Arte e Cultura

ALGUNS ECOS DA VERGONHOSA ESCRAVIDÃO

A empregada doméstica tem se tornado um bem escasso!” (“Entre Aspas”, 02/5/12 G.NEWS)

Costumamos dizer que somos responsáveis pelo que dizemos, mas estou convencido de que somos também responsáveis pelo que ouvimos. O debate assinalado reuniu o autor da “pérola”: FERNANDO BOTELHO (pesquisador da FIPE), Cláudio Dedecca (prof de Economia da UNICAMP) além da mediadora, Mônica (“Pássaro da Floresta”) Waldvogel. Nenhum deles protestou diante do tratamento das empregadas domésticas como no tempo da escravidão: um bem passível até de comercialização. Por isso, são também responsáveis.

Até do ponto de vista da ECONOMIA, o conceito foi aplicado de maneira completamente equivocada. A “Mão de obra“, fora das sociedades escravagistas, nunca foi um BEM. Bem….é verdade que os jogadores de futebol continuam a ser vendidos em um curioso mercado. Mesmo nesse caso, seriam, quando muito, “pés de obra“.

Recentemente, o ex-min. Delfin Netto disse também uma frase que foi um tanto escamoteada pela imprensa. Ele continua sendo um…delfin…(como os protegidos de França) da imprensa, da intelectualidade e até da esquerda:

A empregada doméstica é um animal em extinção…Quem teve, teve…Quem não teve…“.

A frase poderia, pelo menos, ser escamoteada pelas aspas, o que diminuiria seu impacto negativo. Enquanto a do jovem (e um tanto “plastificado”) pesquisador (que já veio no “Entre Aspas”), não havia aspas que a corrigisse, sob todos os aspectos.

Cada vez mais me convenço de que os preconceituosos são, antes de tudo, uns burros. O que dizer do “Psicanalista” (e bota aspas nisso!) que xingou uma moça negra, mandando-a para a África cuidar de orangotangos? Antes de mais nada, ele vai ter que levar uns orangotangos prá lá, pois, na natureza, eles vivem em ilhas um pouquinho mais a leste.

Já escreveram a Psicologia do Oprimido. É hora de escrever a PSICOLOGIA DO PRECONCEITUOSO: o último do homens, esforçando-se para colocar outra pessoa nessa posição. Que alívio ao se tornar pelo menos o penúltimo!

Mas a cena mais engraçada foi ver aquele homem ridículo correndo pelos corredores de um “shopping”. Não se fazem mais psicanalistas como antigamente, daqueles que fumavam cachimbo, sentados em poltronas altas e diziam frases enigmáticas.

2 Comments

  1. Eu fico assim…estarrecida…de boca aberta…sem comentário, morta de vergonha !!!

  2. “Eu adorei o seu estarrecimento, mas há que tentar levar com humor e deboche. É a maior arma contra os preconceituosos. Eles são tão ridículos! Obrigado!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *