Arte e Cultura

VILHENA..ALUÍSIO..LEHER..: ATAQUES AO CAMPUS PV!

(Afastar ameaças à CIDADE; avançar na aproximação com seus cidadãos)
Ponto recuado
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NOTA: O primeiro ataque direto ao CAMPUS PV (1998/9) foi capitaneado por VILHENA. Implicava abrir o muro para criar um ESTACIONAMENTO voltado aos sócios do IATE CLUBE,  fregueses do CANECÃO e outros (ver relato abaixo*).
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O ataque frontal que a comunidade acadêmica do CAMPUS PV está enfrentando (capitaneado pelo vice-reitor e pessoas não ligadas à UFRJ) não é o primeiro na nossa história, mas é, certamente, o mais dramático! O envolvimento com ele de pessoas nas quais confiávamos plenamente e a OMISSÃO generalizada de outros (de cujo compromisso com a UFRJ nunca duvidáramos), tem sido difícil de digerir. Para muitos desses, aquele compromisso foi sacrificado no altar das suas carreiras…muito pessoais. Derrotamos as duas outras tentativas, assim como essa também será derrotada, mas há que dar um salto de qualidade, principalmente na aproximação com os moradores das redondezas (agora especialmente ameaçados), no sentido de tornar orgânica a ligação do nosso CAMPUS com o bairro que o acolhe. Só assim cortaremos pela raiz outras “Aventuras do CAPITAL” por aqui.
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Em 2002/3 o Reitor Aloísio Teixeira adotou conduta muito parecida com a dos colegas que esconderam o “FIFA-UFRJ”** durante toda uma campanha eleitoral. Logo depois de assumir—com nosso apoio e tendo estado no IPUB onde obteve apoio total—apresentou um “Plano Diretor” que violentava o CAMPUS e tirava “só um pedacinho do IPUB”. Tudo em função de interesses da BRASCAN, PETROBRÁS e outras. É fácil imaginar nossa decepção: fora seu amigo e o admirava bastante. Em reunião no PALÁCIO, durante seu discurso para  “justificar” o projeto (com um risinho que me pareceu sarcástico), uma SABIÁ cantava lindamente nas árvores em volta (nosso colega Paternostro estava lá). Quando tive a palavra, falei da maravilha desse CAMPUS, das sabiás e de seu canto tão frequente no IPUB; da sua importância para a cidade e para a UFRJ. Sentia profundamente estar defendendo os interesses da CIDADE e da UFRJ.
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Em sua resposta, afetando o risinho ainda mais sarcástico, Aloísio me chamou de PATRIMONIALISTA, debochou do sabiá, etc. Foi triste…mas principalmente para ele, pois me pareceu nunca mais ter se levantado totalmente do ocorrido. Depois, recuou e voltamos a trabalhar juntos pela UFRJ (pela implantação do C. Hospitalar), retomamos a amizade e nunca falamos no ocorrido. Durante aquela luta, fizemos uma ameaça TERRÍVEL aos inimigos: juntaríamos centenas de pacientes (e familiares) e, em caravana, “INVADIRÍAMOS O RIO SUL” para fazer um piquenique nas suas praças de alimentação. O lema era simples e claro:  “Querem invadir nosso espaço…! Então aguentem, pois vamos invadir o seu!”. Por alguma razão, o recuo não demorou muito. Aloísio caiu em si, como ainda espero que faça a nossa REITORA.
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APROXIMAÇÃO COM OS MORADORES: O GRANDE AVANÇO DE AGORA!
Os riscos para a CIDADE do projeto atual são bem mais graves do que os anteriores: implicaria violência extrema contra um bairro que conquistou, como poucos, equilíbrio e harmonia em seu dia a dia. Se levado à frente, o bairro que conhecemos como: L. MÜLLER e adjacências, simplesmente NÃO EXISTIRÁ MAIS. Resultaria uma outra coisa! Penso num BAIRRO funcional e harmonioso como se fosse um corpo humano saudável: qualquer intervenção ali precisa ser respeitosa e não resultar em mudanças drásticas, por mais que os enganadores do momento prometam maravilhas! Por isso mesmo, estamos fazendo esforços, junto a colegas e moradores, para que, depois de alguns estudos no local, nossa REITORIA e o CONSELHO UNIVERSITÁRIO aceitem uma intervenção que, segundo discussão com moradores,  seria bastante útil: recuo de cerca de 3 m no muro junto ao P. DE ÔNIBUS da L. MÜLLER, de maneira criar um PONTO digno do nome, com banco e cobertura. Uma outra intervenção possível (também surgida em contato com moradores) seria um recuo de cerca de 1,0 m (C. da Ciência) na chegada à esquina. A UFRJ NÃO PERDERIA NADA, conquistando ainda mais respeito.
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COMO SE A UFRJ DEVESSE SERVIR APENAS A ELA MESMA!
Quando comecei a defender as intervenções acima, muitos dos que também lutam contra a destruição do CAMPUS me criticaram por “abrir uma porteira” pela qual o “FIFA UFRJ” acabaria por passar, etc. Trata-se de uma visão caolha, na minha opinião. Nas primeiros ataques ao CAMPUS, brigávamos contra sua invasão por grandes grupos financeiros e seus representantes: BRASCAN, PETROBRÁS, IATE CLUBE (que reúne a “nata” do CAPITAL). Agora, o que está na mesa são intervenções EM FUNÇÃO DA CIDADE E SEUS CIDADÃOS. A UFRJ pertence à SOCIEDADE e à CIDADE que lhe dá razão de ser. Somos apenas seus guardiões. Tudo o que for feito em benefício da CIDADE será apenas um retorno. Afinal, o que torna um espaço quase sagrado é seu uso público e respeitoso.
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E A REITORA…E O CONSUNI…COMO REAGIRÃO ÀS PROPOSTAS?
Ainda tenho a esperança de que nossa REITORA se dará conta: é quem mais tem a perder (do ponto de vista de sua história e biografia) por um projeto que ameaça todo um bairro. Está rodeada de pessoas nas quais não confiamos e cujo compromisso com a UFRJ não resiste à menor crítica. É hora de salvar alguma UNIDADE INTERNA (na própria UFRJ) e EXTERNA, pela aproximação muito enriquecedora com a nossa CIDADE.
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*A resistência se deu principalmente a partir dos cidadãos que usavam a área para esportes e laser, mas a vitória foi garantida pela participação decisiva da PROFa MARGARIDA MENEZES (apoiada de perto por nosso colega ORESTES). Estive também na frente daquela mobilização. Além de ser professor e membro da DIREÇÃO do IPUB, participava de vários daqueles grupos de FUTEBOL. A participação de colegas da UFRJ foi mínima: Prof Bernardo Couto e outros funcionários do INDC, além de funcionários do IPUB que também faziam parte dos grupos. Fomos intimados pela P. FEDERAL, mas logo a vitória se consolidou.
**Recuso-me a pronunciar ou escrever o nome “oficial” do tal projeto. É ofensivo! Parece dirigido à ressuscitação de um LÁZARO. A UFRJ está bem viva e pronta para espantar os parasitas que nela proliferaram. O “FIFA” (com seu falso legado) parece-me representar melhor o que está em jogo. Estávamos sendo LOGRADOS: NA COPA, NA COZINHA, ETC.
Vice- Diretor do Instituto de Psiquiatria da UFRJ