Arte e Cultura

CHICO MENDES, MARINA SILVA E AS ELITES!

(E Marina deu uma lição a universitários debochados!)

Márcio Amaral

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Pode alguém duvidar da diferenciação intelectual de Chico Mendes?
Pode alguém duvidar da diferenciação intelectual de Chico Mendes?

NOTA: considerando que a campanha de desmoralização movida contra a candidata da oposição não está encontrando uma resposta à altura; que elas envolvem valores morais essenciais; que está se verificando uma total inversão desses valores (mas sem declarar qualquer voto), resolvi entrar nessa discussão. Por falar em INVERSÃO DE VALORES, apresentar um programa de governo se tornou algo criticável e uma expressão de fraqueza. Dilma já avisou que, à maneira de seu grande mentor Brizolla, tem o seu programa “na cabeça” (lembram-se?). Já Aécio disse que não fará programa a lápis. Deve tê-lo mandado gravar no mármore da pedra da lápide de sua candidatura.
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Ao dizer que Chico Mendes fazia parte de uma ELITE, Marina Silva acreditou por demais na capacidade das pessoas em lidar com termos e expressões mais rebuscados e ambíguos. Pior: por não a terem entendido, grupos de universitários produziram um vídeo debochando de suas palavras. As pessoas se acostumaram a associar essa palavra a apenas um tipo de ELITE, a mais medíocre e mesquinha de todas: os ENDINHEIRADOS. Tenho repetido que toda sociedade produz a sua própria elite e, com frequência, dela se orgulha. Por isso, não podia me calar. Alguém duvida de que Cartola, A. Alves, Pixinguinha, Jamelão, Didi, D. Santos e outros (só para me limitar aos negros) eram vistos pela sua gente (desculpem: PELA NOSSA GENTE) como uma elite? E que orgulho tinham em saber que eles mesmos tinham sido capazes de gerar seres como aqueles com os quais se identificavam!

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O problema não reside no fato da existência de elites, mas nessa mesma elite se envergonhar da gente que a gerou, quase como uma flor se envergonhando das suas raízes sujas e emaranhadas, ou do seu caule marrom. É o que acontece com os endinheirados, cuja “superioridade” limita-se ao contábil. Ademais, só precisar desse tipo tão pobre de diferenciação quem tem um sentimento de insuficiência muito profundo. E quando, então, envergonham-se de sua condição de brasileiros, mais se parecendo com “filhos de chocadeira”!? Sim! Chico Mendes e Marina representam uma elite de sua gente (desculpem: DE NOSSA GENTE). Bem! Não deixa de ser um pouco triste que essa lição precise ser dada a universitários por uma pessoa que foi analfabeta até os 17 anos. Já a outra “ELITE”, a do dinheiro (e especialmente quando disso se orgulha), está mais para os vasos da “CELITE”.

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PF E MPF: GOVERNO OU DO ESTADO? SUAS PRERROGATIVAS!

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tumulo
Em resposta às acusações de corrupção na Petrobras (e no governo em geral), Dilma disse terem sido os órgãos do governo aqueles que a identificaram e investigaram, como se isso fosse uma demonstração de esforço do próprio GOVERNO em resolver o problema. APENAS MAIS UMA CONFISSÃO: o PT confunde completamente o Estado com o seu governo. Pobre do país onde isso acontece e esse governo é mantido, apesar de tudo! Não vou fazer carga contra a corrupção, etc., pois detesto esse tipo discussão totalmente infrutífera e moralista. O que Dilma parece não entender, é que se um governo tem poder e competência para nomear pessoas para certos cargos, as funções de muitas delas têm suas próprias PRERROGATIVASaquilo que não é preciso rogar, pois está implícito no seu papel CONSTITUCIONAL ou na sua função. Em um hospital, por exemplo, vi uma farmacêutica não saber como protestar junto à sua Direção, pois havia diversas “pequenas farmácias” espalhadas pela instituição, a partir das “amostras grátis” (“caríssimas” para a sociedade). Foi quando me dei conta da importância das PRERROGATIVAS. Nem o Papa poderia tirar dela a sua. Pois foi exatamente aquela confusão de papéis o que levou esse governo a afrontar a Constituição continuadamente, especialmente em relação ao SUS. Não há razões para dizer que outros candidatos afrontariam a Constituição da mesma maneira.

