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NOTA: “Aquilo lá não vale nada!”- foi a resposta do ex-presidente do BNDES à pergunta de uma colega quanto ao porquê de não oferecerem terrenos no Fundão para venda (em reunião no IPUB com propagandistas do tal projeto). Foi cena de cinismo explícito. Fez-me até lembrar de colegas que diziam, diante de outras investidas do gênero contra nós: “É…esse terreno é muito valorizado!”. Incorporavam o discurso dos inimigos sem o reparar. Ao que eu respondia: “E É EXATAMENTE POR ISSO QUE VAMOS FICAR AQUI”. Àqueles coleguinhas que se consideram tão indigentes a ponto de não merecer trabalhar (receber alunos e pacientes; pesquisar e desenvolver outras atividades acadêmicas e culturais) em um lugar muito valorizado, digo: aliem-se aos inimigos; comam as migalhas que lhes caírem do prato! Quando acordarem, talvez seja tarde demais.

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E não é que a PENÚLTIMA (sempre pode haver mais uma) INDIGNIDADE foi finalmente verbalizada em reunião no IPUB! Os vendilhões da UFRJ sugeriram que nossa resistência ao avanço do capital financeiro (e imobiliário) sobre o Campus estaria impedindo seu reerguimento (sic). Felizmente “cantei essa pedra” por antecipação em outro texto. Quanta ironia! Quem diria que tantos colegas, ligados ao PSOL e outros partidos ditos “de esquerda”, repetiriam o “discurso Global” aplicado ao papel “salvar o Brasil” com o DESMONTE GENERALIZADO DE DIREITOS dos trabalhadores (apelidado de “REFORMAS”)!? QUEM DIRIA? Nem o mais voraz dos capitalistas poderia sonhar com uma vitória dessas…Mas não desse projeto, pois será derrotado. A vitória pela derrocada de seus antigos (talvez ex) adversários*. Afinal, AGORA TÊM UMA LINHA DIRETA DE COMUNICAÇÃO E TROCAS! Mais do que isso: são quase sócios em uma gestão comum de FUNDO IMOBILIÁRIO! Vivi para ver isso com os meus próprio olhos!

Como assinalei em outro texto, a fragilidade dos nossos inimigos é enorme. Simplesmente não têm quase nada em termos oficiais para apresentar: aprovação no CONSUNI, apoio oficial da Reitoria e outras exigências. Mas já saíram a campo! Primeiro oferecendo “confetes” para infantilizados (à maneira de S. Santos): “Digam o que querem de melhoramento em suas unidades!”. Agora, começaram a rugir para assustar os incautos: mapas em vermelho e amarelo com áreas demarcadas para demolição, “pregões marotos”, envolvimento do ex-presidente do BNDES; novos medidores de área, etc. Só não conseguem se livrar da sua enorme fragilidade: quem vai comprar cotas de um FUNDO para edifícios que provavelmente nunca subirão? Especialmente quando nós fizermos o “barulho culturalmente organizado” no qual somos bons e estamos programando. Em relação ao IPUB, a oscilação de sua atitude foi até curiosa: primeiro ESCONDERAM tudo de nós. Depois vieram com “rolo compressor” (apenas rolo de papel..molhado). Agora, diante de nossa resistência e assustados com os movimentos de aproximação de outras unidades da PV, começaram a nos adular. Até tomaram novas medidas daqui (“total de 8000 m2”), atitude entendida assim: “estamos refazendo os planos de ocupação, excluindo o IPUB”. Vão apostar no egoísmo humano, sua última esperança. Até porque, de ganância e egoísmo entendem muito bem.

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Trata-se de um recurso antigo: dividir para reinar! Se aceitássemos ofertas e cooptações do tipo (sacrificando colegas e o Campus como um todo) a indignidade seria nossa! E que atitude desastrosa a longo prazo! Depois de cercados, seríamos estrangulados lentamente…sem conseguir um olhar solidário sequer. Não duvidemos: somente lutando pelo CAMPUS PV (pelas suas unidades que dão retorno ao investimento social nelas aplicado) poderemos garantir a histórica e sagrada ocupação desse espaço; afinal, são as pessoas que consagram os lugares, as coisas e as relações. Somos, sim, a unidade mais sensível (até pelo papel social desempenhado há tanto tempo), mas isso só eleva nossa responsabilidade social e para com aqueles que nos cercam. Essa será, aliás, a boa consequência desse esforço de preservação de valores mais elevados: uma aproximação generalizada daqueles que por aqui constroem suas vidas em íntima relação com o interesse social.

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Soubemos, recentemente, que os vendilhões da UFRJ se reuniram com a Ass. de Moradores da L. Müller antes mesmo que todas as unidades da UFRJ discutissem os planos de “loteamento” de seus terrenos e esquartejamento de suas atividades. Foi um ATO DE HOSTILIDADE; aquilo que os estrategistas militares chamam “movimento de pinça”: cercar o INIMIGO por todos os lados. Não há como tergiversar: estamos sendo tratados como INIMIGOS! Responderemos à altura. E ainda há quem acredite nas boas intenções dessa gente! Por outro lado, as direções daquelas associações têm bastante experiência para saber que O CAPITAL NÃO É CONFIÁVEL! Depois que o processo começa, somente uma enorme força social pode fazê-lo parar. E isso precisa ser JÁ. Espero que se deem conta de que a politicagem do CAPITAL nunca se dá em função de VALORES mais elevados, apenas os contábeis. Vencido o primeiro inimigo, mudam imediatamente o alvo de seus ataques. Há, sim, muito a ser feito naquela área e em função da CIDADE como um todo.

“..E assim a nossa PRAIA vai abraçar toda a cidade/Pois foi aqui que a tristeza abraçou a felicidade..” (de um baião sobre o compromisso do IPUB)

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Considerando as atitudes de HOSTILIDADE dos inimigos da UFRJ, a CASA DA CIÊNCIA parece ser o nosso elo mais fraco. Já há até ameças a respeito e caso os tratores “pairem no ar” há de ser lá que vão tentar construir uma “CABEÇA DE PONTE” (as metáforas de guerra são inevitáveis). É em torno dela que devemos reforçar nossas defesas. Há ali registros históricos de se tratarem de prédios remanescentes do “Hospício de Pedro II”. Sentindo que as escaramuças verbais vão começar a ratear, certamente tentarão criar algum MARCO voltado à propaganda. Certamente contarão com algum juiz de algibeira para dar uma autorização precária em um fim de semana e tentarão agir antes que seja cassada. Quem tem contatos no IPHAN deveria solicitar uma avaliação. O essencial já temos: a solidariedade e a mobilização.

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*É fato bem conhecido: a Reitoria anterior foi composta com membros de várias das tendências das assim chamadas “esquerdas” participantes da sua campanha**. Isso gerou, em minha opinião, certa paralisia de péssimas consequências em diversas áreas. Diante da omissão de todos esses (ou quase), inclusive de nossas ENTIDADES, quanto à entrega do patrimônio a ESPECULADORES IMOBILIÁRIOS, são todos eles responsáveis e serão cobrados.

**Cito o caso dos graves acontecimentos no ALOJAMENTO, cujas dependências visitei (2015) quando de uma tentativa de suicídio de uma aluna. Preparei um relatório detalhado sobre a situação (em nome do IPUB em cuja direção me encontrava no momento), apontando deficiências e sugerindo soluções, mas NUNCA fui sequer recebido para o apresentar e discutir. Quando do assassinato de um aluno no local (2016) e diante de nova recusa em receber meu relatório, enviei-o ao MPF.