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NOTA: um Proc. ÉTICO PROFISSIONAL é coisa muito séria. Mais até, para mim pelo menos, do que uma queixa crime. Quem dirige uma entidade como um CRM (responsável pela fiscalização da profissão que é a MATRIZ DA ÉTICA PROFISSIONAL), precisa estar à altura dessa missão. Ao que tudo indica, porém, até a nossa profissão não está entregue a quem esteja à sua altura. Como verão no relato abaixo, bastou alguém se apresentar com o meu nome para que o CRM, sem sequer examinar um mínimo de dados disponíveis (fotos, número de registro, o conhecimento que tenho de alguns membros da atual direção, etc.), empreendesse um PEP que pode até cassar um registro. Agiu como uma espécie de SERASA, acionando pessoas indiscriminadamente. A medicina merece um pouco mais. Foi com revolta e vergonha (pela nossa situação profissional) que escrevi o texto abaixo. Não consegui, porém, dado o relato rocambolesco, deixar de usar do humor. Preparem-se para uma COMÉDIA PASTELÃO. Aviso logo que, se o CRM é obrigado ao sigilo, eu não o sou!
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Estava eu no aconchego do meu lar (28/dez) quando recebi uma correspondência lacrada e registrada do CRM-RJ. Abrindo-a, li: “OF. PEP. NÚMERO 3809/18”; “REF: SINDICÂNCIA 12.294/18”. Havia ainda, em ANEXO, a DENÚNCIA por parte de um médico (que não conheço), Dr………………..inscrição no CRM…………), que vem a ser também um dirigente do C.R. Vasco da Gama, contra alguém que a ele se apresentou como MARCIO AMARAL.
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Segundo a denúncia, no dia 28 de Nov/18, logo depois de ter realizado uma cirurgia em H. da I. do Governador, e ainda nas dependências do hospital, o denunciante foi ofendido e ameaçado verbalmente por alguém que se dizia médico e se chamar…MARCIO AMARAL: “…que se disse vascaíno…”. Vou logo comunicando que, quando me interessava pelo futebol—antes que os clubes se tornassem ambientes “tóxicos” para a sociedade e para o próprio futebol—usava torcer pelo FLUMINENSE (embora tivesse um carinho especial pelo CRVG, primeiro clube do Rio a receber, promover e valorizar todas as raças e credos, especialmente os mais desvalidos). Significativo é que sequer tenham nomeado o Hospital no qual o acontecimento teria se dado. Até entendo o cuidado, mas lembro (sem querer ensinar a ninguém sobre o seu trabalho) de que a razão de ser desse PEP repousa no fato dos acontecimentos terem se dado em AMBIENTE HOSPITALAR e implicando prejuízo ao mesmo. Se acontecesse em qualquer outro lugar, poderia caber até queixa-crime, não um PROCESSO ÉTICO…PROFISSIONAL. Ou seja: não há como deixar o Hospital de fora do problema.
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Continuando, disse o denunciante ter sido a ação “…orquestrada com outros médicos…integrantes do grupo no aplicativo ‘WHATSAPP” …VASCOMED…“. Vou logo avisando: 1-sequer tenho esse tal de “whatsapp”; 2- meu celular é dos bem velhinhos; 3- NÃO TENHO OS TAIS APLICATIVOS. Com desculpas ao colega ofendido (que fez muito em bem encaminhar a denúncia), só dizendo: “VAS..COMÉDIA…”. A situação poderia até ser olhada assim, não fossem os cuidados e o respeito exigidos de um CRM!
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Mas não foi só isso. Disse o denunciante: “O denunciado…fez uma gravação ilegal em vídeo de todo o ocorrido, desde a sua preparação para a abordagem, até  final”. AVISO: Nunca fiz gravações em geral, e meu celular só pode tirar fotos bem chinfrins…coisa que nunca faço.
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No seguimento, são reportadas as falas das pessoas envolvidas no acontecimento e eu não as vou reproduzir aqui, com seus palavrões e palavras chulas. Duas frases, entretanto, podem ser interessantes para comprovar o ERRO ESSENCIAL DE PESSOA. Teria dito, o denunciado:
1- “Bloqueei meu paciente….Artroscopia…Termina rápido…A dele demora mais…Não saio daqui sem falar uma graça para esse arrombado…”. Pelo visto, a agressão foi de ortopedista para ortopedista…e eu sou… PSIQUIATRA. Bem…considerando a situação, quem sabe não estou sendo chamado a intervir?;
2- “…Já dei uma olhada meio torta….Ele já viu minha tatuagem no braço…falei com o cara…olhando prá carocha dele com cara amarrada!”. AVISO AOS NAVEGANTES: NÃO TENHO TATUAGEM. De qualquer maneira, essas frases da “cara de mau” estão na moda e são muito ridículas! Lembram-me até  o “TREMENDÃO”: “…Mas é que eu tenho que manter a minha fama de mau…”.
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Há ainda ali muitas págs de material repugnante, especialmente por se tratar de acontecimento envolvendo médicos e em um ambiente hospitalar. O  que aqui vai, porém, parece-me suficiente para que se tenha uma ideia da situação e da IRRESPONSABILIDADE com que o CRM está lidando com o tema. Nós, os médicos, estamos mesmo em uma grave crise de valores. Infelizmente, a direção da nossa instituição mais importante não tem agido à altura de sua responsabilidade. O que dizer de uma direção cujos (alguns) membros, em uma festa de CONGRAÇAMENTO e posse, fizeram a apologia das armas e dos tiros indiscriminados e IRRESPONSÁVEIS?
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Por fim, é ali me dado um prazo de 15 dias para que me pronuncie por escrito a respeito e diretamente ao CRM. Antecipo, entretanto, que este texto será minha única manifestação a respeito sobre o assunto. Com certeza enviarei àquela direção o link PÚBLICO de seu acesso no BLOG: “TEMAS E CONTROVÉRSIAS EM PSIQUIATRIA” do IPUB. Digo ainda que não comparecerei a qualquer sindicância de investigação sobre o que já está absolutamente claro. Seria dar ainda mais motivos para que novos PROCESSOS KAFKIANOS tivessem curso.