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NOTA: este texto estava pronto quando, em reunião com membros da AMAURCA e da ALMA, foi reportado antigo projeto de criação de um píer para atracação de transatlânticos na enseada de Botafogo/Urca. Já fora tentada até a privatização do FORTE para tanto (bloqueada pelos militares e moradores). Parecem ter encontrado o “lugar ideal”: terrenos contíguos ao IATE CLUBE (provavelmente um aliado do projeto): posto de gasolina, antiga boate, C. de Bombeiros. C. Guanabara e churrascaria. Ali seria construído um PORTO. Faz todo o sentido, inclusive o avanço sobre o CAMPUS PV. Por isso precisariam tanto das áreas do IPUB/INDC. Alguém já o disse: aqui seriam as CASAS DE SHOW (tipo “Broadway”) CASSINOS e outras diversões para milionários entediados e de vidas sem muito sentido…além do consumismo. CULTURA mesmo…iria pro espaço. As moradias seriam apenas um “sub produto” para enganar trouxa. Enquanto o mundo civilizado se esforça para afastar esses navios (Veneza, Búzios  e outras cidades)… Os moradores da URCA que se cuidem…ou ajudem a cuidar do que é PÚBLICO. Quem se lembra de que o ICB avançou sobre a antiga PRAIA DA SAUDADE? Agora seria o CAMPUS a ir “PRÁ SAUDADE”. Quem sabe até os promotores do “VivaUFRJ” estão sendo enganados?

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Em qualquer tipo de enfrentamento ou luta de qualquer ordem, há identificar com clareza os adversários (ou inimigos). Esse tem sido um problema no nosso esforço para impedir a violência que vem sendo tramada contra nosso patrimônio. Foi montada um estratégia que começava pela nossa HUMILHAÇÃO como instituição (campanha de mídia, aproveitamento de catástrofes e outras), mas esse não é o nosso maior problema. Mais difícil é lidar com professores de carreira se apresentando como “defensores dos interesses da UFRJ”, mas que estão EVIDENTEMENTE tentando entregar um “PRODUTO” (palavra utilizada várias vezes nas suas apresentações) àqueles com quem mantém contatos muito próximos. Não fosse assim, já teriam se dado conta de que não serão aceitos pelos centros que ocupam a P. VERMELHA e teriam parado de insistir…até para evitar seu desgaste pessoal. O próximo passo na sua estratégia há de ser nos atirar uns contra os outros, atiçando as piores facetas humanas: oferecimento de “maravilhas pós submissão”. Algumas das já verbalizadas são dignas de um BARÃO DE MUNCHAUSEN, como “construir um IPUB igualzinho em outro lugar”.

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A contar pelo que ouvi (28/8), há mesmo possíveis evoluções preocupantes para o processo. Não por eventual vitória dos adversários (inimigos?), mas pelo desgaste que tudo isso promoverá entre nós. Vejamos os discursos mais expressivos (pois revelam tendências). Há que lembrar: a hipocrisia já estava lançada quando a apresentadora do projeto terminou sua fala pedindo cautela e falando em “notícias FAKE”* que estariam surgindo, etc. Chega a ser risível, achar que nós poderíamos ouvir uma ameaça de destruição do local no qual construímos nossas próprias vidas e reagir com mesuras e salamaleques. Efetivamente, essas pessoas não nos têm em grande conta. Julgam-nos seres sem um centro moral; daqueles que se curvam a ameaças e promessas mirabolantes. Aos que me julgarem agressivo ou rude em excesso peço apenas que não percam de vista a gravidade do que está em jogo.

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De um colega, reagindo ao discurso dos que protestaram contra a simples cogitação da possibilidade de nossa remoção do CAMPUS PV, disse: “O que foi aprovado foi SÓ um estudo e um projeto. Não há por que ter essa reação…”. É de envergonhar ter que dizer a essa pessoa que TODOS os piores horrores da humanidade começaram por um…PROJETO. O HOLOCAUSTO, por exemplo, foi um projeto; formulado e executado nos seus mínimos detalhes. O antissemitismo era uma prática rotineira em toda a Europa, mas os métodos de eliminação (a “solução final”) obedeceram a um esquema muito bem PROJETADO. O que vão esperar? Que cheguem os tratores…que se liguem motores para só então dizer: “Agora sim..passaram para o mundo das ações…é hora de reagir!”. Assim, muitos países foram invadidos por Hitler (a URSS, inclusive): tinham medo se preparar para o enfrentamento e provocar o monstro. Era uma enorme alienação. A assinalar: os paralelos bélicos são inevitáveis.

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Essa foi a fala de uma colega em resposta à “garantia” dos “apresentadores” de que “Ao final da execução do projeto, TODOS estariam em situação MELHOR do que a atual” . Como as pessoas precisam se enganar! Ao que eu respondi: “Nós não queremos esse tipo de melhora!”. Se não nos atrapalharem já será boa coisa. A primeira ARROGÂNCIA contida na tal “promessa” está no achar que sabem o que é melhor para nós. Parecem aqueles pais muito intrusivos dizendo: “É só para o seu bem!”. Cada um e cada comunidade precisa saber o que “é para o seu bem”, desconfiando SEMPRE desse tipo de discurso melífluo. Estamos sendo tratados como crianças! Que se deem conta de uma vez: não estamos falando de casinhas de LEGO ou coisa parecida, mas de instituições tornadas sagradas pelo seu uso histórico. Quem se criou pensando em blocos de concreto nunca entenderá do que é necessário para humanizar as atividades que promovem a saúde mental. Quando exercidas em ambientes muito estéreis (“assépticos, “inodoros” e insípidos”, totalmente contrários à vida) o resultado nunca é dos melhores***.

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“OLAVO AQUI TEM ALIADOS?”

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*O que é assinado e os ditos sobre os quais alguém assume RESPONSABILIDADE podem ser errados, mas não são FAKES.

**Houve até uma profa da engenharia que fez uma enorme exposição do que seria necessário para a implantação do projeto, tentando demonstrar sua própria capacidade para exercer alguma função no processo, mas isso caiu no vazio.

*** Antes que nos julguem mal, tentamos avançar também na melhoria das condições físicas, em geral, mas sem perder nunca a dimensão humana e o interesse humano implicados em qualquer aquisição.