Arte e Cultura

M. DANTAS (ECO) ATACANDO A UFRJ* EM “CARTA CAPITAL”!

(Se um TITULAR dá uma “furada” dessas…Então, chamem o reserva…Já!)

Márcio Amaral- vice-diretor- IPUB-UFRJ

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Os derrotados, a rigor, foram a própria ADUFRJ e sua matriz maior, a ANDES-SN…” (Do Prof Titular da ECO, Marcos Dantas, “Porque a oposição venceu as eleições sindicais na UFRJ”, 22/9/15)

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cfchQualquer pessoa que aplicasse um mínimo de lógica à afirmação acima veria uma espécie de lamento de alguém muito preocupado com os novos destinos que serão dados à entidade após a vitória da chapa de oposição. Afinal, se uma entidade teria saído perdendo (foi “derrotada”) com a eleição de um novo grupo político, isso IMPLICA, NECESSARIAMENTE, um crença em que o novo grupo deverá apequenar a entidade. Essa seria a ÚNICA EXPLICAÇÃO PLAUSÍVEL para a afirmação. Afinal, “No início, era o verbo”! Por mais que tentemos dar um outro sentido à afirmação, ela permanece lá, indiscutível  e sem possibilidade de tergiversação. E como esse leitor imaginário ficaria surpreso ao ler o restante do texto e verificar que o “comunicador” queria dizer exatamente o contrário! Tudo teria se devido apenas a um grave tropeço de COMUNICAÇÃO…de um TITULAR em COMUNICAÇÃO. Então, “CHAMEM O RESERVA…JÁ!”

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Mas eu vou sugerir a ele uma saída honrosa para o seu, digamos assim, grave equívoco: diga que tudo se tratou apenas de um “ATO FALHO”; que “se traiu” (somente por suposição, é bom lembrar) e, por isso, teria revelado alguns móveis e intenções inconfessáveis e muito conscientes. Seu desprezo pelas lutas políticas (em geral) seria tão incontrolável que extravasou, como que “transpirando pelos poros”: ele gostaria mesmo era de ver a nova gestão apenas gerindo uma espécie de “massa falida”. Ou seja: que desse um fim à entidade e matasse a política de uma vez na UFRJ. Afinal, o que mais defende é que seus colegas “não percam tempo com essa coisa menor”:

“…um grande CONJUNTO majoritário de professores e professoras sem tempo a perder e sem muito interesse por suas propostas e práticas…”

“…da grande “maioria silenciosa” que, normalmente, prefere dedicar seu tempo às suas pesquisas, publicações, aulas…do que a uma “pauta” que não lhe diz respeito”.

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Alguém deveria lhe dizer que há uma espécie de OXIMORO (contradição no próprio enunciado) na primeira sentença: a palavra CONJUNTO implica uma espécie de “atividade concertante”entre os diversos membros de um todo qualquer. Implica, também, alguma atividade comum, que os aproxime e una: assembleias, discussões dos destinos e votações, por exemplo. Ou seja, tudo aquilo de que ele não gosta: A BOA POLÍTICA! Não a “politicagem” que nós dois (sim, devemos ter algo em comum) condenamos, mas aquela que deriva da POLIS grega e seu primeiro esforço para encontrar instrumentos coletivos de maneira a resolver problemas das suas cidades. Mas…surpreendente mesmo foi ver sua citação de R. Nixon (aquele do “Watergate” e às vésperas da renúncia)  e suas “maiorias silenciosas”. Está em boa companhia. Pensando bem, talvez fosse melhor ele citar M. Thatcher: “Sociedade! Isso não existe! O que existe são pessoas isoladas”. Viria bem a propósito do seu texto. Bastaria uma simples corruptela para que a afinidade fosse total: “UNIVERSIDADE! ISSO NÃO DEVE EXISTIR! APENAS PROFS ISOLADOS!”.
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E com que desprezo ele tratou o próprio movimento que levou à vitória a chapa que ele diz apoiar e defender; especialmente as que afirmaram a posição daquela mesma chapa:“…assembléias sindicais. Estas INFLARAM embora nunca tenham chegado a reunir mais de 600 professores – num universo de cerca de 4 mil…”. Ele pode até ser “homem de comunicação”, mas eu sou muito ligado à LINGUAGEM, e sei que o verbo INFLAR somente se usa, nesse tipo de situação, com o objetivo de desprezo e demonstração de inconsistência, etc. Somente quem tinha—e lhe ofereço essa “quem-tinha”, pois foi como as informações lhe chegaram a respeito…frias, é claro—uma total falta de sintonia com o que se passou na UFRJ nos últimos meses poderia ter escrito tamanha tolice. Independentemente de resultados, foi a boa política universitária aquela que saiu vencedora da enorme mobilização em torno das decisões coletivas e das eleições**. E isso deve ser tributado também aos derrotados. Talvez sejam um MARCO apontado para a frente, para uma participação cada vez maior. Mas o que Marco Dantas gostaria mesmo era que se tornasse uma espécie de “MARCO D’ANTES”, ou seja atrelado a um passado pré grego, pré política, etc.

