Arte e Cultura

“GLOBO-CGU” X UFRJ: A MONTANHA PARIU UM RATO!

(O Leão Miou e o Povo a Globo Vaiou)

Depois dos escândalos engendrados pela dupla GLOBO-CGU (fruto de uma promiscuidade pouco responsável); depois do enorme mal-estar causado em nossa comunidade acadêmica e de ameaças de intervenção (mesmo com a demonstração de que todos os contratos firmados pela UFRJ tinham seguido autorização da AGU, através sua Procuradoria na UFRJ), aquela “dupla” precisava dar algum desfecho ao problema que criou. Como fizeram? Escolheram uma edição de O GLOBO (sempre eles, como se fossem um porta-voz da CGU) do dia 24/dez; deram ênfase a uma certa “Irregularidade Administrativa” e “aplicaram” uma multa (a CGU, a rigor, não aplica multas, apenas sugere) ridícula ao Reitor, cuja foto também foi estampada. Para quem havia sobrevoado o Fundão de helicóptero, à maneira da “Cavalgada das Valquírias”* (“Apocalipse Now”), e fizera um enorme estardalhaço, podemos dizer: O LEÃO MIOU, mas também que A MONTANHA PARIU UM RATO.  

Agora que todo o circo foi desmontado, é hora de partirmos para o ataque, exigindo explicações para o muito irresponsável tratamento dado aos dados dos quais a CGU deveria ser uma espécie de fiel depositária: aquela que não vai permitir seu uso para qualquer fim perverso. Ou será que a CGU vai passar a ser chamada de CONTROLADORIA “GLOBAL” DA UNIÃO? Que espécie de “UNIÃO” foi essa que o Brasil testemunhou em grande rede? Aliás, o que foi feito da Procuradora que moveu Ação Penal contra o Reitor? Tiraram-lhe a escada, ficando ela pendurada na brocha? Que papel fez a representante do MP! Pensando bem, e reparando no seu “perfil”, não demorará muito para estar em um desses programas do meio da tarde, falando de moda ou culinária.

A mesma rede foi, em tempos recentes, protagonista de alguns dos piores escândalos de manipulação anti-republicana (em alguns casos criminosa) de acontecimentos que envolviam o interesse público . Só para refrescar a memória, quem foi o grande instrumento de divulgação como “oficiais” dos dados fraudados na eleição para Governador no Rio de Janeiro em 1982 (naquele que ficou conhecido com “ESCÂNDALO DO PROCONSULT”)? Na primeira eleição direta para governadores, e utilizando computadores pela primeira vez, os mapas das urnas tiveram seus números adulterados em favor de M. Franco, contra Brizolla. A Globo, logo nos primeiros dias, tentou criar o clima do “já ganhou” para M.Franco, mas Brizolla, que não era de aceitar essas coisas facilmente, “botou a boca no trombone”. Aquele foi, aliás, o grande momento de um jovem político chamado Cesar Maia. A nota tristemente irônica, foi vê-lo, em seu final de carreira, adulando a mesma Rede e dando o nome de R. Marinho a uma sala de música (homenagem não aceita pela família). Que sirva de lição a todos os seus aduladores. A nota trágica, foi ver o Jornal do Brasil, depois de desempenhar uma papel fundamental para desarmar a “trampa”, definhando…definhando, até finar-se, enquanto a Globo florescia, sempre comerciando adulações e estimulando vaidades.

E durante o movimento pelas “DIRETAS JÁ”! Quem foi que tentou, abraçada à DITADURA, abafar a todo custo o movimento? Adivinhem! Agora…a capacidade dessa mesma rede de trocar de lado rapidamente é impressionante. Mudam de roupa como “IRMA VAP”. E a cara-de-pau com que mudam de lado, como se sempre tivessem estado lá!? Além de tudo, há nisso uma enorme falta de caráter. Posso até admirar a determinação de alguns vilões, mas a falta de caráter é imperdoável. O poder da Rede, entretanto, e o seu “glamour”, são de tal ordem, que todos os envolvidos não demoram muito a aceitar algum compromisso de não agressão direta. E é então que a rede começa, de novo, a solapar lentamente qualquer poder que se lhe opôe. Aprendamos de vez:  A REDE É DIRIGIDA POR MEDROSOS QUE SÓ RESPEITAM UMA FORÇA INTELECTUAL MAIOR, NÃO DISPOSTA A ACORDOS E DECIDIDA A BATER FIRME NOS SEUS “PÉS DE BARRO”. Assim, até podem—por que não reconhecer?—desempenhar um importante papel social.

E a manipulação do debate LULA X COLLOR (1989)!? Se alguém ainda tinha dúvidas quanto a Lula ter caído em uma arapuca, BONI se encarregou de dissipá-las completamente. Com queCINISMO falou do objetivo de “apenas eliminar as vantagens de LULA” (tão justo!), melhorando a imagem de Collor (que teria recusado a caspa no ombro). O que dizer das pastas colocadas, por eles mesmos (os “globais”) à frente de Collor, parecendo conter denúncias sobre uma situação pessoal nebulosa na vida de Lula?! A mera alusão (feita pelo contendor) à possível denúncia, desequilibrou completamente o operário. Tudo isso sem contar com a “edição” fraudulenta que fizeram do mesmo debate. Naquele momento, COLLOR era o representante da própria Rede: um bonequinho bem programado. Depois…todos conhecem a história! Nada expressa e representa mais as “entranhas globais”, do que o sorriso cín ico de seu diretor maior ao relatar esses fatos. Se são capazes de dizer isso em cadeia nacional, imaginem o que falam (e fazem) “em particular e escondido”.

Diante desses fatos, as “manobras globais” contra a UFRJ parecem pouca coisa, mas não são, até por que envolveram difamação de pessoas reconhecidamente honestas. Com muita frequência, as consequências de acusações desse tipo tornam-se irreparáveis. Felizmente não foi o caso, uma vez que a comunidade da UFRJ percebeu de imediato o quanto de maldade e malícia havia naquelas acusações e deu apoio à sua Reitoria. Era a própria UFRJ que estava em questão! E com que alegria, ouvi de meus filhos o relato da enorme e estrepitosa vaia que a Rede recebeu no Show da praia de Copacabana (25/12), sempre que seu logotipo era mostrado! E quando tocaram aquela musiquinha tola, feita para infantilizar a cidade da rebeldia: “Hoje é um novo dia/De um novo tempo que começou…”! A vaia se generalizou. Com que felicidade pensei: quantos de nossos alunos estavam lá e aproveitaram para expressar sua revolta?! A rede vai pagar caro esse ataqu e à UFRJ. Sim! Um novo tempo talvez tenha começado. Quem sabe não será o da liberdade de expressão dos próprios jornalistas, amarrados que estão às pautas que lhes são cinicamente impostas!?

*Muito a propósito da abordagem que a Globo fêz do Fundão, segundo a mitologia germânica/nórdica, nessa “cavalgada alada”, as Valquírias assinalavam todos os que seriam mortos e/ou destruídos. Nós, com nosso lirismo muito particular, escrevemos nas nossas belas Cirandas (pedindo que a morte poupasse todos os trabalhadores): “Passa…passa gavião!/Todo mundo é bom!/A lavadeira faz assim, assim, assim…” (acompanhada de uma pantomima imitando várias profissões).

1 Comment

  1. É triste ver um país inteiro pautado por interesses tão egoístas.. é muita manipulação ao nosso redor.
    pelo menos as vaias poderão ecoar por alguns dias..

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *