Arte e Cultura

O GLOBO: “QUARTO PODER” OU “QUINTA COLUNA*”?

(*grupos que trabalham, dentro de um país, solapando suas bases e preparando invasões estrangeiras)

Que a grande imprensa defende os interesses de uma classe social, todos já o sabem! Que ela defenda interesses de grupos estrangeiros, contrários aos interesses de seu próprio país—uma espécie de “quinta coluna”—é algo que surpreende. Enquanto o Gov.Fed. luta de forma tenaz e competente contra ataques terríveis, “O Globo”, e muitos dos seus colunistas, como bons“Amigos da Onça” (ou das Águias, pois em tempo de Ecologia, devemos todos ser amigos da onça), ficam solapando esses esforços, atribuindo tudo a problemas de infra-estrutura (que existem mesmo); a sobrecarga de direitos trabalhistas e, principalmente, à “baixa produtividade do trabalhador brasileiro”.

Segundo sua manchete de domingo (18/3) “TRABALHO NA LANTERNA”, a produtividade do nosso trabalhador, na AL, só seria maior do que as de Equador e Bolívia. Quando pensamos, porém, que esse resultado se deve à SITUAÇÃO DE (quase) PLENO EMPREGO entre nós, toda a perversão do raciocínio fica óbvia. Eliminem-se 10 ou 20% das pessoas atualmente empregadas no Brasil e subiremos muitos graus naquela escala. Se a preocupação fosse apenas com números e se fossem eliminados todos os “seres humanos supérfluos” (típico do capitalismo, segundo H. Arendt), estaríamos no mesmo caminho das “Nações desenvolvidas” que têm “produzido” cada vez mais pobres em seus próprios territórios.

Sabedor de que, com enorme frequência, as manchetes não são fiéis às matérias, li tudo com a maior atenção, certo de que discutiriam, pelo menos lá no finzinho, o fato do “efeito pleno emprego” (com a inclusão de pessoas menos preparadas) estar derrubando nossa pontuação naquele “índice devorador de gente”. Qual nada? O que eles queriam era mesmo o número frio e desalmado. NÃO DUVIDEM! ESSE TALVEZ SEJA O MAIS CRUEL DE TODOS OS ÍNDICES INVENTADOS PELA MÁQUINA DE EXCLUSÃO CAPITALISTA. Enquanto tentamos todos ampliar as políticas de inclusão, a mídia entroniza o ÍNDICE DA EXCLUSÃO. A falsa riqueza gerada por esse espírito não nos deve interessar. Daí a inspiração para o “PAÍS RICO É PAÍS SEM POBREZA”, lema do qual tantos debocharam. Deve ser por isso que repetem ser o Brasil um país “disfuncional”.

Essa é também a origem da expressão “CAPITAL HUMANO”, repetida pelo “colunista imortal” (18/3; a rigor, só morto é imortal). Eis o suprassumo de uma linguagem que condensa, em duas palavras, toda a perversão que levou o mundo ao beco em que se encontra! Foram eles, os “criadores de índices” (e os seus tolos repetidores sem crítica) os grandes culpados. Em uma ponta, somos “capital humano”; na outra: “consumidor”; no meio: “contribuinte”; a cada dois anos: “eleitor”; no cotidiano: “mão de obra”. Qundo seremos seres ligados a uma cultura?

Durante a semana, já sabemos pór antecipação, que os dados da tal “pesquisa” serão repetidos à exaustão pelos “muppets midiáticos”. A “montanha de sardinha”, por exemplo, vai repetir diversas vezes, com sua voz rouca: “É complicado…É complicado…o problema é de infra-estrutura…Culpar os estrangeiros é desviar a atenção do verdadeiro problema que é nosso..É complicado…!”. O “imortal”, roendo-se de inveja, dirá—sob outras formas, todas “gaguejantes”—“Mesmo que por inércia, o Brasil provavelmente chegará à elite do capitalismo global, mas ainda não se trata de uma certeza…”(17/3). Que estilo! “Machado! Fecha a porta de teus mares!”. Sei que o machado serve mais para abertura, mas, do jeito que vai a Academia!!! Quem disse, aliás, que queremos chegar à elite do capitalismo mundial? Cabeças estreitas estão sempre tentando fazer o mundo nelas caber.

E a defesa que fizeram do México no estabelecimento, por nós, de cotas para importação de automóveis!? Disseram até que as próprias montadoras daqui não estavam interessadas nessa limitação. Como se elas fossem “empresas genuinamente nacionais”! Mas se as multinacionais foram criadas para escapar ao controle das nações (Eric Hobsbawn, “Era das Catástrofes”)! Hoje, voltaram-se contra todas as nações! Nada mais natural que defendam interesses contrários aos brasileiros.

É mais do que sabido que a economia do México vem sendo “quebrada” pelas multinacionais instalaladas nos EUA, país também vítima, pois elas se valem de “OFFSHORES“: “empresas” instaladas em paraísos fiscais para burlar seu fisco. Agora, o México está sendo usado como “cabeça de ponte” para burlar barreiras alfandegárias de outros países. Por isso, as ameaças de seu M. da Economia ao Brasil—“depois de sentar na boneca”—com “medidas duras”, soaram um tanto ridículas.

E os industriais “genuinamente nacionais” o que têm a dizer? Será que não reparam quem está do seu lado nessa batalha? Como “OGlobo” tenta “melhorar sua cara”? Adulando a FIRJAN. No mesmo número (18/3), deu enorme destaque aos seus trabalhos; às pesquisas por ela desenvolvidas, etc. A questão essencial e vital, porém, continua no ar. Quem está verdadeiramente defendendo os interesses do Brasil e de sua indústria? Nessa luta, OGLOBO mais tem se parecido com uma QUINTA COLUNA. Toda a identificação desse jornal parece ser com as corporações contra os interesses das nações, cuja única soberania respeitada é a da dívida. O que querem dizer, aliás, com a expressão “DÍVIDA SOBERANA“? Como diz um dos seus colunistas: “Parece escárnio…E é!”.

Marcio Amaral

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