompanhados por 12 psiquiatras que comparecem semanalmente aos serviços para discutir e ver em conjunto pacientes com transtorno mental com o interno e com a equipe da Estratégia de Saúde da Família.