Arte e Cultura

EUROPA: HÁ TANTAS FORMAS DE TERRORISMO!-II

(E as piores são as governamentais, pois induzem povos à submissão!)

Márcio Amaral

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AVIGDOR LIEBERMAN: POR FALAR EM “ÁGUAS TURVAS”!

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Je préfére être Carlitos!" -Cena inicial de "Luzes da Cidade". Depois de discursos de políticos para inauguração de um monumento à PAZ E À PROSPERIDADE. Discursos de políticos, flores, mulheres de chapéu, etc., descerrado o pano....está lá o Vagabundo!
Je préfére être Carlitos!” -Cena inicial de “Luzes da Cidade”. Depois de discursos de políticos para inauguração de um monumento à PAZ E À PROSPERIDADE. Discursos de políticos, flores, mulheres de chapéu, etc., descerrado o pano….está lá o Vagabundo!

Sem dúvida, esse é o maior dentre todos os “pescadores de águas turvas”. Sua intermediação para que os enterros das 4 vítimas (entre os judeus de Paris) fossem feitos em Jerusalém—até pela precipitação da decisão e por ter apanhado as famílias em seu momento mais frágil—não soou bem. E ele, além de líder da extrema direita israelense, é o Min. das Relações Exteriores! Vejam a contradição: tudo o que tem feito é semear a desconfiança em relação a quase todos os outros povos e países. Que “relações” poderão brotar desse estado de espírito? A medida faz parte de seu esforço para atrair todos os judeus do mundo para Israel. Passado o momento mais difícil, e tendo tempo para refletir, imagino que muitos dos parentes dos mortos deverão se arrepender da decisão atabalhoada. Os SIONISTAS sabem que a sensação de pertencimento de uma família a um lugar/país passa por ter seus mortos enterrados ali. Sua prioridade número 1 parece continuar a ser: dificultar toda forma de“ASSIMILACIONISMO” a outros países/culturas. Tudo o que for feito nesse sentido será perdoado. Talvez as maiores vítimas, nesse processo, sejam as comunidades iídiche em diversos pontos da “diáspora”, algumas muito bem adaptadas aos locais onde estão vivendo.

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Em recente discussão que travei, envolvendo vários de meus amigos e familiares, uma das pessoas, um tanto ofendida com esse deslocamento dos enterros, perguntou:“Por que os judeus não vão logo todos embora para Israel?”. De imediato secundei (confesso que de maneira um tanto exagerada e ridícula): “Não diga isso! Precisamos muito dos nossos judeus! Você está fazendo o jogo dos sionistas!”. Se tivesse tido tempo, diria que aquele povo tem enriquecido, das mais diversas formas, as sociedades com tem convivido; que sua saída de um lugar tem implicado sua entrada em decadência (Portugal, Espanha e até no Egito antigo*); que, ao dizer aquilo, estavam fazendo o jogo dos SIONISTAS…! Difícil é aceitar que a própria comunidade iídiche (refiro-me à brasileira) não se dê conta do quanto essas ações—em função do ISOLACIONISMO—colocam em risco o futuro e qualidade de vida dessa mesma comunidade e das pessoas individualmente. Afinal, sinto-os tão brasileiros e cariocas! E a minha “amostragem” é enorme. O que pensam, então, do que escreveu o cônsul de Israel no Rio (Osias Wurman, O GLOBO, 16/8/14): “O povo de Israel é o extrato (sic) mais perfeito do povo judeu…”? Deixando de lado que EXTRATO é de tomate e ESTRATO se refere a camada, diria que o pior no texto foi o uso da palavra “PERFEITO”. Tudo tão desumano! Será que não se dá conta dos males que tem causado a classificação de pessoas como superiores e inferiores? Além disso, como têm sofrido os pobres e limitados seres humanos em função da procura de uma falsa perfeição que termina sempre nas piores perversões! Em seu “Bunker”imundo, Hitler mantinha uma maquete da “cidade perfeita” que dizia querer construir e, por não aceitar viver em um mundo sem os “grandes e perfeitos ideais do nacional-socialismo”, Frau Goebbels assassinou seus 6 filhos fazendo-os morder cápsulas de cianureto (ver os relatos de W. Shirer—“Ascenção e queda…”–e também o filme: “A Queda”). 

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E O BRASIL?! COMO FICA EM TUDO ISSO?

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Nosso governo fez muito bem em não participar das “pantomimas parisiensis”. Não demorou, porém, para que uma série de “rábulas das redações”—essa espécie formada de escravos sem grilhões—saiu a campo para falar mal da nossa “omissão”, etc. Até Clóvis Rossi estava nesse time. Tem gente que não pode ver mesmo uma “rodinha de gente importante”! São como as mariposas: aderem rapidinho!  E acabam segurando pastas e acendendo os cigarros (antigamente) dos “importantes”! O mundo mudou e essa gente está desmascarada. A humanidade não precisa mais de comediantes para imitar políticos**. TORNARAM-SE MAUS COMEDIANTES DELES MESMOS. E por que eles tanto para aproximar o Brasil de seus esforços de enganar os povos e oprimir outras culturas? Porque, entre as pessoas simples de TODOS (arrisco-me a dizer) os povos do mundo, somos os mais IDENTIFICADOS COMO MENSAGEIROS DA PAZ! Os governos? Os povos cada vez acreditam menos neles. Esse talvez tenha sido o único legado da copa: centenas de milhares de pessoas vieram compartilhar um ambiente de acolhimento e alegria, desmascarando todo TERRORISMO midiático/governamental feito em torno de violência, etc…e a pior é sempre a policial. Aqueles jovens (na sua maioria) devem ter guardado (uns mais, outros menos) esse sentimento.

