(A CRUELDADE INATA DO CAPITAL, ESPECIALMENTE O FINANCEIRO)
“O capital nasce pingando sangue por todos os poros” K. Marx
Márcio Amaral
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GLOBO NEWS-Em pauta (27/02):
A jornalista, especialista economia, Thais….(de SP), reportava estudo de uma Agência Inglesa demonstrando que os impostos e encargos sobre os salários são, no Brasil, os maiores do mundo: chegam a até 56% do salário efetivamente pago (enquanto na Índia ficam em 3,5 e no México 22%).
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A mesma agência, com isso, julgou ter conseguido explicar por que, apesar do baixo crescimento do PIB, as taxas de desemprego por aqui continuavam muito baixas. Uma vez que:
1-Os impostos e encargos para demissão são muito altos;
2-Os empresários estão acreditando que a economia vai aquecer ainda este ano;
3-Por consequência, teriam que contratar as mesmas pessoas de novo e a curto prazo.
POR ISSO: PREFERIRAM MANTER OS EMPREGADOS NOS SEUS EMPREGOS.
Pensam que isso foi visto como algo virtuoso? NÃO!
Disse ela as duas frases abaixo e textualmente:
1-“Assim diminui muito a nossa competitividade!”.
Tendo em vista que essa competitividade é medida pela relação empregados/PIB, bastaria mandar 10% dos empregados embora, e a “competitividade” subiria quase uns 10%. Sempre que ouvirem falar em COMPETITIVIDADE, meus amigos, vocês já podem saber: estão falando de diminuição de direitos dos trabalhadores. Os modelos chinês e indiano estão se tornando a MECA DO CAPITAL: quando “rezam” voltam-se sempre para lá.
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2- “Isso eleva também o custo Brasil; é complicado…etc.”.
Curiosamente, a pobre repórter parece ter se dado conta do que dizia e começou a gaguejar. Que maldade fazê-la dizer algo tão cruel! Mas era fácil identificar a origem daquele texto. No “complicado” estava a marca de um certo Sardenberg (irmão pobre de banqueiro rico) que sempre pontua suas enfadonhas falas com um “É complicado…É complicado!”*. Muito mais do que complicado, defender o desemprego é totalmente imoral! As pessoas, e suas famílias, que se danem! É a ótica do CAPITAL. Assinale-se que os salários efetivamente pagos não entram na conta do “custo Brasil”.
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Poucos dias depois, eis que um certo Ilan Goldfjan, sócio do ITAÚ (aquele que faz rodinhas com os dedos no ar e fura), escreveu um texto (“Combater a inflação, mexer no emprego”, O GLobo, 05/3). TESE: para conter a inflação, seria necessário “…temporariamente reduzir o consumo e desaquecer o mercado de trabalho”. TRADUZINDO: PROVOCAR DELIBERADAMENTEDESEMPREGO.
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Engana-se, porém, quem pensa que isso se deva à necessidade de controle da inflação. Onde já se viu banqueiro muito preocupado com inflação?! Não! O economista, que só quer saber de números (em Auchwitz todos eram números), foi lá atrás e resgatou um velho conceito marxista: “o exército de reserva de desempregados”, pois: SEMPRE QUE EXISTE PLENO EMPREGO, OS SALÁRIOS SOBEM (e aumentando o consumo, óbvio, não?) Ou seja, é essencial para o Capital manter um número considerável de desempregados. PRECISAM DO DESEMPREGO; só assim, podem pressionar seus próprios trabalhadores pelo medo de perder o emprego.
A sentença do economista deveria ser traduzida assim:
1-Antes que os salários subam muito, e os empregados se acostumem com um novo patamar;
2-É necessário produzir rapidamente um “exército de reserva de desempregados”;
3-Com isso, diminuirá a massa salarial.
4-Será, então, controlada a inflação.
5-As pessoas comerão menos, comprarão menos roupa e serão menos felizes.
PRONTO: agora a sentença foi posta de pé, pois estava de ponta cabeça. ONDE JÁ SE VIU BANQUEIRO PREOCUPADO COM A INFLAÇÃO!
Mas…não pensem que o tal banqueiro é um malvado. Apenas foi assim que se formou!
A GENTE SIMPLES DO POVO QUE SE DANE! OU ENTÃO, QUE LUTE PELOS SEUS DIREITOS.
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E OS EMPRESÁRIOS DA INDÚSTRIA…O QUE PENSAM DISSO?
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Será que não perceberam que A GLOBO está defendendo interesses contrários aos seus? Sei que posso ser ingênuo, mas fiquei orgulhoso em ver que os industriais—aqueles que produzem coisas de que o povo gosta—aprenderam e não demitiram os mais fracos ao primeiro sinal de crise. Foi bonito e—quem sabe?—não serviremos de exemplo para o mundo?! Os banqueiros atacaram tanto o consumo, como se nosso povo estivesse desperdiçando e vivendo na gastança que eles mesmos, banqueiros, fazem nas suas vidas pessoais! São mesmo uns imorais.
“O MODELO DE CRESCIMENTO BASEADO NO CONSUMO ESTÁ ESGOTADO”, diziam com pompa e circunstância. Sim, depois da força demonstrada pela nossa economia e pelo mercado de trabalho, agora vamos aos investimentos! E o que os dados mostram em relação à indústria?
“…Na comparação com janeiro de 2012, a produção cresceu 5,7 por cento e, em ambos os casos, os resultados vieram acima do esperado. O resultado mensal de janeiro é o mais expressivo desde março de 2010, quando a atividade registrou avanço de 3,4 por cento na comparação anual…Todas as categorias de uso mostraram expansão em janeiro, com forte destaque para a produção de Bens de capital –ligado aos investimentos–, com alta de 8,2 por cento sobre dezembro e de 17,3 por cento ante um ano antes (UOL- 08/3/13)”
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É!!!Há mesmo algo de muito diferente acontecendo por aqui!!!…..
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*Não convidem Sardenberg e Merval para a mesma mesa, especialmente se você estiver lá. Como são chatos! Acho que pegariam o cardápio e, enquanto um diria “É complicado…É complicado”…, o outro responderia “É como eu disse…!”
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