(Mais um pouco, e diriam que foi um “CONGRESSO CARNAL”)
Márcio Amaral
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Ouso dizer que nunca um congresso brasileiro foi tão humilhado como na situação que vem sendo protagonizada por Joaquim Levy. Nem durante a ditadura vimos uma proposta (CPMF) ser repudiada, retirada de pauta e retornar em poucas semanas…revista e aumentada…para um mesmo Congresso. Foram tratados como menin@s que não sabem o que querem. “PRO CASTIGO, JÁ!”. Já a ditadura simplesmente MANDAVA. Quem não obedecia, era cassado. Se o Congresso, como um todo, resistia, fechava-o. Foram muitas violências, mas dirigidas também a (muitas) pessoas que não se deixaram humilhar…de todo, pelo menos. Já o poder que nesse momento se instalou no planalto—mediante uma INTERVENÇÃO BRANCA…muito branca e do H. Norte—vai exigir uma humilhação só aparentemente voluntária: votação, assinatura e outros detalhes e coisinhas mais. Mas o ingrediente mais amargo e difícil de tragar foi a fala do mesmo Levy dentro da casa dos congressistas e em reunião oficial com eles: “Vocês também são culpados pela nossa perda do (sacrossanto) GRAU DE INVESTIMENTO!“. Sem leveza, Levy “pegou pesado”.
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E então, o Congresso demonstrou ter se transformado em uma espécie de massa de pão de Ló (ou de Jó, com a sua paciência e seus escravos…de Jó): quanto mais apanha, mais mole e macia fica. E então, o PSDB que vive de agradar a banqueiros e otários—especialmente paulistanos—começou a amolecer. Só o seu muito baixo clero* protestou contra a volta da CPMF…que tinham acabado de denunciar. Seus grandes líderes…sonsos…tão sonsos, fingiram que não era com eles! E eis que está se aproximando um enorme consenso e aproximação entre inimigos viscerais e sem caráter em torno—que ironia!—da CPMF! O PT e seu líder no senado (aquele “galinho garnisé” de PE) começou a falar em alíquotas, “livrando” os mais pobres do imposto. Mas o mais surpreendente foi o silêncio do PMDB. CALOU-SE COMO UM TÚMULO. Acho que o PMDB está a TEMER perder, ele mesmo, um certo “GRAU DE INVESTIMENTO”….dos banqueiros. Afinal M. Temer parece ser a “aposta e investimento” de dez entre dez banqueiros, no momento e para o futuro. Vislumbraram a possibilidade de exercer a presidência e estão esperando que ela caia no seu colo. Cuidado com essas coisas de colo! Lembram-se do Riocentro e da bomba? Agora, como os ratos da fábula, estão discutindo quem vai “colocar o guizo no rabo do gato”. Ou seja: QUEM VAI CAPITANEAR UM PEDIDO DE “IMPEACHMENT”! FHC, Aécio e Serra estão tentando convencer TEMER a nada mais TEMER. Como chegaram a esse ponto? Parece mesmo uma “ASSEMBLEIA DE RATOS”, como na fábula. Em toda essa situação “rocambolesca”, houve pelo menos uma voz de protesto e confrontação com Levy: um deputado do da base governamental…
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E O GOVERNO…COMO FICA NA SITUAÇÃO?
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Eu diria que Dilma, de uma certa forma, aceitou a sugestão de FHC: RENUNCIOU A GOVERNAR. Aquilo que costuma ser o núcleo e “espinha dorsal” de um governo está entregue a outros…seus ex-inimigos. Restou a ela cuidar de tarefas periféricas, talvez até menores do que quando era Chefe da Casa Civil: cuidar do PAC, assinar reformas que outros promovem, etc. E a senha para a compreensão de suas razões para aceitar tal humilhação foi dada em pronunciamento oficial: ” Farei TUDO para impedir que progridam os esforços golpistas, etc.”. Quando alguém diz TUDO, é TUDO MESMO. Ela nem sequer apresentou complementos que abrandariam a amplitude dessa RENÚNCIA, do tipo: “Dentro do decoro”, “Segundo as normas constitucionais”, “Desde que não firam as leis”, etc. Sim! Ela disse TUDO; assim, pura e simplesmente! Ou seja: inclusive entregar aos banqueiros TUDO o que eles estão exigindo. Como os banqueiros são, por natureza, INSACIÁVEIS, tomaram o governo como um todo. Não deixa de ser irônico e triste ao mesmo tempo, que uma pessoa tão autoritária tenha se deixado reduzir a um “zero à esquerda”. Não foi com qualquer alegria que fiz essa constatação. É verdade, que todos se alegram ao ver uma pessoa: muito autoritária; que rebaixa e humilha qualquer um à sua volta; que usa termos ofensivos na relação com seus subordinados sendo obrigada a se humilhar. Mas o que está em jogo é importante demais para que fiquemos de futrica. Diante dos ataques recentes à democracia, se me perguntarem o que sou na política, digo: UM MILITANTE ANTIFASCISTA.
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Mas, quem sabe não há uma “conspirata” (GEME…GM…GEME…Gilmar Mendes) do PT em tudo isso? Até que não seria tão mal assim! Pelo menos haveria uma sensação (certamente de autoengano) de não ter se transformado em uma geleia geral, sem qualquer projeto ou futuro. E qual pode ser essa “conspirata”? Lula teve uma reunião com Dilma pouco antes dela ceder tudo aos banqueiros…e foi para o Paraguai. Lá se distanciou das medidas de arrocho (eufemisticamente chamado de “ajuste”), condenando-as. Era um lançamento de campanha para 2018. Logo depois alguém apresentou uma PEC tentando proibir sua candidatura. Era uma PEC dirigida a uma pessoa. Parecia a ditadura mirando JK e Lacerda. Mas…imaginemos um monólogo em voz rouca naquele encontro: “Dilma! Sei que te botei nessa enrascada, mas agora você vai ter que levar isso até o fim! Você vai ter que ser o ‘boi de piranha’. Vamo fazer o seguinte: você faz qualquer coisa (TUDO, mas tudo mesmo) para ficar no poder até 2018. Enquanto isso, eu me afasto de você e espero o furacão passar. Mais um pouco e todo mundo vai aguentar ficar esperando pelas eleições. Depois, em 2018, eu volto. Até aí tudo bem. O mais difícil vai ser você aguentar, pois, na campanha, eu também vou ter que cair de pau. Bem…Você já aguentou até tortura, né mesmo?”
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MAS NADA DISSO SERIA POSSÍVEL SEM A “CONSPIRATA” DA GRANDE MÍDIA!
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Durante a “Guerra Fria”, os americanos debochavam do jornal soviético “PRAVDA” (“VERDADE”) e do seu papel na manutenção do regime através da produção de mentiras grosseiras. Pois não é que a GMid ocidental “VESTIU PRAVDA”! Mas com muito mais sutileza, é claro. Globo, VEJA, Fl de SP, Estadão…está difícil saber quem joga mais contra o Brasil e a favor dos interesses dos banqueiros. Fiquemos com a GNEWS que é sua ponta de lança. Não foi à toa que Merval e Lucas Mendes foram agraciados com prêmios por instituições midiáticas norte-americanas! Ai…aquelas medalhinhas e discursos em péssimo inglês! Os “irmãos do norte” não fazem nada sem um interesse muito claro e sabem bem a quem premiam: preparam, produzem, promovem e, por fim, premiam. Elementar. Mas há aí uma contradição insanável: somente um “time de anões” poderia resultar da liderança de um Merval; ele mesmo, uma espécie de “mestre dos anões”. Até um pito em G. Camarote (o melhor de todos), e no ar, ele deu. Quem sabe não veremos logo uma “rebelião dos anões” contra seu mestre? Mas todos eles são conduzidos por uma espécie de “Branca de Neve”, suave e doce, até que competente no que faz. Mas a maior “saia justa Global” está em tentar encontrar palavras para defender a manutenção do financiamento de campanhas por empresas. Condenam os “frutos podres” do “galho petista”, mas querem deixar sem tocar a raiz de todos os males, até mesmo das sujeiras do PT. Seus componentes aprenderam muito bem o método, mas como não tinham acesso ao GRANDE CAPITAL da BOLSA, criaram os seus “EMPRESÁRIOS DE BOLSO”, valendo-se da Petrobras.
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VÁ ENTRANDO, VÁ MANDANDO, SEJA SEU TUDO O QUE TENHO DE MEU!
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Em 1945, Villa-Lobos e Manuel Bandeira, tentando resistir à maré de submissão cultural aos norte-americanos que se seguiu à guerra (invasão do “Happy Birth Day to You“, “Gingle bell”, Papai Noel e outras coisas) resolveram fazer algumas canções muito brasileiras para lhes fazer frente: CANÇÕES DE CORDIALIDADE…tão brasileiro! Uma delas foi uma canção de BOAS VINDAS, reunindo expressões que nosso povo cunhou tão lindamente: “Amigo!/Seja bem vindo/A casa é sua/Não faça cerimônia/Vá entrando/Vá pedindo/Seja seu tudo o que tenho de meu….”.
Um dia, alguém teve a triste ideia de cantá-las durante uma visita oficial de alguma autoridade norte-americana. Bastou isso para que uma certa esquerda maldosa e de folhetim atacasse duramente nossos dois maiores artistas da época…e tão brasileiros! Foi a única vez em que Bandeira, que era filiado ao Partido Socialista, ficou indignado e saiu para a batalha ideológica escrevendo uma crônica a respeito. Bem…! Quem os atacou não reparou que a canção começa por “AMIGO”: ou seja, é dirigida a AMIGOS e apenas a amigos. Pois bem: é dos EUA que vem a máxima, repetida por um ex-embaixador do governo FHC: “Nações não têm amigos…somente interesses!” (quando da crise com a Bolívia e a Petrobras). Agora eu pergunto: O FMI e seu interventor Levy podem ser chamados de AMIGOS DO BRASIL E DA NOSSA GENTE? Pois bem, é para essas pessoas e interesses sujos que o Congresso brasileiro está cantando a bela canção. Só se forem amigos deles mesmos! Cada vez mais se aproximam da ASSEMBLEIA DOS RATOS da fábula.
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*Liderados por um deputado que conhece bem essa coisa da ser cassado por desvios de recursos de campanha: Cássio Cunha Lima. Algumas variações como seu nome também são aplicáveis, todas no imperativo e envolvendo o pres. da Câmara: “CASSEM O CUNHA LIMA!”; “LIMA O CÁSSIO, CUNHA!”; “LIMEM E CASSEM O CUNHA!”; “LIMEM O CÁSSIO…E O CUNHA!”…etc.”
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