Arte e Cultura

DAS “FERAS DO SALDANHA” AOS “PINTINHOS DA GRANJA”

(De como o futebol e o povo brasileiros precisam se livrar dos mistificadores)

Márcio Amaral

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granjaNOTA: Os textos abaixo seguem do mais recente para os mais remotos. Mantive-os como os concebi. Agora, diante do desastre consumado, todos atacam Felipão como a dizer: “Eu não tenho nada a ver com isso!”. Escrever em letras garrafais “VERGONHA E VEXAME”, como fez O Globo, além do mau gosto, revela a pusilanimidade de seus redatores! À exceção de Romário (perdão por alguma omissão) TODAS AS PESSOAS QUE FAZEM CARREIRA E GANHAM SEU PÃO COM O FUTEBOL ou se omitiram ou aderiram à “família Felipão”. Não queriam correr o risco de serem acusados de derrotistas, etc. Além disso…”vai que aquela seleção ganha…Com que cara vamos ficar?” É como raciocinam os covardes em geral. Não têm PRINCÍPIOS, por isso oscilam de acordo com o vento. Nunca torci contra nosso time, mas também posso ver o quanto esse acontecimento pode ter excelentes consequências: a submissão exigida por Felipão et caterva está em total desacordo com o que se passa hoje no Brasil. Se aquele projeto falido vencesse seria uma má lição. Aprendamos com essa. Consumado o mal, só algum humor há de nos salvar. Nesse quesito, ganharíamos muitas Copas. Aí vão algumas observações que reuni durante o acompanhamento do nosso fiasco!

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HOLANDA: APENAS UM “CONFIRMA”, COMO NO VOTO

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J. Saldanha
J. Saldanha

Foi o jogo mais triste a que assisti em toda a minha vida. A rigor, foi PATÉTICO. Quem ainda atribuía os acontecimentos anteriores a um “apagão” ou fatalidade, viu que o despreparo era total e o desastre uma consequência natural. A Granja Comary se tornou uma “Oficina para desfibrar os jogadores”. O COLAPSO? Quando os reservas se puseram na frente do técnico e começaram a “dar instruções” aos que estavam em campo. No “aquário global”, Casagrande ousou dizer, muito timidamente: “Eu acho que não gosto disso! É sinal de perda de comando!”. Pano…rápido e silêncio. No “mundo global” não cabem frases mais candentes. A inversão é tal, que o locutor disse várias vezes: “A torcida tá animada. Falta a seleção ajudar!”. Como assim? Eu pensava que era o contrário. COMUNICAÇÃO:“Já fizemos a nossa parte ao ‘animar’ esses tolinhos!”. A própria torcida, pobre dela, não era uma torcida de futebol. Suas reações coletivas mostravam uma certa alienação quanto aos rumos do que acontecia no campo. Disse o locutor quando o placar já mostrava 2×0 e durante uma “OLA” (bem TOLA): “A torcida é só alegria. Falta a seleção fazer a sua parte”. Semanas antes, quando R. Carlos comentava um jogo da Suíça, um dos locutores disse: “Você ficou lá na Suiça na concentração para a Copa de 2006, não foi?”. Resposta: “Sim…foi horrível!”. Pano…rápido e silêncio!

Como dizia J. Saldanha: “MEUS AMIGOS”, quem quiser se tornar um homem ou mulher, seres plenos e completos, precisa se libertar da GMídia e da Globo em particular.

“O PLUS DE RIDÍCULO” ou “MEU MUNDO CAIU!”

(“Arrecoa os arfes prá evitar a catastre”– de Neném Prancha)

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1-O INFERNO DE FELIPÃO– Depois de escolher jornalistas amiguinhos para dar uma “coletiva restrita” e diante da reclamação dos excluídos, Felipão os mandou ao INFERNO. Depois, os excluídos escreveram em manchete infantil: “Vá você para o Inferno, Felipão!”. Mas sabem quem Felipão realmente mandou para o inferno?DANTE, e sem qualquer VIRGÍLIO para lhe servir de guia! Coitado! Os outros até tiveram lá seus PARAÍSOS e PURGATORIOS na Copa. Já para Dante, que talvez nunca mais atue em uma Copa, tudo o que dela vai lembrar é de um INFERNO que não tinha nada de Comédia, muito menos de DIVINO. Um consolo foi que “O Inferno” de seu homônimo florentino tinha “nove círculos de sofrimento”, enquanto o dele ficou em apenas 7.