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Os pernósticos---aqueles que não se "misturam"---têm mesmo muitas razões para preocupação: a POLÍTICA (sem adjetivação) voltou com toda força à UFRJ. Um número cada vez maior de colegas (dos 3 segmentos) resolveu tomar em suas mãos os seus próprios destinos e da instituição que está no centro de nossas vidas.
Os pernósticos—aqueles que não se “misturam”—têm mesmo muitas razões para preocupação: a POLÍTICA (sem adjetivação) voltou com toda força à UFRJ. Um número cada vez maior de colegas (dos 3 segmentos) resolveu tomar em suas mãos os seus próprios destinos e da instituição que está no centro de nossas vidas.

Em seu afã de destruição ele atingiu até a chapa vencedora…e de forma bem direta. Respondendo à questão apresentada no próprio título do seu texto, aquela vitória teria acontecido somente por conta da desolação e falta de paciência dos profs para com os caminhos trilhados pela direção anterior: “…cujas práticas ultrapassaram, definitivamente, os estoques de paciência da maioria dos professores…”. Nenhum valor ele deu (sem julgamento meu): à tomada de consciência quanto à importância da luta sindical; à campanha bem conduzida; a uma plataforma bem feita, apresentada e discutida; ao esforço de sindicalização massiva e outros. De minha parte, eu que também critiquei duramente a maneira como foi decidida a greve; que votei pela sua suspensão e que não votei nas eleições por não ter clareza quanto às propostas, sugiro à nova diretoria eleita: cuidado com esse tipo de apoio. NADA PODE SER MAIS DESTRUTIVO. Para esse colega, TRIPUDIAR é muito mais importante do que LOUVAR. E assim não se constrói nada.

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Com relação aos seus ataques dirigidos ao mov. estudantil, melhor deixar que outros se pronunciem. Da “…pauta que não interessa aos profs…”, a alienação é de tal ordem que não precisa que a apontem. Dos ataques à Reitoria, idem! Mas a sentença com que ele termina seu texto é digna de uma PITONISA GREGA, carecendo de interpretação: “…a real representatividade e legitimidade dessas greves minoritárias deveriam também ser melhor avaliadas pelas autoridades, em Brasília”. Está mesmo se tornando uma praga entre os “derrotados da UFRJ” (uma nova categoria?) clamar pela “madre superiora” para que dê um “pito nos meninos e meninas levados”! É uma confissão de incompetência. Aliás, é quase uma lei: quem desiste da boa política—especialmente por incapacidade de discutir—acaba por se associar ao fascismo. Nesse sentido, e considerando o clamor intervencionista do texto do Prof Marco Dantas, posso dizer que os “Três Mosqueteiros” da fascismo na imprensa: OLAVO, REINADO E CONSTANTINO, encontraram o seu D’Antasnhan.

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*Quem, no seio de uma universidade—desconhecendo sua AUTONOMIA—clama por uma intervenção externa (especialmente quando de caráter repressivo), ataca diretamente essa mesma universidade. Então, o que está em jogo deixou de ser apenas um “conceito diferente de universidade”.

**A presença de 15% do universo dos profs em assembleia, considerando a dispersão das nossas unidades, está longe de ser um número desprezível. Considerando, ainda, que foram várias assembleias, em estimativa grosseria poderíamos especular que pelo menos o dobro daquele número participou de pelo menos uma delas. Por fim, cerca de 1/3 do universo dos profs participou do pleito (quase 1500). Só uma alma mesquinha poderia desprezar esses números: “Os homens julgam as coisas de acordo com o metro da sua própria grandeza ou pequenez”. (S.T.Aquino)

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