(Washington, Londres, Riyadh: um novo “EIXO DO MAL” ameaçando o mundo!)
Márcio Amaral
O “súbito” surgimento de grupos fortemente armados na região, deverá resultar em profundo rearranjo das fronteiras no O. Médio. Sua extensão? Envolve principalmente: Iraque, Síria e Líbano. Grupos “jihadistas”, porém, não são como cogumelos para nascer do dia para a noite, e o deserto não é lá um bom lugar para cogumelos. O que há é um enorme silêncio da GMídia a respeito. Esse tal “Estado Islâmico”, em verdade, nada mais é do que uma “evolução” do ISIS que atuava na Síria sob “inspiração” (leia-se: dinheiro e armas, muitas armas) SAUDITA e dos EUA…. Apenas uma consequência direta da invasão do Iraque pelas tropas americanas em 2003. A SUNITA A. Saudita nunca aceitou que a balança de poder pendesse para o lado dos XIÍTAS (leia-se Irã, principalmente). E que confusão armaram “Bush e Cia”…e a CIA! Como resultado da sua trapalhada, caiu o sunita Saddan Hussein e entrou o xiíta Al Maliki. A ironia é que tudo isso tenha sido promovido por aqueles que eram os grandes aliados do maior reinado sunita, o saudita. E quem teria sido o grande beneficiado nessa mixórdia? O arqui-inimigo dos dois, o IRÃ. Nem Peter Sellers faria melhor.
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Agora, o Rei Saudita decidiu resolver as coisas a seu modo: armou e preparou seus “cães de guerra” fundamentalistas, atiçando-os contra os “infiéis e traidores” xiítas.“Fracassamos na Síria? Obama, na hora H, roeu a corda! O governo sírio conseguiu apoio interno e está vencendo? Mudemos o foco….O Iraque é logo ali!”. E não é que até muçulmanos europeus estão mordendo essa isca e indo para lá combater? Há tanta gente sem qualquer projeto de vida por aí, pronta para pegar qualquer “bonde”, ainda que vá direto para o inferno. Curiosa é a situação da Inglaterra no caso. São tão cuidadosos com as suas fronteiras; capazes até de prender jornalistas e companheiros de jornalistas sob acusação de portar material que beneficia o terror e não viram a saída de cerca de 400 “jihadistas” (é o número estimado de britânicos que formaram uma brigada no EI), certamente todos já muito anteriormente fichados e fotografados, é claro*. Quanta hipocrisia! Agora, D. Cameron (cabeça de camarão) está temeroso de que eles retornem e promovam atos terroristas por lá. O Cameron quer matar dois coelhos…Assim, ainda aproveita para assustar seu próprio povo, atraindo-o para sob as asas do estado.
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Todas aquelas manobras de guerra, quando vistas a partir de mapas de mesa, com bonecos, casinhas e tanques de brinquedo, parecem tão fáceis e simples, não é mesmo?! Mas no terreno…quantos “efeitos colaterais”! Os cães de guerra são mesmo incontroláveis! A aparente subitaneidade do seu surgimento lembrou a alegoria do nascimento de Minerva: teria saltado da cabeça de Zeus, depois de uma enorme dor de cabeça—já adulta, grande, forte e de escudo e lança nas mãos—talvez nunca tenha tido uma representação tão fiel e marcante. Aqueles grupos também parecem ter “saltado da cabeça do Rei saudita” e depois de uma enorme “dor de cabeça”. Em verdade, estavam na Síria e dinheiro nunca lhes faltou! Aliás, quando falo A. Saudita, incluo todos os reinados sunitas da região que não são poucos e “nadam no petróleo”. Seria coincidência que a Al Qeida tenha o mesmo berço e origem que esses novos grupos? O agravante, hoje, é que a Arábia Saudita não obedece a mais ninguém, especialmente aos norte-americanos. Não os respeitam mais, desde as trapalhadas de Bush/ Chenney/Blair….seguidos agora pelas vacilações (é como ojulgam) “obâmicas”.