2-FELIPÃO batucando no ônibus– quando fomos derrotados na França (depois de Ronaldo ter sido provavelmente intoxicado por alguma coisa na comida), o gerente do hotel onde estava nossa seleção disse: “Eles sempre saiam daqui batucando. Hoje saíram calados……..E eu pensei “Vão perder”! Conclusão de Felipão e de algumas mentes toscas da C. Téc: batucada ganha jogo. Posso imaginar o ridículo e a caricatura. Piada: um japonês, no momento exato em que puxou uma descarga, ouviu o estouro da bomba de Hiroshima. Nunca mais deu descarga. Felipão nunca mais vai batucar.

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3- HULK- Quando já estava 5×0 ele saiu da ponta esquerda e veio para a lateral direita. Minha filha, que nem entende muito de futebol, perguntou “Ué! O que que ele tá fazendo aí?”. HIPÓTESE (das duas uma): A) achou que o segundo tempo já tinha começado e mudara de lado (ia acabar fazendo gol contra); B) veio pertinho de Felipão para lhe transmitir: “Me tira daqui! Não se esqueça de mim! O que que tá esperando? Já fui verde; já amarelei e agora tô caindo do pé”. O SENHOR ATENDEU ÀS SUAS PRECES! E o desastre continuou.

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4- FRED- Eu não entendia quase nada do que o locutor sueco dizia (assisti de lá), até que veio uma comunicação universal e para além das palavras: quando já estava uns 4 ou 5, Fred abriu os braços e, assim que um alemão chegou perto e pelas costas, caiu na intermediária. O locutor DEU UMA GARGALHADA. E olha que sueco não é de gargalhar!

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5- O placar já mostrava 6 a 0 e os alemães davam olé, passando o tempo e sem vontade de forçar mais gols. D. Luis e outros ficaram com raiva e quase expressaram “Vocês não vão querer mais jogar?”. Ameaçaram partir para a violência e eu pensei “Melhor deixar o tempo passar…”. Pediram….? Os alemães foram e fizeram mais um gol. Nesse o J. César ficou de joelhos.

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6- PARREIRA e o “Dois de paus e de bigode” que acompanha Felipão até ao banheiro–Os dois falando com aquelas mãos na boca e no banco…Como se alguém estivesse interessado no que eles tinham a dizer! Quem sabe não estavam imaginando uma nova tática para transmitir no intervalo? Em verdade, acho que falavam do hálito um do outro. “Tá dando prá sentir daí…?”. Por falar nisso, dessa vez o técnico da Alemanha não tirou meleca. Preferiu um “toque retal”. Aliás, dizem as más línguas que Felipão vai começar a comer meleca para ver se aprende a dirigir um time.

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7- D. LUIS com a camisa de Neymar na mão- ALEGORIA: camisa ganha jogo! Parecia “El CID” nas guerras contra os muçulmanos que, depois de morto, foi amarrado na cela dos seu cavalo para lutar. Aliás, tem gente que acredita mesmo que camisa ganha jogo! RESULTADO: ele como que “vestiu” a camisa do Neymar e jogou completamente livre…. Para um beque, isso significa: DEIXAR OS ATACANTES ADVERSÁRIOS TOTALMENTE LIVRES. Foi o que se viu e ele se afundou junto com todo o time.

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A MAIS TOSCA DE TODAS AS PSICOLOGIAS: A “SERVIÇO DO MAL”!

……………………………………………………….(logo depois do Chile)

Às vésperas das quartas de final da Copa, quando se esperavam grandes discussões táticas e estratégicas para nossa seleção, eis que o tema principal em discussão está sendo “o estado emocional” dos jogadores. Mas eu confesso que estou gostando muito de que tenham, finalmente, começado a cair as escamas do olhos da pessoas em relação aos graves equívocos cometidos. Digo mais, isso tem uma importância enorme para toda a sociedade brasileira, pois estava em curso um processo de INFANTILIZAÇÃO generalizada do qual os jogadores acabaram por ser as maiores vítimas. A grande verdade, é que a única possibilidade de a GMid manter um certo poder sobre a sociedade, passa pela essa INFANTILIZAÇÃO. Eu, que me orgulho de ter, por várias décadas, aberto o JB à procura das pequenas e condensadas crônicas de J. Saldanha e que vibrei com sua indicação para treinador da seleção de 1970, não posso deixar de perceber o contraste de sua conduta para com seus convocados—todos homens feitos e respeitados como tal—e a da C.Téc. atual. Para mim bastava a tal “FAMÍLIA FELIPÃO” para saber que as coisas não poderiam caminhar muito bem.

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Sempre que ouço alguém dizer: “É como uma família”, em relação a esse tipo de situação na qual há um homem mais velho e poderoso, penso: não houve despotismo pior na História do que o do PATER FAMILIE. O ambiente somente parece bom quando há uma submissão generalizada. E assim, as pessoas vão perdendo seu amor próprio. Hoje, a “Granja Comary”, em vez de ser habitada por galos de verdade—preparados para uma boa e saudável rinha sem sangue—parece habitada somente por pintinhos, galos velhos, capões e de crista murcha. Mas ainda temos tempo para ver despertar o espírito indomável que parece persistir em alguns poucos deles, como David Luis e Neymar. Uma pessoa submissa perde autoconfiança e, na “hora da onça beber água”, treme e… O pobre Tiago Silva*, por exemplo, além de excelente jogador, é muito bom moço e sabe despertar confiança nos “mais velhos”, mas isso é muito pouco para ganhar uma Copa.

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E a PSICOLOGIA, cujo nome foi bradado em nome do seu uso mais perverso. Em vez de atuar para rever e reverter toda a conduta da CT (origem do problema), querem delimitar sua atuação apenas como um “braço de Felipão**”: AJUDAR A TORNAR VIÁVEL A DEFORMAÇÃO DE ORIGEM! Nada mais do que o velho “NARCISISMO felipesco”: os jogadores são apenas um prolongamento do seu próprio EU inflado. E como está faltando a irreverência! Em 1994, um fator decisivo para a vitória foi a rebeldia de Romário. Parreira, este mesmo que ainda está lá (com sua cara de passa amassada) não o queria levar. Junto com Zagallo (aquele mesmo), fizeram mil tentativas de o afastar. O simpático Telê perdeu duas copas por conta de um moralismo “à maneira Felipão”. Causou mal estar enorme ao cortar jogadores que “fugiram” da concentração. Isso levou Saldanha a dizer “Futebol não é Congregação de filhos de Maria”. Já dissera antes: “Se concentração ganhasse jogo, o time da penitenciária não perdia uma!”. Bons moços tornam-se bons genros, mas nunca haverão de ganhar Copas. Que nosso jogadores também gritem sua rebeldia e se libertem. Ainda é tempo.

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*Tiago falou, e as coisas pioraram muito: “O Comandante está do meu lado…Até o Marin ligou prá mim!”; para dizer que não estava nem um pouco preocupado com as críticas, pois “quem interessava” estava do seu lado. Melhor seria dizer: “Quem manda está do meu lado”, seja ele um Comandante, um “Füeher” ou outro qualquer. Violentaram até um bom princípio de que um capitão precisa ser uma liderança reconhecida pelos iguais dentro e fora do campo e não um mero braço do poder superior, à maneira das forças armadas.

**Felipão falou e….só tapando o nariz: escolheu meia dúzia de jornalistas “dóceis e amigos” (certamente os piores) para dar entrevista; mandou os outros “pro inferno” e terminou com uma piada de mau gosto e machista: “Ciúmes de homem…que coisa!”. Não sei se ele está brincando de “postinho de gasolina” ou “casinha de boneca”, mas está agindo em relação a uma paixão popular como se fosse o “dono do brinquedo”. Cabe a exclamação: “Um machão…fazendo futrica e provocando ciúmes…que coisa!”.

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G.MÍD: JOGANDO CONTRA O BRASIL…QUEBRANDO A CARA!

(Desmascaramento das sujeiras da GMid: um legado da COPA)

…………………………………………………..(segunda semana de Copa)

Quem poderia imaginar que, pela primeira vez e em escala mundial, as sujeiras que a GMid engendra e executa contra os povos do mundo ficariam tão expostas! E que contraste! Tinham previsto todos os piores horrores e riscos possíveis para aqueles que ousassem vir ao Brasil. E o que os chegantes encontraram? Acolhimento, alegria e generosidade! Que J. Valcke receba o “pé no traseiro” que tinha reservado para nós. Sou daqueles que se indignaram e foram às ruas contra a perda da soberania para uma instituição privada que só respeitam código: o do dinheiro com todas as consequências obrigatórias, mas nunca joguei no time dos que torciam pelo fracasso! Sim, nossos governos se rebaixaram a ponto de convidar a FIFA a “montar em suas costas sem cerimônias” e Dilma chegou a dizer que Blatter e Valcke estavam pesando sobre ela. Bem…sua participação naquelas decisões foi apenas indireta. Essa conta ninguém tira de Lula.

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E A GLOBO FICOU FEITO “BARATA TONTA”


(MARACANAÇO: “A História sempre se repete. Na primeira como drama; na segunda como farsa”, K Marx)

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Dividida entre suas obrigações e compromissos com a GMíd internacional—que não vê a hora de colocar no Planalto um “tucano bem dócil”—e sua ligação (fraca, é verdade) com a sociedade e a cultura que geram sua própria riqueza, a GLOBO não sabia muito bem como agir. Comprou os direitos; “sublocou-os” para outras redes, mas ficou por um bom tempo fazendo coro junto com os detratores do Brasil. O limite entre a crítica razoável e o ataque destrutivo é tão tênue! Uma coisa é certa: EM NENHUM MOMENTO RESPONDEU AOS DETRATORES DO BRASIL, COMO CULTURA E NAÇÃO! Logo: É CÚMPLICE!  O “braço de ferro” FIFA ‘vs’ GLOBO quase foi longe demais. Eles, como bons “players” sabiam bem com quem estavam lidando. Pareciam duas águias que engancham as garras nas alturas e ficam girando enquanto caem, à espera de que uma das duas “pisque”. E a FIFA piscou: deve ter perdoado alguma dívida e a GLOBO embarcou completamente na “maré verde e amarela”? Mas errou de novo, a ponto de estar induzindo um estado de espírito semelhante àquele que levou ao desastre de 1950. A pretexto de elevar o moral do povo, está induzindo os jogadores a dizerem: “VAI DAR BRASIL!”. Assim, corremos um forte risco de acabar com outro “maracanaço”!

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Está tudo tão exagerado na expressão desses amores, que as pessoas mais críticas vão se dar conta do nível de manipulação promovida. De repente, a GLOBO passou a agir como se o Junho de 2013, e suas jornadas memoráveis, nunca tivesse acontecido. O Brasil do “PRÁ FRENTE…” voltou em mau estilo: “AGORA SOMOS APENAS UM”. “Apenas UM” quem, cara pálida? Tudo parece dirigido à infantilização de nosso povo. Não duvidemos: no terreno da expressão amorosa, sob toda afetação se esconde a mentira ou…falta de consistência. Que rompam com seus compromissos anti-Brasil (sempre reatualizados) com as grandes corporações que estão tentando nos desestabilizar para nos dominar. Já no “AQUÁRIO GLOBAL“: Patrícia Poeta está mais prosaica do que nunca e Galvão dizendo besteiras em profusão. Para minimizar o efeito do pênalti inventado contra a Croácia, aplicou um raciocínio aritmético que só seria aceitável em uma criança: “Ainda bem que o Oscar fez mais um. Assim não vão dizer que ganhamos por causa do pênalti!”. Não precisa ser entendedor de futebol para saber que um pênalti a favor, na hora em que o adversário havia tomado as rédeas do jogo, muda completamente a história desse jogo.

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