Arte e Cultura

IPEA: NARINAS SUJAS FAREJANDO SUJEIRA À SUA VOLTA!

(“Estuprando ou estripando”, a imagem daqueles que pagam os seus salários)

Márcio Amaral

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As últimas semanas testemunharam dois ataques cerrados contra o povo brasileiro e sua cultura, ambos apresentados sob a aura da ciência e da “pesquisa”. De um lado o vexame do IPEA (Inst. de Pesquisa Econômica e Aplicada) que divulgou dados alarmantes e mentirosos acerca das “opiniões” dos brasileiros em relação à violência contra a mulher; de outro, a “demonstração” pela OCDE (Org. de Cooperação para o Desenvolvimento Econômico, órgão internacional) de que, na comparação com jovens (15 anos) de outros países, os nossos eram incapazes para o raciocínio lógico e a resolução de problemas de física, matemática, etc. O que mais me chamou a atenção, entretanto, foi a rapidez com que aquelas “conclusões” foram aceitas e propaladas em prosa e verso pela Mídia. A exceção foi a F. de SP que demonstrou, já nos primeiros dias—bem antes de saber do grave erro na divulgação dos dados—as deformações na amostragem “selecionada” para a pesquisa do IPEA. Já faz muito tempo, dei-me conta de que a palavra “pesquisa” se tornou uma espécie de senha para a sujeira e manipulação das pessoas, servindo para vender alguma coisa e para inventar e construir crenças mal intencionadas. Há que desmascarar todos esses mistificadores e pseudocientistas!

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Outras coisas, porém, devem chamar nossa atenção nesses dois casos. As duas organizações carregam, em seu nome e sua sigla, a terrível palavra “ECONÔMICO(A) e as “pesquisas” apresentadas, especialmente no caso do IPEA*, têm muito pouca relação com…economia. No caso da OCDE, a “pesquisa” foi relacionada mais diretamente à EDUCAÇÃO (e só abandonarei as ASPAS quando confiar nos métodos aplicados), por isso, há sim alguma relação com sua finalidade. Afinal, o foco de suas pesquisas (com ou sem aspas) e o fulcro da sua existência é apreparação de mão de obra (esqueçamos da palavra “CIDADÃO”) para servir ao crescimento econômico. Deixando de lado os métodos (que não foram muito divulgados), não foi por acaso que os primeiros lugares nos testes foram conquistados por estudantes orientais (Singapura, Coréia do Sul e Japão) conhecidos por sua proverbial submissão. Pior foi ver a GNews, de forma acrítica, reproduzir esses “dados” (fiéis ou falseados) com a ênfase típica aplicada por um certo “Doni Denúncia…contra o Brasil”. Bem…se o IPEA que é brasileiro (e financiado com recursos públicos) se presta àquele papel, “quem dirá” órgãos internacionais interessados em nos controlar!?

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“PONHA A MÃO NA CONSCIÊNCIA” QUEM FEZ CORO COM O IPEA! 

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Resta saber o que consideram desenvolvimento
Resta saber o que consideram desenvolvimento

Bater no IPEA e sua muito torta e manipulada “pesquisa”—desde a sua concepção—agora é fácil. Prefiro tentar provocar uma reflexão sobre a facilidade com que tomamos como verdade qualquer bobagem que serve para denegrir nosso povo**. Será que a nossa convivência e conversas que travamos nas ruas e em nossas escolas/empregos; mas também o que vemos e ouvimos de nossa gente, não são suficientes, pelo menos para que tenhamos uma resistência em aceitar as coisas horríveis que certos grupos dizem de nós mesmos? Outro fenômeno muito tipicamente brasileiro (ou das pessoas mais abastadas) é agir como se os ataques dirigidos ao nosso povo não tivessem nada a ver com eles mesmos. Em verdade, agem com “FILHOS DE CHOCADEIRA”, sem nenhuma relação com sua própria cultura. Sentem-se como franceses (ou americanos) dos trópicos, uma espécie de “pied noir” como os argelinos de origem francesa eram chamados. Não percebem nisso uma autodesvalorização? ATENÇÃO: QUANDO FALAM MAL DO POVO BRASILEIRO, É DE NÓS TODOS QUE ESTÃO FALANDO! Mas a turma do “Tô nem aí!” é bem grande e muito alienada. Mas…falou em falar mal da gente simples…respondem logo: “Tô bem aí!”. Pensam que, com isso, excluem-se das críticas.

