Arte e Cultura

SUICÍDIO/HOMICÍDIO: ESTARIA O OCIDENTE DOENTE?-I

(Foi sim um ato terrorista! Um novo tipo de suicídio, o NARCISISTA?)
Márcio Amaral
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aviãoNOTA: os últimos grandes acidentes, envolvendo a aviação civil, deram-se no ORIENTE. Investigadores OCIDENTAIS (ligados à indústria da aviação: BOEING e AIRBUS), especialmente no caso do voo da Malaysia Air Lines, têm apostado todas as fichas em um ato deliberado de derrubada por parte de um dos pilotos, cometendo injustiças inaceitáveis. Seria uma forma de retirar o foco dos defeitos de seus aparelhos. Mas também deviam ter a intuição do mal que estavam “produzindo” entre seus próprios pilotos no OCIDENTE. A ironia, foi que a “inauguração” do acontecimento, como uma possibilidade real, deu-se com um piloto ocidental. Mais do que isso: jovem, bem apessoado, que praticava esportes, maratonista, que não bebia ou fumava… A outra tolice foi dizer que não era um ato terrorista, somente por não ele muçulmano ou ligado a certos grupos. Foi sim, um ATO TERRORISTA, contra uma forma de organização da vida e da maneira como as pessoas têm sido tratadas, embora o terrorista nem tivesse clareza sobre isso. A grande aposta dos “reis do mundo”, agora, há de ser em uma doença mental propriamente dita, como se isso os desobrigasse à crítica a tudo de que têm promovido contra os povos, especialmente no que se refere à aviação, nosso tema.

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“Quer seja conduzido pela razão ou apenas pelo desejo, o homem, efetivamente, nada faz que não esteja conforme as leis da natureza…Todavia, a maioria crê que os insensatos perturbam a ordem da natureza mais do que a seguem…”B. Spinoza “Tratado Político” (Os Pensadores, Abril Cultural). Em verdade, e com muita frequência, os loucos apenas tornam ato e fato aquilo que os perversos tagarelam e induzem (Ver texto sobre a chacina na Noruega).

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A perplexidade tomou conta do ocidente e do mundo! Mas talvez aquele ato não tenha sido tão absurdo quanto pode parecer. O maior risco é que se o atribua simplesmente a uma doença mental, e, em consequência, seja interpretado como algo errático e sem determinantes sociais. Há muito a ser estudado no acontecimento, especialmente em relação ao que vem cercando o ato de voar, tornado cada dia mais desumano…E foi uma total ausência de empatia para com outros seres humanos o que teria levado ao acontecimento. Antes de tudo, entretanto, há que não usar em vão o termo DEPRESSÃO. Decididamente, não se aplica à situação. No final (SEGUNDO TEXTO) farei uma discussão diagnóstica, visando mais a ELIMINAÇÃO do que a chegada a algum diagnóstico específico. Com toda certeza, entretanto, a nossa NOSOLOGIA não haverá de dar conta da compreensão do processo mental/social determinante e subjacente aos fatos. Uma outra tese por mim abraçada é: o que se passa em torno da aviação—cultos da desconfiança, controle generalizado, invasão de privacidade, exigência de submissão, restrição aos direitos e outros—é uma espécie de microcosmo do que vem se passando no “mundo desenvolvido”.
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Dr. H. Casado (Alagoas) iria embarcar para Roma quando foi retirado do avião por portar Esclerose Lateral Amiotrófica "Hoje fomos de forma arbitrária, parcial e ignorante, expulsos do voo da Alitalia para Roma. O que é ser um cidadão Brasileiro?
Dr. H. Casado (Alagoas) iria embarcar para Roma quando foi retirado do avião por portar Esclerose Lateral Amiotrófica “Hoje fomos de forma arbitrária, parcial e ignorante, expulsos do voo da Alitalia para Roma. O que é ser um cidadão Brasileiro?

Ao entrar em um aeroporto, especialmente quando da passagem para a área de embarque,  chegamos a uma espécie de “terra de ninguém” na qual estão suspensos—pelo menos temporariamente—alguns direitos básicos de cidadania. Retornamos—especialmente depois do 9/11—ao clima das viagens de alguns séculos atrás, quando os capitães de embarcações tinham quase direito de vida e morte sobre os embarcados. Mas pensam que isso ficou circunscrito aos passageiros? Não! É um fenômeno muito humano—e PRINCÍPIO BÁSICO DA MORAL—que as imoralidades (assim como as epidemias),  quando não atacadas, acabem se disseminando e atingindo a todos.
“É a volta do cipó de aroeira/No lombo de quem mandou dar…” (AROEIRA, Geraldo Vandré)
Por essa razão, se, em um primeiro momento, alguns comissários de voo ficaram cheios de si com o “poder” que lhes foi conferido—sofriam mais os passageiros—na continuação, aqueles mesmos comissários haveriam de se tornar as maiores vítimas no processo. Afinal, suas vidas estão girando em torno daquela perversão—que a todos acaba por capturar (caso não seja denunciada)—enquanto nós, estamos ali (por definição) somente de passagem. E dizer que o piloto sequer tivera tempo de ir ao banheiro em Barcelona!! Foi isso o que o obrigou a, em um voo muito curto e instado pelo copiloto, abandonar a cabine.
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SÓ A APROXIMAÇÃO ENTRE OS SERES HUMANOS PODE NOS SALVAR!
Para que essas afirmações não caiam no vazio, é preciso encontrar para elas algum RACIONAL e este deve ser procurado no processo de DESUMANIZAÇÃO que as medidas cada vez mais restritivas à expressão e aos direitos humanos implicam: somos tratados e olhados, com alguma frequência, como inimigos em potencial e não como semelhantes. Sei que exagero, mas estou me referindo à TENDÊNCIA e essa é de fácil verificação. Aumentar a distância entre as pessoas não há de ajudar em nada, muito pelo contrário. É a na identificação com o semelhante que se deve procurar o compromisso com a humanidade*. Por isso mesmo, a atitude de um comandante daquela mesma empresa—no mesmo dia do acidente e ainda sem saber dos detalhes escabrosos que o cercaram—teve um efeito tão marcante. Eis o relato de uma passageira: “O piloto cumprimentou cada passageiro…em pequeno discurso, na cabine, falou sobre sua família e das dos demais tripulantes…disse que faria tudo para levá-los em segurança para que todos pudessem se encontrar com as suas próprias famílias…fez-se um silêncio completo, então todos começaram a aplaudir (UOL, FSp 27/3). Que beleza esse “silêncio completo”, embora eu tivesse preferido dizer PROFUNDO. Essa é a razão pela qual gosto tanto da nossa expressão (talvez sem paralelos em outras línguas): “CALOU FUNDO”, ou seja: atingiu a todos tão profundamente, que qualquer palavra (naquele momento) soaria como um “tiro em um concerto” (Stendhal). Poucas vezes esse CONCERTO (diria um encontro harmônico, para manter a metáfora musical) foi tão expressivo e todos dali saíram engrandecidos. Talvez seja esse o caminho que poderá nos salvar, em geral, e não somente nos aviões. Afinal, estamos ou não “na mesma nave mãe”?
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Mas certamente as coisas haverão ainda de piorar, antes das pessoas se darem conta do mal que a apologia da segurança a todo custo está causando, particularmente às sociedades ditas “mais desenvolvidas”. Sim, um EXCESSO DE SEGURANÇA MATA A VIDA! Depois de muitas discussões, inspirados nos “5 EYES”—E. Snowden: os aparelhos de segurança dos USA, GBR, CAN, NZL e AUS, “herdeiros” do Império Britânico**—as autoridades chegarão à conclusão da necessidade de…AINDA MAIS SEGURANÇA! Pois bem: bastava que não houvesse aquela possibilidade de travamento absoluto por dentro da cabine para que tudo se resolvesse! Ou melhor, para que o copiloto nem considerasse fazer o que fez. Agora, já estão dizendo que vão exigir que fiquem sempre 2, no mínimo, na cabine (como nos USA…sempre eles). PERGUNTA: E se um deles bater na cabeça do outro e travar tudo? Vai dar no mesmo, não? E vamos nós colocando espelhos, um defronte ao outro, gerando imagens infinitas. Só a participação e consciência de um número significativo de pessoas pode ser uma garantia absoluta contra esse tipo de ato.
…………………………………………………..CONTINUA……
*Já faz tempo, dei-me conta de que as agressões tão típicas do “Hóquei” sobre patins e do futebol americano se dão também em função dos uniformes que dão “SEGURANÇA”. Através daquelas viseiras de animal, o que cada um vê do outro lado não é um SEMELHANTE, mas uma espécie de ROBOCOP
**A última do ingleses, mestres na criação de problemas entre os povos (“Dividir para reinar”), foi comunicar que vai armar pesadamente as Malvinas. É uma ameaça a toda a A. do Sul. Há poucos dias, os USA declararam a Venezuela uma “Ameaça à Segurança Nacional”, o que os autorizaria a ações militares diretas contra o país. É absolutamente inaceitável, inclusive para o Brasil. A desculpa inglesa foi a Rússia! O papel da Rússia foi outro: apanharam na Ucrânia; saíram de “rabo entre as pernas” e querem bater nos mais fracos.

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