(“TOQUE DE RECOLHER”: COMO SUBMETER TODO UM POVO!)

Márcio Amaral

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Esse assunto TERRORISMO é tão grave, que governos e órgãos de investigação não deveriam deixar nenhuma pergunta no ar e sem resposta. No dia da explosão na maratona, todos os órgãos de imprensa noticiaram ter sido encontrada na biblioteca J. Kennedy (também em Boston) uma terceira bomba que no explodiu. De imediato, a polícia descartou sua ligação com as outras duas e ninguém mais falou nisso. É INACEITÁVEL. Apliquem um mero cálculo de probabilidades e verão que a chance daqueles eventos não terem ligação é ínfima: durante décadas, não se viram bombas daquele tipo na cidade; em um mesmo dia (e com poucas hora de diferença) 2 explodiram e uma terceira foi encontrada. A chance dessa confluência ter se dado ao acaso é quase nenhuma….mas existe. O que não se pode aceitar é que os investigadores descartem DE IMEDIATO essa relação e que a IMPRENSA ACEITE ESSA AFIRMAÇÃO DEIXANDO-SE PAUTAR DESSA MANEIRA. Afinal, tanto a polícia quanto a imprensa devem fazer da desconfiança seu maior instrumento.

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Seria exaustivo listar os eventos em que órgãos de investigação foram flagrados manipulando dados e informações e promovendo (eles mesmos) atos terroristas. O incêndio do “Reichtag” (1933, não de todo elucidado, mas com fortes indícios de manipulação nazista); “Watergate”, o atentado do Riocentro e até o plano de explodir o gasômetro do Rio (engendrado nos porões da nossa ditadura) são exemplos cabais do que são capazes as pessoas que vivem nos subterrâneos do poder. Nesse ponto, aliás, todos são absolutamente parecidos, independentemente de nacionalidade: deixados sem controle social, os órgãos de polícia secreta terminam por promover, eles mesmos, aquilo que deveriam combater. Os norte-americanos não são exceção….aliás, parecem ter atingido um refinamento insuperável nas práticas: obtiveram logo todo apoio popular, quando deveriam ser também objeto de controle e investigação. A velha pergunta: “A QUEM INTERESSA?” continua válida.

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“LES AGENTS PROVOCATEURS”

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Apesar da expressão ser francesa, foi com a Pol. Secreta (STATSI) da Alemanha Oriental, que o papel dos agentes provocadores atingiu sua maior dimensão. Tinham como função falar mal do governo na rua, no trabalho, com vizinhos e até na família, de maneira a provocar reações que seriam, mais tarde, denunciadas às autoridades. Ao fim, ninguém mais confiava em ninguém. Só para resfrescar a memória, há cerca de 2 anos, um grupo de jovens “terroristas” muçulmanos foi desbaratado quando se preparava para explodir uma Sinagoga nos arredores de NY (2009). Finda a operação, o FBI a detalhou: alguns policiais haviam se infiltrado em comunidades islâmicas e, depois de identificar pessoas mais vulneráveis e ressentidas, organizaram eles mesmos a “célula”. Para o “ATO”, forneceram falsos explosivos que não explodiriam nunca (AH! Bem!). É bom lembrar que tudo isso foi informado OFICIALMENTE. Quem sabe não resolveram, dessa vez, fornecer explosivos de verdade? Há ou não liberdade para desconfiar?

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O ESPÍRITO DE REBANHO: “BOI…BOI…BOI DA CARA PRETA…”

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Chega a impressionar o nível de infantilização a que está submetido o povo norte-americano! A frase mais repetida pelas autoridades políticas e policiais–depois que um jovem de 19 anos foi finalmente preso desarmado nas condições de maior fragilidade–foi: “AGORA TODOS PODEM VOLTAR A DORMIR TRANQUILOS, POIS A POLÍCIA CUMPRIU O SEU PAPEL…”. Dá mesmo a impressão de que eles estão dormindo há muito tempo…e profundamente: “Dorme neném que a CUCA vai chegar….”. E a comemoração das pessoas nas ruas?! Só um povo acuado pode tratar essa questão de uma maneira parecida com a que os povos Europeus comemoraram a derrota dos nazistas! É verdade que todo o clima foi criado por um “toque de recolher” à maneira do que ocorre em países ocupados ou em guerra civil. A desproporção é tão grande que assusta. Se todo o aparato bélico daquela nação só tem servido para causar ainda mais insegurança, há algo de muito errado acontecendo por lá! No dia 30 de out de 1938, o cineasta O. Welles provocou pânico em boa parte da pop. americana, somente ao relatar uma invasão fictícia de extra-terrestres: “A GUERRA DOS MUNDOS”. Toda aquela necessidade de força bruta tenta apenas esconder uma enorme insegurança e tendência ao pânico.

