Arte e Cultura

O GLOBO: NOSSA AUTONOMIA INCOMODA MUITA GENTE!

NOTA: A REDE GLOBO parece não conviver muito bem com qualquer AUTONOMIA. Começou por retirar a dos seus funcionários, especialmente dos repórteres e jornalistas! É bem conhecido o fato de que quase todos eles têm sido "PAUTADOS" em sua atividade, e têm pouquíssima margem para exercer um mínimo de INDIVIDUALIDADE. Há, sim, um certo tipo de poder que não convive bem com grandes INDIVIDUALIDADES e isso é sinal da entrada em decadência. Muito poucos são, hoje, os jornalistas que conseguem manter alguma AUTONOMIA de pensamento na elaboração de suas matérias. Mesmo esses, é duvidoso se escapam de uma certa autocensura e medo de desagradar aos seus patrões. Nunca, sequer durante a ditadura, ouso afirmar, o jornalismo foi tão pobre como nos dias que correm. Principalmente no que se refere às inteligências e expressão de ousadia e independência. O ataque que aquela "Rede" desferiu contra as universidades públicas faz pensar que identificaram um poder ascendente que ameaça o seu próprio. Há ali uma espécie de "Delenda est Cartago" ("Cartago deve ser destruída", do romano Catão ao identificar um poder ascendente no outro do Mediterrâneo).
NOTA: A REDE GLOBO parece não conviver muito bem com qualquer AUTONOMIA. Começou por retirar a dos seus funcionários, especialmente dos repórteres e jornalistas! É bem conhecido o fato de que quase todos eles têm sido “PAUTADOS” em sua atividade, e têm pouquíssima margem para exercer um mínimo de INDIVIDUALIDADE. Há, sim, um certo tipo de poder que não convive bem com grandes INDIVIDUALIDADES e isso é sinal da entrada em decadência. Muito poucos são, hoje, os jornalistas que conseguem manter alguma AUTONOMIA de pensamento na elaboração de suas matérias. Mesmo esses, é duvidoso se escapam de uma certa autocensura e medo de desagradar aos seus patrões. Nunca, sequer durante a ditadura, ouso afirmar, o jornalismo foi tão pobre como nos dias que correm. Principalmente no que se refere às inteligências e expressão de ousadia e independência. O ataque que aquela “Rede” desferiu contra as universidades públicas faz pensar que identificaram um poder ascendente que ameaça o seu próprio. Há ali uma espécie de “Delenda est Cartago” (“Cartago deve ser destruída”, do romano Catão ao identificar um poder ascendente no outro do Mediterrâneo).

Foi com um misto de apreensão e um curioso bem estar que li o Editorial de “O Globo” no qual ataca a Autonomia Universitária (“CRISE FINANCEIRA E AUTONOMIA UNIVERSITÁRIA”, 16/5/2015). A origem da apreensão é óbvia: levantaram-se contra nós forças tremendas exatamente no momento em que as Universidades começaram a fazer valer a sua força. Levantamos barreiras enormes contra o avanço dos interesses empresariais/governamentais e muitos não o aceitam bem. Além disso, parecia haver, naquelas palavras, uma oferta pública ao governo (envolvendo o Congresso e o Judiciário, é bom não esquecer) de uma ALIANÇA contra as Universidades, exatamente no momento em que elas também lhe têm imposto várias derrotas. Seria uma aliança entre fracos—além de inimigos entre si, em boa parte das contendas—e isso fazia surgir uma pista para entender o meu estranho bem estar.
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E veio a conclusão, associada a uma pergunta: O QUE TEMOS FEITO PARA DISPARAR E UNIR CONTRA NÓS TANTAS FORÇAS que são antagônicas em outras esferas?RESPOSTA: Temos acertado muito em nossas lutas mais recentes. Tanto, que obrigamos nossos inimigos a mostrar suas faces sem disfarces, ou com disfarces muito esfarrapados, como no caso desse editorial. Somos agora uma força enorme, capaz de capitanear e galvanizar os sonhos de uma juventude, ela mesma muito mais crítica e AUTÔNOMA do que em outros períodos recentes. Tudo sempre em função de velhos PRINCÍPIOS, diga-se de passagem, que têm sido muito desrespeitados ultimamente. Por fim e “fechando”esse entendimento, como demonstra a velha e boa DIALÉTICA: as alianças, sua “diversidade” (entre entes tão díspares) e a intensidade do ataque desferido costumam ser proporcionais ao medo que os “aliados” têm dos seus adversários. CONCLUSÃO: Estamos no caminho certo e só não podemos nos deixar arrastar para antigos erros ou nos deixar levar por novos estratagemas e provocações.

