Arte e Cultura

EUROPA: “VELHO” OU “DEMENTE-CONTINENTE”?- I

(Que tal ser V. mesmo e não aquilo em que lhe querem transformar?!)

Márcio Amaral

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“TORNA-TE O QUE ÉS!”– F. Nietzsche

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E o terrorismo dos desesperados fez a alegria dos órgãos de segurança que oprimem os povos do mundo! Apenas atos inconsequentes, que só ameaçam pessoas individualmente e não os sistemas de governo. Esses sabem disso, mas aproveitam para tirar vantagens, “protegendo” ainda mais seus povos, tornados cada vez mais infantis. Hitler, quando dava a ordem de invadir outros países (Noruega e outros), dizia que estava protegendo aquele povo…contra os ingleses, por exemplo. Bem pior do que o fato em si podem ser as reações de medo e pavor associadas. A massa amorfa que se espalhou pelas ruas de Paris não foi um bom sinal. Onde estavam as entidades francesas de organização social? Ter à sua frente, boa parte dos responsáveis pela criação do ambiente que levou ao desfecho, pior ainda. Que se preocupem somente com o “raio” que atingiu a cidade e não digam nada sobre o “cumulus nimbus” que estão, eles mesmos, promovendo há anos é, no mínimo, nada científico. Nesse sentido a atitude do governo alemão: apenas participar da manifestação promovida pelas organizações islâmicas (em Berlim) e contra qualquer tipo de discriminação, foi muito mais interessante. Já Holande—o homem das “terras baixas”, apesar do nome dizer o contrário— avisou que vai elevar os gastos militares. Contra quem? É, efetivamente, um homem ridículo! A decadência francesa, iniciada por um outro homem ridículo—Napoleão III, “O Pequeno” (com seu fiasco diante da Alemanha em 1870), continuada por Pétain e De Gaulle*—parece um nunca acabar.

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Mas quem gostou mesmo do acontecimento foram os “5 OLHOS”—rede OFICIAL de “informações” dos herdeiros do Império Britânico—pois quase encontraram a sua “justificação moral”. Abalados pelas denúncias do Weakleeks e de E. Snowden, devem estar dizendo: “Eu não disse!? Tudo aquilo era necessário! Agora vão todos comer na nossa mão!”. Os norte-americanos, como bons “pescadores de águas turvas”, já lançaram suas redes para “aproximar” seus órgãos de segurança dos europeus. A mesmo tempo, não conseguiram abrir mão de seu narcisismo e esnobaram a convocação. A Alemanha deverá sair fortalecida nessa disputa de hegemonia**. Há que apreciar essas contradições entre os “poderosos” que continuam pensando somente em termos GEOPOLÍTICOS=conquista, dominação e expansão! Já quando se tratam de outros povos/culturas do mundo (China, Rússia, A. do Sul), costumam se entender muito bem. Por isso, adoram os “Jihadistas”. São instrumentos valiosos para na luta contra as culturas de fora da tal “herança europeia”.

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NOTA: mantive como havia escrito, mas descobri que a “integração dos grandes líderes mundiais com as massas em Paris ” foi uma FARSA VIRTUAL. É essa a liberdade de expressão que defendem? A de enganar os povos? Que essa foto não tenha sido tornada NOTÍCIA pela GMíd, é uma confissão de que não existe mais “imprensa livre” no ocidente***. E o povo francês, pobre coitado, ávido pela ilusão de “participar de alguma coisa” e dar sentido a uma vida mesquinha, comportou-se como se fosse formado só por crianças medrosas.

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 E A VOZ DO POVO DEIXOU DE SER A VOZ DE DEUS HÁ MUITO TEMPO!

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Enfunando os papos/Saem da penumbra/Aos pulos os sapos/A luz os deslumbra/Em ronco que aterra/Berra o sapo-boi/"Meu pai foi à guerra!/"Não foi/Foi! Não foi!..." (Os Sapos, M. Bandeira).
Enfunando os papos/Saem da penumbra/Aos pulos os sapos/A luz os deslumbra/Em ronco que aterra/Berra o sapo-boi/”Meu pai foi à guerra!/”Não foi/Foi! Não foi!…” (Os Sapos, M. Bandeira).