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Vejam o critério que as “forças secretas” usam para ter despertada sua desconfiança em relação a alguém em meio à multidão e digam se não somos um rebanho: SUSPEITA É AQUELA PESSOA QUE ESTÁ FAZENDO ALGO DIFERENTE EM RELAÇÃO ÀS DEMAIS E AO ACONTECIMENTO. Naquele país, eu correria riscos, pois sei que vou adotar uma porção de “atitudes suspeitas”, por exemplo: nunca vou ficar tirando fotos dos pontos turísticos; em ambientes onde há muitas pessoas, vou ficar prestando atenção nelas, pois gosto de observar os seres humanos, à procura por individualidades, muito para além da mera massa amorfa que tem sido produzida em escala global.

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ALGUMAS PERGUNTAS E PERIGOSAS SUPOSIÇÕES

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O jornalista CLÓVIS ROSSI (UOL) fez uma observação que deveria ser levada a sério. Apreciador de filmes e seriados de investigação criminal (Law and Order e outros), ele sabe como é difícil para uma Procuradoria “montar um caso”, a partir das investigações da polícia, que seja aceito pela Justiça, de maneira a obter ordens de prisão, de busca e apreensão, etc. Todos os passos de um crime são vasculhados e bem caracterizados. Já quando se trata de terrorismo…em 48 hs apontam-se os culpados, inicia-se a perseguição e eles são eliminados. Para quem não quer somente “voltar a dormir” e não gosta de compartilhar o “sono dos contentes”, tudo isso soa muito estranho. Deixando de lado a rocambolesca e inacreditável fuga do irmão mais novo, furando o cerco policial e passando com o carro sobre o irmão baleado, há muitas PERGUNTAS no ar:

1-onde foram preparadas as bombas? Vestígios sempre permanecem no ambiente, por mais que os tentem apagar.

2-os dois suspeitos saíram de casa com as mochilas ou elas lhes foram entregues em algum lugar mais perto do ponto a explodir?

3-o carro que teria sido por eles sequestrado foi submetido a perícia?

4-onde estão as cenas do enchimento do tanque por um dos irmãos, quando o dono do carro teria aproveita do para fugir?

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Uma boa polícia, em casos do gênero, orienta para a prioridade de que os suspeitos sejam capturados vivos. Só assim estabelecem conexões, chegando a outros implicados. Por lá, depois de visualizar um homem deitado, e que se soube depois estar desarmado, encheram-no de balas. Que abordagem foi essa? Como tinham a certeza de se tratar do suspeito? Agora, transferiram-no apressadamente do hospital para um local onde suas informações e movimentos podem ser melhor “controladas”. Além disso, um repórter do NY Times afirma ter visto o primeiro suspeito ser preso com vida. Como apareceu depois atropelado e baleado?

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PERIGOSAS SUPOSIÇÕES: O carro que foi apresentado como tendo sido sequestrado teria sido usado como apoio aos dois suspeitos: ali estaria o agente provocador. Já o irmão mais novo, coitado, talvez nem estivesse lá na hora do “cerco” e nem tivesse noção do que carregava às costas.

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Chamou ainda a atenção a pressa com que a própria polícia começou a dizer que eles eram terroristas isolados, lobos solitários, etc.—enquanto a imprensa, junto com “especialistas” pautados minuciosamente por ela mesma, inclusive o pres. da ABP—apresentavam teorias explicativas dignas de um Cons. Acácio. Não é papel da polícia descartar tão rapidamente possíveis conexões. Seu esforço é sempre o contrário, até que lhe provem um outro contrário, ou seja: que não havia outras conexões. Não tenho dúvidas: se esses fatos fossem relatados no “LAW AND ORDER”, as respostas a essas e outras questões teriam sido apresentadas ou a acusação seria desmascarada. Mas no dia a dia do “ORDER without LAW” nada disso parece ter muita importância. Po enquanto, estão apenas demonstrando que A. Lincoln não tinha razão: É POSSÍVEL ENGANAR MUITA GENTE POR MUITO TEMPO!