Arte e Cultura

POR UMA FRENTE ANTICAPITALISTA: HORA DE AMPLIAR-II

(O CAPITAL ameaça a VIDA? Unamos forças contra seu avanço)

Márcio Amaral

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boutiqueNOTA: o atual prefeito do RIO, tentando desclassificar um candidato opositor com chances de vitória, disse ser ele “apenas um rapaz latino americano”. Em tempos de MUJICA, soou como um elogio. Quem se lembra de que, no seu primeiro ano de mandato, Paes promoveu na Av. Atlântica uma “DISNEY PARADE”? Não sei se sua inspiração é o PATETA ou o PLUTO, mas esse sujeitinho anda envergonhando RIO!* Agora, estava ensinando os estrangeiros a dizer “gostosa” e “bundão”. Que aprendam a dizer: “The Mayor Bundáo” (“O prefeito B…, com sotaque)! Acertarão em cheio. Ouçam a canção lá embaixo, clicando na barra: “À Maneira Latino Americana” (“In Latin American Way”)

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Desde muito tempo, dei-me conta de que as FRENTES foram imaginadas para…fazer frente, ou seja: DEFENSIVAMENTE e para barrar os avanços de forças adversárias. Por isso, devem ser tão amplas quanto possível, como no caso daquela que foi proposta por A. GRAMSCI contra os avanços dos fascistas na Itália (décadas de 1920/30). Nos dias que correm, e como o CAPITAL radicalizou muito em suas ações e ameaças à vida (especialmente no BRASIL), penso que bem melhor seria a criação de uma FRENTE ANTICAPITALISTA* e não de ESQUERDA (ver texto anterior). A questão essencial do momento parece ser barrar as violências que estão sendo cometidas pelo governo GOLPISTA contra todos direitos individuais e sociais e até mesmo de lutar pela preservação de nossa SOBERANIA NACIONAL. Não subestimemos nossa sociedade e o engajamento dos jovens a partir da clareza quanto aos riscos que o CAPITALISMO representa, especialmente no que se refere à preservação da natureza. Falta apenas lhes dar um pouco mais de consequência e entendimento mais profundo. Muitos deles sequer se definem como “DE ESQUERDA”.

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Já em momentos de AVANÇO, as FRENTES (especialmente as compostas por partidos políticos) naturalmente se esgarçam e se desfazem pelo aguçamento das suas contradições. A procura, nesses casos, e a partir da reversão do sentido para avançar, passa a ser pela definição de uma certa HEGEMONIA** (ver texto específico sobre esse tema neste mesmo blog): as forças mais consequentes terminam por–naturalmente e quase que por arrasto no vácuo—levar outras consigo, todas mantendo sua AUTONOMIA E LIBERDADE DE MOVIMENTOS. As perguntas que se colocam, nesse tipo de situação, são:

1-seria necessária a OFICIALIZAÇÃO (caso do “UNIDOS PODEMOS” na Espanha, ver texto anterior) de uma aproximação que tenderia a ser natural e inevitável no curso do tempo?

2- não seria, essa OFICIALIZAÇÃO, mais contraproducente do que útil?

3- não estaria em jogo (por parte de alguns) uma falta de generosidade nessa cobrança de “acordos” para fornecer apoios; acordos esses que terminam quase sempre em um “toma lá, dá cá”?

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QUEM PRECISA DE “ACORDOS”, OFICIAIS OU NÃO?

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Já faz algum tempo, dei-me conta de que acordos são uma confissão de desconfiança e foram feitos para serem descumpridos, rompidos, traídos, etc. Hitler foi o mestre dos “acordos”, deles se valendo apenas para ganhar tempo. De minha parte afirmo que a própria necessidade de uma CONCRETIZAÇÃO envolvendo aquilo que é necessariamente ABSTRATO e fluido—a afinidade política em torno de projetos para uma sociedade—é apenas uma demonstração da fragilidade daquela mesma afinidade. Predominariam, nesses casos, objetivos pequenos, contábeis e medíocres. De minha parte, e até para ter a liberdade de crítica, oriento meus apoios a partir de PRINCÍPIOS e não preciso de qualquer “acordo” para tanto. Não se devem fazer acordos com amigos. Reservemos algo parecido (fim de beligerância, comércio, etc.) para os potenciais adversários e inimigos. Aquilo que está mais em falta na vida política são: GENEROSIDADE E DESPRENDIMENTO. Diante da impressão de que uma outra pessoa (ou partido) tem uma proposta mais consequente do que a nossa, é claro.