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Mas os EUA parecem um pouco constrangidos e divididos com os acontecimentos. A situação fugiu ao seu “controle” e até um cidadão americano foi degolado e decapitado. Mas também não querem contrariar os sauditas. Por isso Obama já avisou que seus bombardeios seriam limitados e que não enviaria qualquer tropa para o campo. Os bombardeios, aliás, têm um quê “brincadeirinha”. Não podem ser levados muito a sério, pois, segundo informações deles mesmos, NÃO VISAM AS LINHAS DE SUPRIMENTO dos grupos armados, apenas a sua “ponta de ação”, ou sua ação na ponta (vejam o mapa apresentado por D. Magnolli, GNews; ele até é informado, mas suas conclusões…)**. Qualquer “especialista” em “jogo de War”—melhor dizendo, em estratégias militares—e em GEOPOLÍTICA, sabe que é somente cortando linhas de suprimento que se inviabilizam os avanços de uma tropa qualquer. Sem suprimentos, ficam diante do dilema: recuar ou “gangrenar” por falta de “oxigenação”. Ou seja: quanto maiores seus números e quanto mais longe tiverem ido, mais frágeis serão. Sem suprimentos, sua aparente força termina por determinar sua queda. Dirão alguns: “mas isso não é válido para pequenos grupos terroristas”, só para forças regulares. Sim, mas, como disse um dos líderes dos combatentes curdos: aqueles grupos estão atacando como se fossem um estado constituído e dispondo de forças armadas regulares.
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CURDOS: OS NOVOS “QUERIDINHOS” DO OCIDENTE
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Já há algum tempo, os “jogadores de War” escolheram seus “queridinhos” na região: os curdos. São mesmo um povo bastante simpático! Mas, se “morderem essa isca”, correm o risco de ficar cercados de inimigos por todos os lados. Já há um outro povo e país nessa situação por lá…. SERÁ QUE ESSA GENTE NÃO SE CANSA DE BRINCAR DE WAR?! Quem pode confiar nas boas intenções de governos que promovem esse tipo de coisa visando principalmente o controle do petróleo? Além disso, o que são alguns milhares de membros de um outro povo espalhado pelas montanhas e que tem como deus um pavão? Está em curso um novo genocídio, engendrado pelos “jogadores de war”. Sugiro um novo conceito para avaliação de juristas: GENOCÍDIO DOLOSO OU CULPOSO? Todos os participantes do “jogo” sabiam das possíveis consequências e resolveram correr os riscos.
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NOTA: Aliás, quem está informado de que centenas de milhares de ucranianos do leste já se deslocaram em função da ofensiva e bombardeios por parte de um governo fascista (o de Kiev)? Não é isso uma “limpeza étnica”? Um governo que bombardeia seu próprio povo não pode ter futuro. Bem…Franco, depois de muitas “Guernicas”, até que ficou no comando da Espanha por muito tempo!
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Voltando ao O. Médio…E o que fazem o Pentágono e a Casa Branca diante do avanço do EI? Vão tentar apenas evitar “maiores danos na ponta”: genocídios “inúteis”. Sem falar nas muito hipócritas “campanhas humanitárias”, atirando aqueles sacos e caixas que mais humilham os povos do que os abastecem. Tentam diminuir os estragos em cuja origem estão as suas digitais.
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E O IRÃ? QUAL O SEU PAPEL EM TUDO ISSO?
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E o IRÃ (quem diria?), tornou-se o grande baluarte da paz na região! Parece estar pedindo: “Por favor, deixem-nos de fora disso!”. Tentando aplacar a ira da Arábia Saudita, os americanos promoveram a queda/substituição de Al Maliki que parecia um aliado dos iranianos. Eu cá pensei com os “meus botões”: “O Irã vai condenar! Vai dar seu apoio a Malik, tentando mantê-lo no cargo e ordenando que resista, etc.”. Que nada! Não rezou nem uma missa por ele…quer dizer…um culto islâmico! Apoiou o indicado pelos norte-americanos de imediato, quem sabe esperando que os sauditas também ficassem satisfeitos? Qual nada! À maneira dos americanos, os sauditas “projetaram” (desculpem o cacoete de psiquiatra) sobre os iranianos suas próprias intenções expansionistas e não vão abrir mão dessa conclusão tão facilmente. Já começaram a promover atentados contra o novo “governo iraniano”. As “bestas” estão soltas e ninguém mais as controla. O mundo que se proteja desse novo EIXO DO MAL! Ele é muito mais perigoso e articulado do que o outro: Coreia, Irã…e quem mais? Esse mais se parecia com um espantalho inofensivo.
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*Em um filme cômico da década de 1970, assisti cena na qual, no aeroporto de Londres, uma velhinha era revistada com brutalidade, enquanto, ao fundo, passavam homens barbudos e fortemente armados. Alguém já o disse: “A vida imita a arte”.
**A matéria apresentada no Fantástico (24/8), tentando explicar o surgimento do EI, é um atentado ao jornalismo e a qualquer mediana inteligência: os EUA teriam “apenas” se omitido enquanto os jihadistas se apoderavam “ilegalmente” das armas cedidas aos “insurgentes bonzinhos e amigos”, contrários ao Governo Sírio. É essa rede que diz lutar pela liberdade de “bem informar”!