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“JE PREFERE ‘ÊTRE’ CARLITOS”…MAS…“TORNA-TE O QUE ÉS!”

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De Gaulle e Jaques Tati
De Gaulle e Jaques Tati

Definitivamente, não tenho qualquer identificação com aquela revista parisiense, embora (como Voltaire) me batesse para que continuassem a trabalhar, ainda que fazendo provocações. Se der para escolher, eu fico com CARLITOS. Por quê? Por que ele só debochava dos poderosos ou projetos de…! Já o tal Charlie…adorava humilhar os que já estão se sentindo humilhados e ofendidos. CARLITOS…Quem se lembra da  inauguração de um enorme monumento? CENA: Discursos em profusão; mulheres de chapéu e luvas; champanhe e salgadinhos…! Quando levantam o pano… quem estava deitado no colo da estátua? O próprio, inoculando vida em tudo e quebrando a formalidade tola de maus comediantes. Nesse sentido, digo que aprecio até “Mr Bean”! Mas eu não quero ser nenhum deles, até porque ficaria apenas…ridículo! O que eu quero mesmo é ouvir profundamente as palavras de Nietzsche: “TORNA-TE O QUE ÉS!”. E eu completaria: não aquilo em que a GMíd quer te transformar. E como isso é difícil!

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Sabem por que, dos USA não há mesmo de vir qualquer bom caminho para a humanidade? Por conta de um NARCISISMO que os impede de valorizar os outros povos, fazendo com que não abram mão de comandar o mundo. Por isso, deformam tudo para que se encaixe nos seus próprios, digamos assim, valores. Vejam a crônica de M. Bandeira sobre as declarações do pintor americano J. Pascin a respeito de CARLITOS: “uma fita de Carlitos, nos EUA tem uma significação muito diversa da que lhe dão fora de lá…é o sujeito que não sabe fazer as coisas como todo mundo…e viver como os outros; não se acomoda em meio algum—em suma um inadaptável. O espectador americano ri satisfeito de se sentir tão diferente daquele sonhador ridículo. É isso que faz seu sucesso nos EUA”. Não há saída! Estão aprisionados no NARCISISMO. Quando o “Central do Brasil” estreou por lá, gravaram algumas entrevistas com espectadores à saída do cinema. Ouvi de uma mulher loura, meia idade, gorda e com os cabelos em laquê: “Já vim ver esse filme 6 vezes!” (em um átimo pensei: “Que maravilha!”). E veio o complemento: “É que eu sempre penso: ‘Ainda bem que eu nasci na América!'”.

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Comecei pelo TERRORISMO e terminei pelo NARCISISMO! Pensando bem, as duas coisas estão muito relacionadas! Sua origem? A intolerância aos diferentes e o desejo de sua conquista para que se tornem iguais a nós mesmos: UMA GRANDE PORCARIA (nesse caso)! Foi assim com a CATEQUESE; continua sendo assim com os “esforços para educar outros povos”, levantando igrejas sob o disfarce de ajudá-los a se aproximar de DEUS! É isso o que explica o fenômeno BOKO HARAM, assim como o TALIBAM. O que está em jogo é, hoje e sempre, a dominação e a destruição de culturas como o “Ocidente” sempre fez. De alguma forma, passaram a, muito naturalmente, identificar o ISLÃ como instrumento de resistência CULTURAL e de certos modos de vida que precisam ser respeitados.

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*Nunca me convenci de que o povo judaico fosse escravo no Egito. Não era o regime que aplicavam por lá. Eu fico com o sucesso de José—pessoa e figura alegórica, representando um povo—e sua influência sobre o Faraó, além da competência na administração e coleta de impostos. Por isso, queriam que aquele povo ficasse por lá e resistiram à sua saída. As pragas me parecem ter sido resultado da violência contra a natureza que todo regime imperialista costuma promover. De qualquer maneira, o povo de Israel de lá saiu e não foi aniquilado, como seria de se esperar caso fossem escravos. Deve ter havido a intermediação de alguém muito respeitado. Quem sabe Moisés, cujo nome termina como o de Ramsés? O sufixo significa “engendrado por” (o sol, no caso do Faraó). Considerando que, em todas as línguas que conheço: MEU, MIO, MY, MON, MEIN, MIN… são associados à posse, quem sabe se MOISÉS não seria: “engendrado por nós”? Sim! Ele teria aberto muitas mentes e quem sabe mares? 

**TATI, é uma espécie de “irmão mais novo e atrapalhado” do “mais que perfeito” De Gaulle”. É disso que retira alguma da graça que tenta provocar.

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