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Já estive várias vezes na situação de apoiar antigos adversários, quando concordava com seus caminhos propostos e sem pedir nada em troca: eleição de J. Ferreira para a direção do IPUB (1994) e agora mesmo, na relação com o PT. Mesmo depois de tantos golpes que seu governo deu nas Universidades, nunca vacilei no meu apoio à INSTITUCIONALIDADE e ao estado de direito, contra o GOLPE em curso e pelo retorno da PRESIDENTE ao MANDATO que lhe foi conferido pelo povo através do voto. Tudo isso sem qualquer perspectiva de “acordos e trocas” posteriores. Aplicando a boa DIALÉTICA—aquela mesma que está sempre procurando pelo choque entre contrários—, diria que a necessidade da formalização de “acordos” é uma demonstração da fragilidade dos pontos de aproximação entre duas tendências políticas.
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UMA PERSPECTIVA DE HEGEMONIA (MUITO RESPEITOSA) NO RIO 
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Muita gente estranhou que 3 eventuais candidatos (de “esquerda”) à Prefeitura do RIO fizessem um acordo (sem formalizações) de apoio mútuo, mas somente para um eventual segundo turno, mantendo suas candidaturas iniciais. Viram nisso uma perigosa “divisão”; um risco a que todos fossem derrotados em um primeiro turno, algo do agrado da DIREITA, etc. Pois eu penso exatamente o contrário: FOI UMA GRANDE IDEIA. Nesse momento, qualquer “união ou frente de esquerdas”, que têm perspectivas tão diferentes, só criaria conflitos e afastaria pessoas e tendências. Em termos eleitorais, aquele que estiver mal em pesquisas sequer gostará do desgaste e retirará a candidatura, apoiando a um outro (espero). Depois de um primeiro turno, aí sim e definida a HEGEMONIA, o que passaria a contar seriam GENEROSIDADE E DESPRENDIMENTOS MÚTUOS: entre os derrotados, de início, e entre os vitoriosos no sentido de acolhimento—no exercício do poder—de pessoas de outros partidos. Tudo isso sem a necessidade de qualquer acordo formal prévio.

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*Até pouco tempo, eu mesmo não acreditava em opções de governar que se impusessem ao CAPITALISMO. Percebendo a revolta crescente no mundo contra esse modelo de organização social, dei-me conta de que a questão não é acabar com o CAPITAL, mas com o seu poder político crescente e altamente destrutivo: O CAPITALISMO. E o “novo” modelo de organização social certamente não seria o último estágio na evolução humana.

**Há quem reaja muito mal a essa palavra, como se implicasse poder de uns e submissão dos demais. Não é esse o seu conceito e HEGEMONIA sequer deve ser um OBJETIVO específico e permanente. Que ela seja um fato da vida, decorrente da luta do dia a dia e resultado do reconhecimento de que algum grupamento estaria sendo mais efetivo naquele momento; exercitando sua liberdade de pensar e agir, mas nunca se furtando à discussão. Sem essa liberdade, há de se deixar apertar em um “abraço de afogado”.

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À MANEIRA LATINO AMERICANA

(“In Latin American Way“)

O mundo inteiro ‘inda há de aprender com a gente

O valor de ter do lado quem é muito diferente

Prá que que eu quero gente pensando igual a mim?

A mim me basta o respeito, compartilhando um bom fim.

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Quem bem o disse foi o poeta Baudelaire:

“Prá que buscar aquilo que tenho em demasia?”

É um Narciso quem só ao igual ama e quer (Assim)

O mundo roda sem nunca encontrar uma harmonia

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Vamos cantar no Caribe

(Na América que é Central)…Pro Sul..

Como a alegria “prescribe. ..”

Para bem longe do mal.

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Todos dançando uma Rumba,

Salsa, Ciranda ou um bom Samba

Sem esquecer da Macumba (E)

Exclamando: “CARAMBA!”

………….(quadra escrita posteriormente)

(Se o México pede entrada

Vá chegando sem cerimônia

É parte da América amada

Que se abraça até a Patagônia)

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No “Norte” eles ‘tão “pancada”

Tudo é TERROR e “segurança”!

Por lá toda gente anda armada

Cultivando a desconfiança.

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O sonho virou pesadelo
A Escola, uma campo de caça
Prefiro viver nu em pelo
A ter semelhante desgraça
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Quanto mais juntam dinheiro

Mais vão perdendo a esperança (E)

Que aprendam com um bom brasileiro

A ser uma eterna criança.

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