Arte e Cultura

ONDAS SIM, “GRAVITACIONAIS” NÃO: NEWTON NO VÁCUO-IV

(Santo GRAAL..Santo GRAVITACIONAL..TOTEM E TABU)

Márcio Amaral, vice diretor IPUB

……………………….

NOTA: saudando a demonstração e mensuração de forças e ONDAS terríveis no COSMO—lá onde Newton imaginava haver apenas VÁCUO—faltaria apenas mudar sua denominação. Elas são a NEGAÇÃO da concepção da gravidade formulada pelo inglês (ver abaixo). Já GW LEIBNIZ (seu contemporâneo o desafeto) clamou pela existência de um MEIO no qual os fenômenos pudessem se dar, repudiando a falsa noção de VÁCUO. Quando lhe farão JUSTIÇA?

………………………………..

“Segundo o modelo aqui proposto (baseado nas formulações de LEIBNIZ), dois corpos que diminuíssem sua própria pressão exercida no meio cósmico tenderiam a uma perigosa aproximação até um choque inevitável e fragmentação. O que se chama “buraco negro” resultaria do súbito colapso da pressão exercida por ambos. Se apenas UM deles pode simplesmente explodir, há que ser verificado. Seriam também geradas as ondas que foram recentemente detectadas…e que precisam urgentemente de uma nova denominação.

I. Newton (Princípios Matemáticos): “…no espaço, onde não existe ar para resistir a seus movimentos, os corpos se moverão com o máximo de liberdade; os planetas e cometas prosseguirão constantemente em suas órbitas…”.

“…não se deve conceber que meras causas mecânicas (imagina outras “causas”: milagrosas) poderiam dar origem a tantos movimentos regulares, uma vez que os cometas erram por todas partes do céu…Esse magnífico sistema…poderia somente proceder do conselho e domínio de um Ser inteligente e poderoso…por um certo espírito mais sutil que penetra e jaz escondido em todos os corpos sólidos (por que só os sólidos?)...por cuja força e ação as partículas dos corpos se atraem.” 

……………….

GW LEIBNIZ (Corresp. com Clark): “..uma atração propriamente dita (a suposta gravidade) ..seria uma operação SEM MEIO…Como entendê-la quando se pretende que o sol, através de um espaço VAZIO, atrai o globo da Terra? É Deus quem serve de MEIO? Mas isso seria um milagre como nunca houve…substâncias imateriais…raios espirituais…ou qualquer outra que não sei qual…Eis coisas de que parece estar cheia a  cabeça de muitos que não as sabem explicar…É, dizem, invisível, intangível, não mecânico… E eu acrescento, com o mesmo direito: inexplicável, ininteligível, precário, sem fundamento e sem exemplo…”.*

……………………….

Lendo essas passagens, qualquer pessoa dotada de juízo crítico se convencerá DE IMEDIATO quanto a qual dos dois olhava de maneira CIENTÍFICA para os fatos. Custa a crer que os físicos tenham feito tamanha vista grossa às infinitas contradições existentes nas formulações de Newton: na hipótese da gravidade (continua sendo hipótese, por mais Newton não quisesse) sem nenhum outro exemplo similar na natureza ; na falta de PRINCÍPIOS e no MÉTODO aplicado. A última dificuldade, a partir de recentes descobertas, é a sua conciliação com aquilo que os mesmos físicos chamaram “ONDAS GRAVITACIONAIS”, originadas da explosão de estrelas e a criação dos assim chamados “BURACOS NEGROS“. A concepção de Newton quanto ao espaço sideral é INCOMPATÍVEL com essa formulação. Baseando-se na descoberta do “vácuo” por Boyle (posteriormente desmistificado por Leibniz**), afirmou Newton: “…no espaço, onde não existe ar para resistir a seus movimentos, os corpos se moverão com o máximo de liberdade; os planetas e cometas prosseguirão constantemente em suas órbitas…”. Se fosse assim, de onde, então, viria a energia necessária para a produção de tamanho caos quando da explosão de uma estrela? Até mesmo essa explosão seria um contrassenso. Já aquele modelo que advoga um sistema de forças de REPULSÃO generalizada e permanente traz, já na sua própria formulação, uma espécie de antecipação desses acontecimentos. Afinal, é da regra da natureza (da vida, etc.) que em uma situação dessas (alta pressão e permanente) alguns haverão sempre de “ceder”, exigindo novos rearranjos.

……………………….

A REPULSÃO EXPLICARIA AQUELES FENÔMENOS

…………………………..