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PADILHA, O PT E SEUS NAMOROS COM A FLEXIBILIZAÇÃO DA CLT

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“Não vou mexer na CLT nem que a vaca tussa” Dilma Roussef

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Como bons “pescadores de águas turvas”, estão fazendo um alarde enorme em torno do risco da candidata de oposição “fazer uma revisão da CLT”. A verdade é que há, nas hostes petistas, muita gente que se deixou levar pela maré de liberalismo, tendo namorado inclusive a “flexibilização das leis trabalhistas”. No primeiro dia útil do ano, O GLOBO (02/01/14) publicou texto assinado por A. Padilha e Glauco Arbix (FINEP) defendendo que fossem ampliadas a outras áreas da economia, as “flexibilizações” promovidas no MS. Todos conhecemos as múltiplas “Leis Complementares” com que desfiguraram o SUS lentamente, sem falar na “EBSERH” e outras violências à Constituição. Segundo eles, as “inovações” se dariam através das PDPs (Parcerias de Desenvolvimento Produtivo): …O Brasil tem instrumentos para reproduzir o INOVA SAÚDE no setor de energia, defesa, aeroespacial, educação e mobilidade urbana…. Ocorre que o tal G. Arbix é um adorador do liberalismo. Tudo o que lhe interessa é a COMPETITIVIDADE: “…as Empresas estão no centro das atenções dos órgãos de governo. São alvos preferenciais das políticas e ocupam o centro das preocupações com a prosperidade.” (“Sete Países e uma Política: inovação”, G. Arbix e M. Salerno (www.observatoriodainovação.org.br, sem indicação de data). Bem, se assim é, “Adeus direitos trabalhistas”.

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pururuca
PDP foi a nova sigla para as PPPs: “Parceria Público Privada” e a palavra PARCERIA é uma espécie de “senha privatista” para explorar o público. FÁBULA: A GALINHA propôs ao PORCO uma PARCERIA. Ficariam ricos vendendo ovos com bacon: ela entrava com os ovos e ele…! Mas as PDPs não demoraram muito a ir para a “PDP”, enquanto o que restava de credibilidade do Padilha “ia para a P…P”. Seu primeiro resultado? Os acordos do LABOGEN (do doleiro Youssef) com o MS. E Padilha acabou por ocupar, ele mesmo, o lugar do “porco” da fábula! Tudo acabou em uma “PAP”: “PADILHA À PURURUCA”? Tornou-se uma “lesma política”, arrastando-se e deixando uma gosma atrás de si. Nem o PT sabe o que vai fazer com ele. O SUS agradece.

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Em uma entrevista para o portal IG (“FINEP: inovar no Brasil é caro…”, IG Brasília, 2011), Glauco Arbix foi ainda mais claro. Depois de fazer uma defesa de condutas totalmente “liberais” na economia, e em resposta a uma engenhosa pergunta do entrevistador, “rasgou totalmente a fantasia”:

“IG: Esse é o espírito capitalista por excelência, não?

G. ARBIX: Sim, mas o Brasil não está preparado para isso.”

Podia muito bem ter incluído um “AINDA” em sua fala e acrescentado: “Mas nós vamos chegar lá!”. No “não estar preparado” há um julgamento de atraso e um plano de levar alguém (ou país) até aquele ponto desejado, ou não? Pois bem: Marina parece ter também por perto gente que namora o “liberalismo”, como Eduardo Giannetti. Daí a aplicar essa política, vai uma distância. Já o governo Dilma tem feito tudo para agradar às empresas em detrimento do que é público, especialmente no que se refere à Saúde.

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