Arte e Cultura

LEIBNIZ “VS” NEWTON: A GRAVIDADE É UMA FALÁCIA?-I

(Desbancou Newton em tudo! Haveria uma REPULSÃO generalizada no UNIVERSO)

Márcio Amaral, vice-diretor IPUB

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“Um corpo nunca é movido, senão impelido…e continua até que seja impedido por um outro corpo…Qualquer outra operação sobre o corpo será milagrosa ou imaginária” GW Leibniz (1646-1716)

“A gravitação da matéria rumo à matéria, por caminhos que não compreendo, é…demonstração de que Deus pode…colocar nos corpos…maneiras de agir que estão acima da nossa compreensão” J. Locke (1632-1704) submetendo-se (e se humilhando?) a I. Newton (1643-1727)

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NOTA: caso as observações que se seguem tenham algum interesse, terão decorrido apenas de desdobramentos das teses de Leibniz. Se forem meramente ociosas terão servido pelo menos para “apresentar” aos físicos modernos um pensador cujo desconhecimento pelos do século passado pode ser considerado ESCANDALOSO.

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A transição entre os sécs XVII e XVIII assistiu a um grande embate entre o EMPIRISMO inglês (priorizando um raciocínio mecânico na abordagem da natureza), cujos epígonos foram J. Locke e I. Newton por um lado e o pensador de difícil classificação (idealista metafísico?) GW Leibniz. Até pela enorme influência da Inglaterra e de suas Academias no mundo—aliadas aos iluministas franceses (também “embriagados” de materialismo)—e ainda pela omissão dos alemães (especialmente de Kant), a obra de Leibniz demorou um bom tempo para ser plenamente reconhecida. Se é que o foi verdadeiramente. Deixando de lado os aspectos muito mesquinhos dos ataques ao alemão promovidos por I. Newton—especialmente quanto a quem teria desenvolvido primeiro o cálculo infinitesimal—o fato é que, para os PRINCIPAIS focos das polêmicas, todas antecipações de LEIBNIZ têm se confirmado:

1– Relatividade tempo/espaço1- ESPAÇO“…Demonstrei que o espaço não é mais do que uma ordem da existência das coisas na sua simultaneidade. Assim, a ficção de um universo material finito, que passeia todo inteiro num espaço infinito não poderia ser admitida. É totalmente irracional e impraticável…Além de não haver espaço fora do universo material…São imaginações dos filósofos de noções incompletas que fazem do espaço uma realidade absoluta…”; TEMPO: “…como poderia existir algo do qual não existe qualquer parte…somente momentos e esses não são sequer uma parte do tempo.” (Leibniz, Correspondência com Clark)

2- Não há VÁCUO e a materialidade da luz“…não há vazio ou vácuo, de modo algum, nos recipientes, pois que o vidro tem poros sutis através dos quais os raios de luz, do ímã e de outras matérias muito finas podem passar.” (idem)

3- Não há ÁTOMOS isolados, mas MÔNADAS: “…J. Locke julga que o vazio é necessário na matéria para que aconteça o movimento, visto que suas pequenas partes seriam duras…se a matéria fosse composta totalmente dessas partes, o movimento seria impossível, como numa sala cheia de pedrinhas caso não houvesse vácuo entre elas…Deve-se antes conceber o espaço como cheio de  matéria originalmente fluida, susceptível de todas as divisões…não existe corpo que seja duro em grau supremo…ou algum átomo de dureza insuperável nem qualquer massa totalmente indiferente à divisão.” (“Novos Ensaios” em “OS PENSADORES” e “Philosophical Texts” OXFORD P. TEXTS, Oxford Un. Press, 1998).

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A FALÁCIA DA GRAVIDADE E DA “MATÉRIA ESCURA”*?

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J. Locke

Mas há outro questionamento do alemão que atinge o núcleo daquilo por que Newton é mais conhecido: a assim chamada FORÇA GRAVITACIONAL. A rigor, descobertas recentes têm levantado fortes suspeitas de que essa tal força não seja uma propriedade intrínseca à matéria. Seria um “constructo”, pois se mostrou um problema no estudo das partículas e das galáxias. Em esforço extremo—tentando salvar tanto a Newton quanto a Einstein—foi “inventada” até uma certa “matéria escura” de maneira a ajustar algumas contas visando salvar a teoria. Muito nebulosas estavam mesmo eram as mentes e conceitos dos físicos. Diante desse quadro, talvez não seja demais retomar os escritos de um pensador que, desde a formulação da hipótese da força GRAVITACIONAL, fez a ela uma oposição ferrenha e não respondida. Será que nem depois de 300 anos de sua morte (1716) foi “perdoado” por desbancar o “Cavaleiro da Rainha”? Essa ignorância dos físicos em relação à sua obra é inadmissível. Um outro problema na abordagem da obra de LEIBNIZ é seu recurso permanente a….DEUS como sustentação de sua metafísica a qual, por seu lado, sustentaria o próprio mundo físico (estudado por ele como ninguém, é bom assinalr). Com isso, conseguiu não reduzir a natureza a uma interação de formas, extensão, tempo contábil e mecanismos.