Qualquer mobilização de milhões de pessoas tem enorme importância e precisa ser respeitada. Não é, em si mesma, uma garantia de que os valores ali defendidos são virtuosos ou elevados, no sentido do interesse da humanidade como um todo (se é que isso existe). Definitivamente, a voz do povo pode não ser a voz de Deus. Os nazifascistas eram mestres na manipulação de massas e foram necessárias forças externas às suas comunidades para serem derrotados. O ser humano, especialmente quando reduzido a massas amorfas, é muito frágil. Na Europa dos anos 1920/30, o que estava em jogo era um nacionalismo exacerbado e hostil (como tendem a ser todas as formas de nacionalismo). Havia também uma espécie de “Internacional Fascista”: identidade que se fazia em função apenas de alianças contra inimigos comuns e em potencial. Caso vencessem, logo estariam brigando entre eles mesmos. O NAZISMO VIVIA DAS GUERRAS, por isso, não tinha futuro. Já nos anos 2000/10, o que está em jogo é o aprofundamento da hegemonia dos países que formam a OTAN (com suas contradições, como assinalado). Como o espírito não mudou (apenas trocou de vestes), foram “fagocitando” outros países até as fronteiras da Rússia. Todas as “alianças e tratados” são voltadas contra algum inimigo comum, que leiam um pouco da história da Segunda G. Guerra! A OTAN é a verdade militarista/expansionista mascarada de “globalização”. Suas violências, um pouco mais sutis. Seus instrumentos para cegar o povo…mais refinados do que nunca!

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Alguns jornalistas tolos criticaram Dilma por não participar da pantomima. Vou criar o "índice de Mujica" como critério para avaliação de condutas de governantes. Pode alguém imaginar MUJICA LÁ? "Longe dessa grita/Lá onde mais densa/A noite infinita/Verte a sombra imensa/...Que soluças tu/Transido de frio/Sapo cururu/Da beira do rio".
Alguns jornalistas tolos criticaram Dilma por não participar da pantomima. Vou criar o “índice de Mujica” como critério para avaliação de condutas de governantes. Pode alguém imaginar MUJICA LÁ?
“Longe dessa grita/Lá onde mais densa/A noite infinita/Verte a sombra imensa/…Que soluças tu/Transido de frio/Sapo cururu/Da beira do rio”.

De uma tacada, aqueles mesmos órgãos de segurança/informação livraram-se de várias pressões que vinham sofrendo. Foram esquecidos, espero que momentaneamente, alguns esforços (que já estavam dando frutos) para abrir os olhos dos povos:

1- Apresentação dos documentos (Snowden/Assange) demonstrando como eles invadem e controlam todas as forças que possam atrapalhar sua hegemonia (até o Brasil!).

2- A tendência mundial (especialmente europeia) a reconhecer a Palestina e isolar Israel, inclusive economicamente. O boicote às empresas israelenses (nos moldes do que foi feito em relação à África do Sul) estava fazendo estragos por lá.

3- A atuação surpreendente do Papa que, de maneira a orgulhar outros latino-americanos, está se pronunciando abertamente contra o militarismo ocidental e sua tendência hegemônica. A inclusão do Vaticano entre os alvos dos terroristas pelos “5 olhos” chegou a ser ridícula. Não que seja improvável alguma ocorrência desse tipo, mas porque denunciava o interesse em acuar o Vaticano e controlar o Papa. Podiam ter esperado só um pouquinho. Diante de muitas coincidências, a gente desconfia de tramas cuidadosamente tecidas.
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Por fim, chega a ser ridículo como GMíd violenta a história tratando esses grupos terroristas (Boko Haram, EI e outros) como se fossem ETs! Mais um desserviço da GLOBO! São uma consequência dos estragos que as “democracias ocidentais” (especialmente suas Petroleiras) fazem na Nigéria e O. Médio. Impõem um “governo fantoche” somente para garantir seus interesses—na Nigéria, por exemplo e para controlar o sul do país rico em petróleo—e se queixam de que, no norte, surjam grupos revoltosos! Por uma razão muito fácil de entender, esses grupos se identificam com o ISLÃ como um instrumento de resistência à violência contra sua cultura. Por isso condenam a educação ocidental: essa herdeira da CATEQUESE de triste memória.

…………………………………..CONTINUA………..……………………..

*Este era o mestre da pompa e circunstância vazias. Segundo um biógrafo, seu narcisismo era tanto que “roubava” no jogo de paciência. Seu correlato cômico? “MEU TIO” de Jaques Tati. Pouca gente sabe, mas a revista HARA-KIRY, da qual a “Charlie” é herdeira, foi fechada por um deboche quando da sua morte.

**Também na Ucrânia, a Alemanha quem vem limitando as provocações da OTAN contra a Rússia. Obrigou à troca do seu Presidente—aquele Rasmussen, que mais se parecia com um oficial das SS—e critica duramente seu substituto que está falando na entrada da Ucrânia na OTAN, mesmo sabendo que isso não pode acontecer, pois é necessária a unanimidade na aceitação de novo membro.

***Perguntaram a um jornalista o que era uma NOTÍCIA. Resposta: se um cachorro morder uma mulher, isso não é uma notícia. Mas se uma mulher morder um cachorro, aí sim, temos uma NOTÍCIA. Onde foram parar a dignidade e o amor próprio dos jornalistas? Estão todos amarrados a uma “verdade oficial e inventada”! Quando haverão de se sentir “mordidos” nessa situação?

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