Temas e Controvérsias

VIRUS “SUPER-LETAIS”: QUEM PRECISA DE TERRORISTAS?

(Hoje eles são laureados, vestem jalecos e usam máscaras de acrílico)
O mundo foi surpreendido com a notícia de que dois grupos de cientistas (nos EUA e Holanda) teriam conseguido desenvolver, promovendo múltiplas mutações, um virus passível de transmissão interhumana, mantendo a letalidade (60%) do responsável pela gripe aviária. O que dizer do discurso, digno dos filmes de ficção-terror, proveniente do Dep. de Estado dos EUA: TEMIAM QUE O MÉTODO (PARA SUA PRODUÇÃO) CAÍSSE NAS MÃOS DE TERRORISTAS.
Na TV, alguns apresentadores (mais se parecendo com bonecos de ventríloco, “sentados no colo” das Agências de Notícias “Internacionais”), sequer foram capazes de perguntar: para que (e para quem) serve esse tipo de pesquisa? Responderiam os “cientistas”, certamente com ar de superioridade e linguajar pomposo: antecipando o desenvolvimento de uma arma qualquer, antecipamos também as defesas contra elas. Eis um muito perigoso “jogo de espelhos”: “Inventam” o inimigo; armam-se contra ele e acabam por encontrar alguém sobre quem podem projetar a imagem do inimigo por eles mesmos inventado. Isso nos fez lembrar do padre francês que, julgando haver um risco de os revolucionários de 1789 tomarem o Manto D’ Argenteuil—teria sido costurado por NSra para seu filho Jesus—cortou-o em pedacinhos, e os distribuiu entre seus fiéis, com a suposta intenção de recomposição posterior. Hoje, é um manto em retalhos e todo furado¹. Quem tem “defensores” como esse não precisa de inimigos.De cientistas dignos do nome, espera-se que se movam (ou paralisem) segundo princípios. Caso contrário agiriam como o Dr Stranglove (ou o Dr Fantástico do filme de S. Kubrick), quem sabe o Dr Frankenstein, ou o “Aprendiz de Feiticeiro”? Admitamos que eles seguem alguns princípios. Pois bem, a valer o princípio de antecipar o desenvolvimento de armas indiscriminadamente letais, deverão pesquisar outras múltiplas possibilidades de extermínio da vida na terra e produzir infinitos instrumentos de sua destruição. COM CIENTISTAS² COMO ESSES, QUEM PRECISA DE TERRORISTAS?

Há que lhes dar algum crédito inicial e perguntar: quem financiou as pesquisas? Essa deveria ser, aliás, a primeira pergunta de uma imprensa preparada e independente. Os jornalistas, entretanto, caíram em tal letargia (depois do 11/09), que perderam o hábito de manter os Aparelhos de Estado das “nações antigamente líderes” sob pressão da crítica permanente. Se houve dinheiro proveniente desses últimos, as intenções ficarão claras: dispor de uma arma para ameaçar nações governadas por líderes “contrários ao ocidente” (Irã e outras). Em princípio, esses “Cientistas” parecem ser apenas inimigos da vida em geral. Considerando, entretanto, haver no mundo uma diferença muito grande, entre os diversos países, em relação à capacidade de responder às epidemias em geral (produção e aplicação de vacinas, p ex.), aquela poderia se tornar uma arma poderosa contra os países menos desenvolvidos.
A discussão desse fato pode se dar em vários planos: 1-do jogo de poder entre nações; 2-dos interesses pessoais, e de corporação, dos assim chamados cientistas; 3-da promoção do terrorismo institucional, visando manter os povos do mundo em suspense e, com isso, mais submissos aos Aparelhos de Estado; 4-dos interesses dos grandes laboratórios, uma vez que as pessoas logo correm para estocar medicamentos anunciados como eficazes; 5-da participação da OMS na criação dessa atmosfera de pavor (a exemplo do que aconteceu com a H1N1); 6-da manipulação dos órgãos de informação na criação dessa atmosfera e outros.
Discutamos o que parece estar se passando com os assim chamados cientistas. Alguém já disse ser a guerra algo muito sério para ficar entregue aos militares. O mesmo pode ser dito em relação aos cientistas. O conhecimento está se tornando algo tão perigoso, que talvez precise ser monitorado, não por governos, mas pela sociedade. A exemplo de todas as atividades hemanas, a falta de visibilidade (Glasnost) promove monstros. Seria exaustivo dar exemplos dos absurdos cometidos por trás de jalecos e pipetas através dos tempos. Para isso, não precisamos ir até o IIIReich. Até inoculação proposital do treponema responsável pela sífilis, agora se sabe, foi feita por cientistas norte-americanos na A. Central. Muitos desses homens de jaleco, que sofrem de uma palidez mortal, parecem revoltados com suas vidas sem graça.
¹Quem sabe não há nisso uma alegoria em relação à situação da moral na Igreja Católica? Um freudiano, além disso, poderia ver naquele ato agressão e revolta inconscientes. Não ficaria muito longe da verdade.
²A desculpa dos grupos japoneses que matam baleias foi dizer que estão desenvolvendo “pesquisas científicas”: pesam-nas, colhem seu sangue, retiram suas víceras para exame e, “apenas para que nada se perca”, esquartejam-na e a comercializam. Dispôem sempre de alguns PhDs para isso. Há “cientista” para tudo.
Vice- Diretor do Instituto de Psiquiatria da UFRJ