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UM EDITORIAL ESCRITO “EM CIMA DA PERNA”?

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Vamos à matéria! A ladainha é sempre a mesma: CRISE FINANCEIRA E AJUSTE FISCAL, e eu não vou gastar meu tempo discutindo esse assunto. Outros o farão melhor do que eu. Sei que o orçamento de uma nação é preparado segundo as prioridades de uma sociedade. Quem vive falando na EDUCAÇÃO como a “solução estratégica para o futuro brasileiro” não tem o direito de ignorar a consequência obrigatória desse discurso: prioridade na destinação de recursos. Aquilo de que eles não gostam mesmo é do tipo de EDUCAÇÃO e ensino que ministramos; menos ainda das nossas práticas muito democráticas, visando a liberdade individual e a formação de opinião INDIVIDUALIZADA. Certamente preferem os modelos aplicados por seu “enfant gâté” da Prefeitura do Rio, que exibiu, em peça de propaganda, o que pensa da EDUCAÇÃO: crianças sentadas em carteiras postadas em uma esteira de “linha de produção”. Pois bem: querem uma demonstração do quanto estavam pouco à vontade para afirmar o oposto àquilo que vivem falando “da boca prá fora”? Vejam o CONTORCIONISMO e a TORTUOSIDADE desse trecho do Editorial que violenta todos os princípios do bom jornalismo: “…não é possível escapar da impossibilidade real de se sustentar despesas”Traduza, por favor, quem gostar de tortuosidades.

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Querem uma prova das intenções malévolas e pouco honestas do Editorial? Peguem os dois membros do seu título: Crise Financeira e A. Universitária. Era esperado que fosse estabelecida a RELAÇÃO íntima entre as duas, não é mesmo? Pois bem, se há algo para o qual a AUTONOMIA não tem sido NUNCA aplicada é exatamente naquelas que seriam as consequências diretas da…crise financeira: financiamento, salários e contratações. Assim, fica ABSOLUTAMENTE DEMONSTRADO: a crise econômica foi apenas USADA na argumentação para atacar o recente e elevado exercício que temos feito da AUTONOMIA. Vejam como quase confessaram o uso dos “problemas financeiros” para aquele fim:“…discuti-los à luz do princípio da autonomia universitária…trata-se de exercício providencial…”. Muito PROVIDENCIAL! O que não suportaram mesmo foi a nossa luta pelos valores primordiais das UNIVERSIDADES: a rejeição às tentativas de imposição de domínio empresarial em todas as áreas (a EBSERH é apenas um ensaio); a eleição para a Reitoria da UFRJ de um professor sobre o qual sabem que não exercerão qualquer influência; a derrota fragorosa em um PLEBISCITO na UFSC, único do gênero executado até hoje e no qual depositavam tantas esperanças… pobrezinhos. É essa a AUTONOMIA que lhes é insuportável.

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O que está em jogo, verdadeiramente, é a HEGEMONIA POLÍTICO-IDEOLÓGICA em relação à sociedade brasileira em geral e do Rio de Janeiro em especial. Quando, a um só tempo, a GLOBO perde rapidamente sua influência na nossa sociedade (conclusão respaldada por vários índices tornados públicos recentemente), e as universidades (especialmente a UFRJ) começam a ganhar um protagonismo e influência muito para além dos seus muros e do próprio âmbito das universidades brasileiras, algo de novo está ocorrendo no Brasil. Estamos incomodando muito os poderes oficialmente constituídos, e isso é bom! A UNIVERSIDADE ESTÁ EXERCENDO BEM O SEU PAPEL. Mas as coisas podem ser ainda mais graves: somente com a A. Universitária pode uma nação se desenvolver e conquistar seu espaço no atual “desconcerto das nações”. É bem conhecido o papel das universidades na afirmação ocidental (para o bem e para o mal), depois do fiasco nas Cruzadas. Assim, quem ataca nossa Autonomia age como uma espécie de “Quinta Coluna”. Mas…que venham as hordas adversárias e inimigas! Como bons lutadores, usaremos contra eles sua própria força burra.