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O QUE HÁ É UMA REPULSÃO GENERALIZADA, NÃO ATRAÇÃO

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E quais foram as ressalvas de Leibniz à FORÇA GRAVITACIONAL? 1- os corpos costumam agir sobre outros por AFASTAMENTO (colisão, atrito) e não por atração; 2- a própria força centrífuga (inerente aos movimentos rotatórios típicos dos astros) implicaria também um afastamento e não uma atração de outros corpos; 3- a apresentação da hipótese da gravidade deixou de lado o questionamento do como se processaria essa “nova forma” de movimento e/ou força (não existente em outras expressões sequer parecidas na natureza). Assim, havia que tentar inverter o raciocínio. Quando o fiz, apareceram questões nada negligenciáveis:

1- se o universo está em EXPANSÃO (certeza?), isso seria muito melhor explicado por uma REPULSÃO generalizada do que por ATRAÇÃO. Um certo equilíbrio instável somente se manteria a partir da expansão.

2- se há uma ATRAÇÃO predominante; se não há outro corpo entre a Terra e a Lua ; se a AÇÃO (em quaisquer dos sentidos) que esta sofre é predominantemente da Terra (a ponto de seu movimento de rotação ser totalmente “ligado” ao da Terra), por que, em sendo mesmo uma atração, A lua não se choca com a Terra? O que parece estar acontecendo é o oposto, seu afastamento (alguns cms/ano).

3- todas as imagens ilustrativas no tal “espaço curvo” (Einstein) sugerem uma REPULSÃO (e não atração). O mesmo aparece nas ilustrações da passagem de raios de luz na periferia dos astros (ver tentativa de demonstração no texto seguinte).

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J. LOCKE TAMBÉM DEFENDEU A IMPULSÃO (REPULSÃO)…MAS VOLTOU ATRÁS!

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E ainda se retratou: “..Reconheço haver dito que o corpo opera por IMPULSÃO e não de outra forma. Tal era a minha opinião quando escrevi e ainda hoje não consigo conceber outra maneira de ação…depois disso me convenci, pelo livro incomparável do judicioso Sr. Newton, que seria muita presunção querer limitar o poder de Deus…A gravitação da matéria rumo à matéria, por caminhos que não compreendo, é não somente uma demonstração de que Deus pode, quando lhe aprouver (milagre?), colocar nos corpos poderes e maneiras de agir que estão acima da nossa compreensão…é uma instância incontestável que assim o fez efetivamente”. Já na edição francesa escreveu Locke “…é por IMPULSÃO, e não por outra forma, que os corpos agem uns sobre os outros…”. Os dois ingleses não ficaram muito bem nessa situação. Troquem a palavra Deus por Newton e a sentença de Locke passa a fazer sentido. Afinal, reconheceu (por alguma razão talvez inconfessável) o direito do outro de falar por Deus. Cheguei a imaginar alguma ironia naquelas estranhas palavras. Talvez um espírito INQUISITORIAL.

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ALGUMAS QUESTÕES A RESPONDER A PARTIR DA HIPÓTESE

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Nisso tudo, algumas questões permanecem: por que as coisas caem perpendicularmente à Terra, a partir do rompimento da “barreira” dita gravitacional? Nesse processo de choque entre forças de REPULSÃO, e à maneira da película invisível que se forma na superfície da água (por conta da atração mútua entre as moléculas contíguas na superfície e também da pressão do ar), cada corpo celeste seria como que protegido (sem aspas, pois há um “bombardeio”) por uma “película” semelhante à formada sobre a água. A densidade ali seria enorme, dada a intensidade da pressão sofrida e exercida. Depois de vencida essa barreira, a PRESSÃO de fora exerceria sua força plena e quase sem oposição EMPURRANDO o corpo (qualquer) em direção perpendicular à Terra. Sendo assim, há que considerar a área/volume que parece envolver todos os astros (delimitado por aquela “película”) como fazendo também parte deles e não somente sua parte sólida (?). A ser isso verdadeiro, o desvio dos raios luminosos que atravessariam (uma possibilidade também) a “película” teria alguma semelhança com a REFRAÇÃO como a que sofrem ao atravessar a água. E então, o tal “espaço curvo”—ele mesmo um total contrassenso, pois não há espaço como uma “coisa”—teria o destino que merece. Pois se em todo canto e na própria Terra, aliás, o que está em curso são expansão e afastamento generalizados, inclusive dos continentes! Que expliquem a aparente contradição: se a Terra está se EXPANDINDO (sua superfície se afastando do seu centro), como poderia estar atraindo outros corpos para ela mesma? Algo me diz que LEIBNIZ tinha razão.

……CONTINUA:  A “TEORIA DAS CORDAS” DE ERIK VELINDE…SEM GRAVIDADE….

*Alguns começaram a chamá-la “força contrária à gravidade”! A “Matéria escura” mais parece uma invenção; e curvos certos raciocínios! Talvez baste tirar a gravidade da equação para que tudo se resolva. Afinal, quando um “modelo” teórico precisa de muitos “remendos”, é hora de rever suas bases.

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