Arte e Cultura

UFRJ VIVA! POR UM H. UNIVERSITÁRIO NA P. VERMELHA!

(Negociar sem estabelecer valores previamente É ESCAMBO e ENROLAÇÃO!)
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Minerva sao jorge (1)A escalada contra nosso uso pleno do Campus da PV tem sido vergonhosa, para dizer o mínimo. Há quase 2 meses, nosso C. de Clínica foi avisado de que havia dois homens estranhos no IPUB tirando fotografias. Todos sabemos como é delicado tirar fotos em H. Psiquiátricos, daí os cuidados para que privacidades não sejam violentadas. Foi ele em direção aos estranhos que disseram estar lá “com autorização do Reitor” (mas sem qualquer oficialização através de documento); que eram do BNDES e não disseram mais nada. Foram levados até a saída. Não demorou muito e nosso colega recebeu um telefonema de alguém se identificando como “o Reitor” perguntando quem ele era e confirmando a “autorização…de boca” (parodiando o M. da Ed. em fala aos Reitores). Na minha ingenuidade, e confiando nas boas inte nções do antigo Reitor, brinquei que provavelmente seríamos agraciados com alguma reforma dos nosso prédios históricos. LEDO ENGANO! Era uma espécie de tomada de “pesos e medidas” para venda, transferência ou alienação. Que decepção! Talvez a maior que já sofri nas minhas longas lutas políticas.
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POR QUE O HU NÃO PODE SER TRANSFERIDO PARA CÁ?
A UFRJ tem dois Campi principais na cidade: a PV e o Fundão. O da PV é, aliás, bem mais antigo. Quem duvida de que em um terreno que ocupe menos de 1/3 da área atualmente ali ociosa (cerca de 10.000 m2), se possam construir prédios de 3 ou 4 andares (30 ou 40.000 m2 em módulos e com rampas), de maneira a acolher TODAS as clínicas em atividade hoje no Fundão? Por outro lado, quem desconhece os problemas que envolvem o atual prédio do HU? Sempre achei haver naquela construção alguns VÍCIOS DE ORIGEM (aqueles que não se podem sanar), especialmente para o destino que lhe foi dado. Sem fazer qualquer “terrorismo”, até porque não há risco de cair, tudo indica que muitas das pessoas que lá trabalham não estão se sentindo muito confortáveis; seja por rachaduras, goteiras, elevadores, manutenção etc. A cho que seria hora de parar de apostar em projetos sem solução. Temos o espaço e uma negociação do restante do terreno certamente nos conferiria os recursos necessários para tanto. Desde que feita por gente que conheça o mercado e não por professores e pesquisadores que podem ser gênios nas suas áreas, mas são, em regra, incapazes de negociar de forma vantajosa ou justa.
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NEGOCIAR!? PRIMEIRO ESTABELECER VALORES…OU SERÁ ESCAMBO?!
Quem já vendeu imóvel sabe que o primeiro passo é estabelecer uma faixa aproximada de valores: valor do m2 construído. Quem vendeu terreno sabe que o valor passa a ser do “m2 raso” (digamos assim). Essas seriam as base para qualquer negociação imobiliária. O resto é ENROLAÇÃO…no mínimo. E não seria difícil estabelecer esses valores. Há, logo ali em frente, um grande empreendimento imobiliário em construção e em um terreno bem menor do que o que poderia resultar das nossas medidas. Basta verificar. Chega a surpreender que, no estranho “arranjo”, não tenham sido divulgados valores (aproximados, pelo menos) e tudo parece estar sob o COMANDO dos interessados na compra. Afinal, quem cuida do interesse público? Estão dando as cartas (ver matéria de jornal): “Melhorias no HU estão descar tadas, pois os valores seriam muito altos”. Meu amigos…meu inimigos…não duvidem: sem que tudo isso seja feito, seremos ENROLADOS e o interesse público LESADO. Nossa Reitora precisa decidir se vai entrar para a história como aquela que construiu e garantiu um NOVO H. UNIVERSITÁRIO ou aquela que não conseguiu proteger e defender a UNIVERSIDADE que estava sob sua guarda e proteção.
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SEI QUE ESTOU ATROPELANDO MEUS COLEGAS DO HU, MAS…
…Sei também o quanto estamos sendo atropelados e ainda que, em situações do gênero, a melhor conduta é SEMPRE a tomada da iniciativa. De imediato, poderia haver já algumas áreas ociosas na PV (não no IPUB, feliz ou infelizmente) propiciando alguma ocupação preliminar de maneira até a servir de teste a um projeto maior.  E sei também que essa proposta agradaria a muita gente, além de criar condições para resolver inúmeros problemas nossos. Além disso, na tal “negociação” já ocorrida, o HU foi colocado completamente de lado das unidades que podem ser alvo de possíveis investimentos. Estou certo de que, até em termos de NEGÓCIO, certamente não fomos bem assessorados. Nosso patrimônio é valioso demais e o que nos foi, de início, “prometido” parece ridículo.
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UMA COISA É CERTA: O IPUB NÃO SAIRÁ DAQUI!
Os colegas que cogitaram destruir tanta HISTÓRIA e tantos projetos deveriam se envergonhar. Considerando as palavras do próprio Ex-Reitor e do Decano, quando da posse de nossa diretoria: “Isso aqui é um oásis. Dá prazer de estar aqui!”; as palavras de colegas da Cardiologia (quando cogitaram trabalhar aqui diretamente): “Por que não pode ser assim em todos os lugares da UFRJ?!“; ou ainda a fala do Prof Bartolo (COPPE, convidado como orador em solenidade, 2015):“Essas pessoas e esse lugar fazem a gente se animar!”*, podemos ter certeza de que não somos um Instituto descartável como alguns nos estão tratando. Por vezes chego a pensar se aquela admiração verbalizada em alto e bom som não traz consigo o potencial perverso da INVEJA e da destruição. Se somos assim , isso se deve a: 1- termos boas raízes históricas; 2- termos mantido nosso compromisso público diuturnamente; 3- sempre lutando e reafirmando valores e princípios. E não nos venham com promessas nas quais nem crianças acreditariam: “Vamos construir um IPUB igualzinho, só alguns metros prá lá!“. Reparem no diminutivo: costuma ser a marca da ENROLAÇÃO: “remedinho”, “espetadinha”, etc.

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*Essa sentença do Prof. Bartollo, aliás, inspirou-me o baião que segue anexado “UMA CORDA A VIBRAR”.

Vice- Diretor do Instituto de Psiquiatria da UFRJ