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Voltemos ao Editorial! A VERDADE cristalina dos seus objetivos ficou absolutamente demonstrada quando disseram: “há uma intensa sindicalização nas universidades e radicalização política…”. Essa lembrou os idos de 1964! Vejam que condenaram a SINDICALIZAÇÃO como um mal em si. Nem sequer apelaram para o termo que costumam usar para desclassificar os movimentos sociais e as entidades OFICIAIS de representação dos trabalhadores:“SINDICALISMO”. A Globo acaba de atacar um PODER REPUBLICANO E TAMBÉM RECONHECIDO NA CONSTITUIÇÃO. O que diriam se houvesse uma “intensa associação de empresários à suas entidades representativas” (FIESP, ANFAVEA, etc.)? Chamariam a isso RADICALIZAÇÃO? Eis a “força burra”! Perderam a mão e nem sequer podem publicar uma errata: “Na pág…, onde se lê SINDICALIZAÇÃO, leia-se….”. Ficaria ridículo! Efetivamente, até do ponto de vista dos seus interesses (e do jornalismo), erraram demais nesse editorial.

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Quando obrigamos o inimigo a mostrar sua verdadeira face, é sinal de que estamos em um bom caminho! Além disso, parecem ter medo do “bicho papão”. Onde enxergaram essa radicalização de que falam? Só se foi na eleição de R. Leher! Então, estariam dizendo que uma eleição é sinal de radicalização. As coisas estão ficando sérias. Já atacaram as ASSOCIAÇÕES OFICIAIS, agora estão atacando ELEIÇÕES! Esse pessoal de O GLOBO está mesmo RADICALIZANDO…de forma pouco inteligente, é verdade! E a verdade é que eles apostam mesmo em alguma “radicalização”, segundo seus termos, é claro. São uns engraçadinhos! Podiam pelo menos esperar por algum sinal mais objetivo de “radicalização”. Sim! Nós haveremos de radicalizar, mas apenas no sentido da procura por raízes e aplicação de princípios. Nunca contra pessoas. Meus amigos, se eu pudesse assinalar apenas um OBJETIVO a ser alcançado na luta política, diria: TORNAR AS INTENÇÕES E OBJETIVOS (de classe, nós sabemos) ABSOLUTAMENTE CLAROS. A partir daí, tudo vai entrando no seu lugar e toda forma de “reacionarismo” vai sendo vencido naturalmente. Nesse sentido, violências tolas costumam servir aos inimigos. Avancemos, enquanto o inimigo se atrapalha!
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Por fim, e talvez o maior motivo para aquele bem estar assinalado lá em cima: tive a ESPERANÇA de me reencontrar com antigos companheiros de muitas lutas que não queriam (ou não podiam) se dar conta da gravidade e profundidade do ataque a que estamos sendo submetidos através da EBSERH: uma espécie de CUNHA que ameaçava não somente a nossa AUTONOMIA, mas também aquele Mínimo Múltiplo Comum que aproxima uma comunidade acadêmica qualquer. Aquela ESPERANÇA é mais um efeito de termos conseguido obrigar os inimigos a deixarem absolutamente claras suas intenções. É O PRÓPRIO ESPÍRITO UNIVERSITÁRIO QUE ESTÁ SOB ATAQUE CERRADO. Agora não há mais espaço para trânsfugas. Se SOMOS TODOS UFRJ” e se estamos todos “JUNTOS PELA UFRJ, UNIDOS NA DIVERSIDADE”, haveremos de lutar para que continueAUTÔNOMA, CRÍTICA E DEMOCRÁTICA.

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