Imaginem um sistema de forças terríveis e centrífugas: a partir de todos os corpos, em todos os sentidos e exercidas em um espaço no qual não há, por definição vácuos. Imaginem, ainda, que, em um dado momento, uma das estruturas (estrelas e sistemas solares), que também aplicavam sua força, sofre uma explosão e esfacelamento, deixando de aplicar aquela mesma força. O que aconteceria? A PRESSÃO generalizada e permanente geraria um movimento concentrado de quase todas as forças no sentido daquele ponto de colapso; ou não? Não há vazio nem por uma fração de segundo, apenas movimentos de ocupação SIMULTÂNEOS de todos os espaços—processo que, na escala de tempo da Terra, poderia ser muito longo—até que fosse encontrado um novo equilíbrio. Segundo esse modelo de raciocínio, sequer o recurso (ou apelação***) artificial a forças magnéticas imensas (atraindo tudo para os “buracos negros”) seria necessário. O movimento naquele sentido seria uma consequência natural das forças de REPULSÃO a partir da perda de um certo equilíbrio; sempre em direção do ponto mais fraco. O que restaria demonstrar é que tipo de força seria essa: se é mensurável, verificável, etc. Que ela existe, o próprio termo “ONDA” ali utilizado implica seu reconhecimento. Já quando a ela se associa o termo “GRAVITACIONAL” vemos a enunciação de um OXÍMORO (absurdo do tipo: quadratura do círculo, por ex.), só mantido pelo VÍCIO de tentar salvar a reputação de Newton e dos físicos em geral.

………………

GEOCENTRISMO…TERRA PLANA…GRAVIDADE!

…………………

Quando a principal tese sobre o mundo FÍSICO—a partir do mais respeitado dos FÍSICOS—apela para a existência de “forças milagrosas” tentando explicar um fenômeno FÍSICO e quase todos os FÍSICOS aceitam essa formulação, algo de muito sério há com a mentalidade dos que militam nessa área. A exemplo da “terra plana” e do “geocentrismo”, a “gravidade” também atendia ao meramente observado empiricamente. Pior ainda: quando a humanidade tentava se livrar do “deus milagreiro” (Espinosa) ele veio ocupar o centro do que se chamava “ciência”. Sem eliminar a possibilidade da existência da gravidade (segundo o modelo de Newton), os MEIOS, MÉTODOS e DADOS que utilizou para reafirmar e IMPOR aquela convicção à sua volta não são dignos de um cientista. Ter acertado ou não, em investigação científica, aliás, está longe de ser o mais importante: profetas há que acertam previsões e mais atrapalham a evolução da ciência do que ajudam a acumular conhecimentos. Se há terreno no qual os MÉTODOS são mais importantes do que os achados é a Ciência. Há que assinalar, entretanto: esses MÉTODOS não se reduzem à experimentação. Eles povoam também a mente do cientista/filósofo que consegue juntar dados em um todo único. Copérnico não tinha muitos meios para experimentar e foi capaz de formular um modelo que se mostrou antes de tudo COERENTE e fiel a PRINCÍPIOS. Ter sido declarado verdadeiro foi uma consequência natural.

……………

DECIFRANDO ANTES DA EXPERIMENTAÇÃO

………………..

Arrematemos com uma das mais belas formulações da filosofia universal: “Embora eu recomende a experimentação, não menosprezo as hipóteses prováveis. Elas podem conduzir a novas descobertas…Entretanto, nosso espírito está muito inclinado a proceder com pressa demais e a contentar-se com algumas aparências levianas (alusão à GRAVIDADE). Tudo por não querermos nos dar ao trabalho e empregar o tempo necessário a aplicá-las a uma série de fenômenos..”  (foi o que tentei fazer nessa série de textos)

“A arte de descobrir as causas verdadeiras dos fenômenos, ou as hipóteses que se confirmam, é como a arte de decifrar. Assim, e com frequência, uma conjectura engenhosa abrevia muito o caminho…Por outro lado, se a experimentação não for associada à capacidade de tirar delas as consequências acertadas, não se chegará, mesmo com as maiores despesas, àquilo que uma pessoa de grande penetração (intelectual) poderia descobrir sozinha”. (GW LEIBNIZ, “Novos Ensaios”, LIVRO IV, cap. XII).

Contrariamente ao que tem dito S. Hawkings, o que mais tem faltado aos físicos é um pouco de boa FILOSOFIA.

………………………

*Leibniz não chegou a enunciar de maneira explícita (salvo engano meu) a existência de um MEIO específico (ou de que tipo) no qual aqueles fenômenos poderiam ser dar. Sem dúvida, porém, formulou a necessidade de algo parecido. As intuições daquele alemão eram impressionantes.

**De como o conceito de Deus pode ser de grande valia na investigação científica!!! Segundo Leibniz, Deus nunca produziria o NADA, pois seria sinal de uma falha ou fracasso: “…afirmar o vácuo na natureza é atribuir a Deus uma produção muito imperfeita…e não há corpúsculo que não seja subdivisível…um mundo de novas criaturas faltariam ao universo se esse corpúsculo fosse um átomo, isto é, um corpo sem subdivisão” (C. com Clark). Sua intuição, independentemente de Deus ou não, mais uma vez foi certeira. A ideia do NADA é mais um reflexo da ociosidade de  vidas que se sentem vazias.

***Essa consequência natural seria mais uma expressão do PRINCÍPIO de que a Natureza é econômica nos seus “atos”: “Não se hão de admitir mais causas das coisas naturais do que as que sejam verdadeiras (necessárias?) e, ao mesmo tempo, bastem para explicar os fenômenos. A Natureza, com efeito, é simples e não se serve do luxo de causas supérfluas das coisas” Newton (“Princípios…”)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *