Arte e Cultura

GRANDE CAPITAL AMEAÇOU: “PAZ, SÓ NOS MEUS TERMOS”-III

(TEMER: “Construindo NOSSA Paz”……Profeta Gentileza: “O CAPETA É O CAPITAL!”)

Márcio Amaral

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NOTA: a pessoa que vem sentando na cadeira de presidente do Brasil fez publicar (UOL, 27/7/16) artigo intitulado “CONSTRUINDO A NOSSA PAZ!”. Trata-se da sentença final de Encíclica de PAULO VI (1967). Que o líder religioso de uma igreja, tão associada à dominação de outros povos, tenha se valido de um pronome POSSESSIVO para se referir à PAZ é, no mínimo, um indutor de mal entendidos. Faz pensar na PAZ SEGUNDO OS TERMOS DE ALGUNS e não segundo o RESPEITO e a JUSTIÇA; uma espécie de “PAX ROMANA” segunda edição. Afinal, as palavras PAZ e DONOS são incompatíveis, especialmente entre homens que já foram “Donos de gado e gente”. Só para dar um exemplo recente de como esse espírito continua vivo, quando os povos resistem à invasão norte americana, são chamados de “rebeldes, insurgentes, ou terroristas”, como se fossem obrigados a aceitar a “PAX MADE IN USA”. No nosso caso, o articulista (que um dia se disse “peça de decoração”) reafirmou sua intenção de “PACIFICAR o país…”; nos termos do interesse do GRANDE CAPITAL, é claro!

(Ouçam a canção clicando na barra: “O CAPETA É O CAPITAL” Profeta Gentileza).

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Nas suas múltiplas ações, visando preservar seu poder (e TAXAS DE LUCRO), o CAPITAL já se utilizou de “CÃES DANADOS”, como no caso de Hitler/Mussolini, mas também adotou outras facetas aparentemente muito generosas como na adoção do PLANO MARSHALL (reconstrução da Europa no pós guerra). Todas as possibilidades continuam na mesa, e o Brasil parece estar no centro do seu interesse. Afinal, enquanto na Europa e USA o CAPITAL está quase pagando para emprestar (juros muito baixos e quase estagflação, ver P. KRUGMAN: “O dinheiro barato nos diz para investir no futuro”), por aqui seus lucros continuam estrondosos. Deixo o assunto para especialistas. Interessam-me mais as manobras que usam para enganar as pessoas e continuar detendo o poder político. Nesse sentido, tenho a forte impressão de que está em curso uma espécie de “BATALHA DO RIO (de Janeiro)” e haverá de ser aqui que o CAPITAL tentará desmoralizar, mais uma vez, os movimentos identificados como uma ameaça ao seu poder.

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POR QUE “BATALHA DO RIO DE JANEIRO”?

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Brizolla—um dos políticos identificados como “de esquerda” que fracassaram como administrador—dizia que o RIO era a “CAIXA DE RESSONÂNCIA” da política brasileira. Há alguma verdade nisso, principalmente do ponto de vista da CULTURA e daquilo que se costuma chamar de “brasilidade”. Há, sim, uma identificação com a cultura carioca por parte de quase todos os brasileiros de espírito mais livre (“mais descolados”). Gosto até de perguntar, quando identifico alguém com esse espírito, mas apresentando algum sotaque: “Sei que você é carioca, mas onde foi mesmo que v. nasceu?”. Afinal, ser carioca é mais um estado de espírito do que uma questão geográfica e nós não devemos nos envergonhar disso, nem nos deixar transformar em CARICATURAS a partir daquilo que os estrangeiros dizem que nós somos. Ao lado dessa importância cultural—e como consequência dela—está se formando por aqui um movimento que arrebata a juventude e poderá conquistar o poder político propriamente, nas próximas eleições. E o GRANDE CAPITAL já está alerta contra quem possa colocar amarras e coleira nos seus próprios movimentos. Por isso deram a senha quanto ao todo tipo de BOICOTE que farão (ver abaixo). Mas seus representantes quase oficiais estão tão desmoralizados que sua tarefa não será fácil.

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ROTULANDO MOVIMENTOS “MAIS À ESQUERDA” DE “VENEZUELA”

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O candidato do atual prefeito*, tentando desclassificar os demais candidatos à Prefeitura do Rio de Janeiro, disse que o candidato “mais à esquerda” era a “Venezuela aqui no Rio”;assim, como se Venezuela fosse apenas um rótulo e não um país cuja história precisa ser respeitada. Se pelo menos dissesse “bolivariano”…! Bem…a capacidade intelectual daquele sujeito não vai muito além do uso de rótulos. Quem sabe não será uma espécie de “PEZÃO…SEGUNDA VERSÃO“? Dessa vez, porém, melhor chamá-lo “MÃOZÃO”, por conta de suas agressões à sua mulher (e outras coisas mais). Do ponto de vista daqueles partidos que podem arrebatar o poder, porém, uma coisa é certa: fazer campanha, discutir e empolgar é muito diferente de ADMINISTRAR UMA CIDADE NO DIA A DIA; mantendo e ampliando os serviços públicos, a partir da ampliação de ARRECADAÇÃO além da boa gerência dos recursos. E essa capacidade, do ponto de vista das grupos ditos “à ESQUERDA”, ainda carece de demonstração. É bom lembrar de que os inimigos tudo farão para que se repita por aqui o fiasco de Saturnino Braga.

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GRAMSCI
GRAMSCI

Aquela alusão à VENEZUELA deve servir de alerta, pois confessam travar aqui uma BATALHA NACIONAL, devendo ser vista como uma antecipação de todo tipo de ataque que farão ao exercício do poder pelos seus adversários. E é bom lembrar de que seus instrumentos “GLOBAIS” são de peso. Visando antecipar riscos, nada melhor do que estudar alguns dos episódios de tomada de poder por grupos anticapitalistas no curso da HISTÓRIA. E onde encontro aquilo que sinto ser de mais utilidade para nós? Em A. Gramsci (“A Vida de Gramsci” de Giuseppe Fiori, Ed. Paz e Terra, 1979, cap 22), quando discutia a revolta do grupo de Trotsky (1926, logo após a aplicação da “Nova Política Econômica” na Rússia) contra o “paradoxo” de os proletários serem a classe dominante e, ao mesmo tempo, viverem em condições inferiores à das classes dominadas:

“…o proletariado não pode se tornar a classe dominante sem superar, com o sacrifício de interesse corporativos, essa contradição. Não pode exercer essa HEGEMONIA sem sacrificar esses interesses imediatos em função dos mais gerais e permanentes. É fácil fazer demagogia nesse terreno, insistindo nos lados negativos da contradição: “Quem é o dominador, o operário mal nutrido e mal vestido ou no nepman coberto de peles, dispondo de todos os bens do mundo?”. Difícil é não fazer DEMAGOGIA e cair no espírito corporativo…Reside neste elemento a raiz dos erros do bloco de oposição…Aqui renasce a tradição do SINDICALISMO que impediu até hoje nossa organização como CLASSE DIRIGENTE”. A fome imperava e, naquele momento, nada era mais importante do que produzir bens. Os capitães de indústria o sabem muito bem.

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PERIGOS DO CORPORATIVISMO: POR UMA NOVA MORAL

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Foi, certamente, esse espírito CORPORATIVO que pôs a perder as maiores conquistas daquela época, desmoralizando-as e justificando escritos como “A Revolução dos Bichos”(1945)** de G. Orwell. Ao falar em “bichos”, o autor induzia a pensar que, antes, somente a Realeza russa era composta de humanos. Mas é também possível pensar que, ao se deixarem levar pelos interesses mesquinhos, os ideais mais elevados teriam refluído para a mesquinharia anterior: “…opor à concepção de vida burguesa uma…nova moral, novos ideais, um novo modo de viver e de pensar...(HEGEMONIA)…um modo de poder; uma necessidade histórica em um momento dado…apoiado sobre bases de largos consensos(IDEM, AG em 1929). E tudo isso foi antecipado por Gramsci quando as classe sociais eram muito mais demarcadas! Hoje, quando a delimitação entre classes é quase impossível, especialmente entre os explorados de todos os tipos, aquelas palavras devem ter um peso bem maior. A nossa grande questão parece-me ser: ISOLAR O GRANDE CAPITAL, desmascarando seu PODER IDEOLÓGICO e “GLOBAL”. Mas, para isso, além dos belos discursos, precisamos demonstrar a capacidade de—além de melhorar os SERVIÇOS PÚBLICOS, uma necessidade imediata—produzir RIQUEZAS, bem distribuí-las, sempre preservando a NATUREZA, é claro.

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*aquele mesmo que espancou a esposa quebrando-lhe dentes e está sendo processado pela Procuradoria, apesar da PF lhe ter servido um “PRATO FEITO” ao agir como se Defensoria fosse.

**Até à “Nova Política Econômica” (Rússia, 1921) o autor fez alusão: “…Algum tempo depois, os porcos começam a negociar com os agricultores da região…”. Não por acaso, a TIMES considerou esse um dos mais importantes livros em língua inglesa e “radicalizou” nas denominações chamando-o “O Triunfo dos Porcos” e outras denominações nada edificantes.

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VEM PRÁ RUA…VEM

(“O Capeta é o Capital”, do Profeta Gentileza)

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Vem prá rua, vem! Vê se traz sua bandeira

Que o Brasil já anda sem mais saco prá mais brincadeira.

Todos tão vendo muito bem..nos fizeram de palhaço

FORA o VAMPIRO da cadeira ou não respondo por que faço!

……….FORA!

Vem prá rua, vem, vê se vence essa leseira

Sei que você tem também aversão a quebradeira

É que ‘stão nos assaltando na maior das indecências

Agora que vão aguentando a melhor das consequências.

…………….FORA!

OH! Meu Brasil

O mundo todo tá despertando para o mal

Dessa entrega de “TODO PODER AO CAPITAL”! (Aqui)

Descendo goela abaixo, sem paralelo ou igual.

……….Quem sabe daqui

Há de brotar um movimento mundial

Contra essa praga que ameaça até a natureza;

Que tudo arrasa, destrói e é global? (Pois)

Como bem disse o profeta GENTILEZA,

Ela gera GENTILEZA e “O CAPETA É O CAPITAL”

E eu completo, com a mais plena certeza:

VIOLÊNCIA a VIOLÊNCIA contra o CAPETA e o CAPITAL!

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