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Voltemos ao IPEA (e esse A poderia ser de “ARRANJADA”). Bem pior do que um eventual (e inaceitável) erro foi a correção que fizeram (4/4). O texto cinicamente divulgado serviu como uma espécie de CONFIRMA (como nos votos eletrônicos) para a maldade que estava nas vísceras da própria “pesquisa”. A pergunta que teria OBTIDO (e a palavra é esta mesma) os tais 65% de apoio foi: “A mulher que é agredida e continua com o parceiro gosta de apanhar?”. Neste caso, 65,1% concordavam. Vejam a maldade explícita nessa pergunta: qualquer pesquisa digna do nome evita uma indução desse gênero a uma resposta SIM ou NÃO. Se não fossem as más intenções, a pergunta deveria ter outras opções e eu sugeriria algumas que já ouvi de mulheres nessa situação: 1-“Que o amor falou mais alto e deu uma outra oportunidade”2-“Que, apesar da indignação, o compromisso com a família e os filhos fez com que desse a ele uma nova oportunidade”3“Que tinha pena do homem e medo dele fazer uma coisa ruim com ele mesmo”. Em relação a essa última, colhi, certa vez, história exatamente desse desfecho: a mulher queria voltar para o homem que implorava e dizia que se mataria casp ela não voltasse. Os parentes praticamente a impediram. O homem se matou e ela entrou em grave depressão e culpa.

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ATO FINAL DE CINISMO EXPLÍCITO: A DEFESA DA “PESQUISA”

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Agora…“Quem acha que dramas tão sérios e tão complexos podem ser abordados dessa forma e por gente habituada a lidar só com números, levante o dedo!”. Mas que tentem, pelo menos, não apontar o dedo como inquisidores. Devagar com o andor… O que queriam que o povo respondesse, diante desse dilema e de um SIM ou NÃO? Induziram as pessoas a responder aquilo que os pesquisadores queriam ouvir. A divulgação dos dados “errados” foi apenas um ATO FALHO revelador/confirmador de uma verdade mais profunda: a intenção de denegrir e difamar o povo, a partir da atribuição às pessoas simples as SUAS PRÓPRIAS SUJEIRAS! Que tenham demorado mais de uma semana para rever o erro é uma prova de que os seus instrumentos de controle são excessivamente falhos. Pior ainda: A FADA DA MALDADE parece ter embotado todas as mentes que ultrapassaram as portas de uma instituição muito comprometida (e metida onde não é chamada e não tem competência).

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Por fim, uma enorme expressão de CINISMO por parte dos autores da pesquisa. Disseram eles: “Apesar do erro, as conclusões gerais da pesquisa continuam válidas, ensejando o aprofundamento das reflexões e debates da sociedade sobre seus preconceitos”. Em pesquisa não há desonestidade maior do que a expressa nas palavras: “CONCLUSÕES GERAIS“. Elas são feitas exatamente para evitar e eliminar as “CONCLUSÕES GENÉRICAS“. Custa a acreditar que pessoas que devotaram a sua vida às pesquisas quantitativas (ainda que “de opinião”), acostumadas que deveriam ser a tirar conclusões a partir de números, vejam algum valor em achados cujos números caíram em descrédito.  A capacidade que alguns seres humanos têm de mentir para eles mesmos é impressionante. Não percebem que quanto mais se mexem, mais se afundam no pântano por eles mesmos criado? Como diria o povo para se livrar dessas pragas que vivem sugando seus impostos: “Vá de Retro!”, “Te esconjuro! Pé de pato mangalô três vezes!”

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*De amigos da área, e bastante conservadores, aliás, ouvi dizer que o IPEA já foi muito conceituado e respeitado. O “Governo do PT” o teria destruído. A verificar. Frase também ouvida: “Mas o que que o IPEA tinha que se meter nisso que não tem nada a ver com ele?!”. O fato é que o governo, mais uma vez, ficou muito mal.

**De minha parte, orgulho-me de, no meio da semana e em discussão familiar, ter escrito para filhos e irmãs: “Não acreditem em qualquer coisa!“: “Eles fazem pesquisas manipuladas e indutivas de respostas. Têm a intenção de demonstrar que o ser humano é mau e sujo. Só assim justificam o tipo de poder que exercem. Só com a pesquisa inteira e as condições da pergunta vou valorizar. O problema existe, mas devagar com o andor! Não há pq acreditar sem uma divulgação/discussão da metodologia. Agora, essa “pesquisa” da OCDE “mostrando” que nossos jovens não sabem sequer raciocinar com lógica, foi a mesma coisa. Só para nos denegrir. Cadê a Metodologia? Primeiros lugares: jovens orientais, conhecidos por sua submissão. O que aquela organ. sabe de Educação para formar cidadãos?”

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