(Quem não usar as armas LEGÍTIMAS que tem, vai “chorar PiTangas”)

Márcio Amaral

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“NEW DEAL”, ou “novo acordo”, foi nome dado ao programa instituído entre 1933 e 36 por F. D. Roosevelt para recuperar a economia dos EUA que se arrastava  penosamente (junto com seu povo) desde a grande crise de 1929. Baseava-se, principalmente, em um vasto programa de execução de OBRAS PÚBLICAS. Pouca gente atenta na importância e significado daquele título, mas esse NOVO ACORDO implicava que, daquele momento em diante, o INTERESSE PÚBLICO iria predominar, pelo menos nas AÇÕES DE GOVERNO, sempre assaltado pelos privatistas em geral. Pela primeira vez, na América do Norte, o interesse público encontrou um representante de peso e com capacidade de domar pelo menos “alguns excessos” do CAPITAL cuja ação “totalmente livre” mostrara à sociedade seu potencial destrutivo. Sem fazer qualquer juízo de valor ou comparação, e somente para situar historicamente: na Rússia, não houvera qualquer “novo acordo”, mas a DITADURA DO PROLETARIADO. O sucesso de FDR foi enorme e os EUA emergiram dali como a grande potência mundial da época.

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Mas a “receita” foi abandonada e o potencial PREDATÓRIO do CAPITAL sobre a sociedade (que alguns teimam em chamar “capacidade de renovação”) fez, no curso desse tempo, muitas aparições sem máscaras e em diversos outros locais do mundo. Suas infinitas “cabeças”—como o monstro mitológico, a HIDRA DE LERNA—continuam a assombrar a humanidade travestidas de “progresso” e usando como nunca o ilusionismo da “tecnologia libertadora”. Talvez o único país a se manter, por todo esse tempo, em uma espécie de “NEW DEAL” tenha sido a SUÉCIA. Como bem o demonstrou E. Hobsbawn (“A Era dos Extremos”).  Na guinada à DIREITA que TODA a Europa deu durante a década de 1930, somente a SUÉCIA reafirmou sua vocação socialista, domando muito bem o CAPITAL. Não por acaso, seu PM. OLOF PALME disse certa vez: “O Capital é um carneiro que precisa ser mantido bem tosquiado”. Só um sueco poderia associar o CAPITAL a um carneiro. Mataram-no, em um atentado até hoje não elucidado! Tenho uma máxima: “quando o aparato de estado não consegue elucidar um crime político, o maior suspeito é….o próprio aparato de estado”. No caso, INTERNACIONALIZADO. Devia haver a mão da CIA por lá.

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DILEMA-PT: FACA+QUEIJO “VS” CHORAR PITANGAS

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Pois bem: desde 2008, o mundo está novamente se arrastando como uma lesma e deixando uma gosma atrás de si, à espera de um “NEW-NEW DEAL”. Os responsáveis?! Os “herdeiros dos exploradores de 1928”. Dessa vez, entretanto e antes de tudo, precisaram tomar de assalto o poder público (GW Bush) e desfazer quase todos os controles e garantias um dia estabelecidos (em 1933) por Roosevelt. Tinham um aliado de peso: A GRANDE MÍDIA! O resultado? Muito parecido com o de 1929. Todo o desastre mundial que estamos assistindo, com suas guerras, invasões e refugiados, é a versão “light” da tragédia que culminou na II-G. Guerra. Pode alguém, diante de tudo isso, duvidar do potencial destrutivo do CAPITAL? Ele não apenas “nasce pingando sangue por todos os poros”, como continua a “moer pessoas em uma enorme moenda”. Se, naquele período, o BRASIL permaneceu na periferia da tragédia (mas desempenhando um belo papel na guerra), agora somos um dos maiores “fronts” dos embates. A “saúde financeira” do sistema bancário passa pela exploração do BRASIL. Somente isso poderia explicar os riscos que estão correndo por aqui, ao patrocinar um GOLPE de consequências potencialmente desastrosas para eles mesmos e seus “correligionários”, os “QUINTA COLUNA” do PSDB.

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E então chegamos à pergunta: PARA QUE UM PAÍS FAZ POUPANÇA (RESERVAS)? 1- somente para agradar aos bancos credores e aplacar sua sanha devoradora; 2-ou para usá-las de acordo com as maiores necessidades desse país e seu povo nas suas situações mais dramáticas? Se a resposta é de submissão e segundo interesses inconfessáveis, fiquem com o medo. Mas se a opção é pelo estabelecimento de um “NOVO ACORDO”; uma nova base de funcionamento governamental, então é hora de planejar um reerguimento de nossa economia a partir do uso MUITO CRITERIOSO daquelas RESERVAS (cerca de 370Bi$). Risco de uma eventual “PERDA DE CREDIBILIDADE”? Mas se continuam atacando a nossa “credibilidade” de todas as formas possíveis!! Se somos tratados como “maus pagadores” mesmo pagando regularmente!! Só para registrar, é bom lembrar que a imensa maior parte daquelas RESERVAS foi conquistada durante os governos de Lula.

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Mas é preciso, antes de tudo resgatar a CREDIBILIDADE INTERNA, também muito abalada, senão perdida, pelo governo. Para isso, poderiam constituir uma espécie de CÂMARA TÉCNICA para planejamento e controle do uso daquelas RESERVAS. Dela poderiam fazer parte, além de representantes da Universidades Públicas, até mesmo membros da oposição. Armínio Fraga, por exemplo, seria um ótimo nome. Ah!!! Mas seria muito engraçado ver essas pessoas se debatendo como em uma chapa quente!! Façamos com eles essa “pequena e sutil maldade”. Quem sabe não será também um trampolim para que se redimam perante seu país e seu povo? Que desculpa dariam para não aceitar um convite desses? Como poderiam se posicionar contra a realização de obras públicas que eles mesmos defendem há anos? Por outro lado: como se explicar aos seus BANCOS MENTORES?

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E o APOIO POLÍTICO? Onde o governo o encontraria e quem, dentre os opositores, seria totalmente contra aquele uso das RESERVAS? Quase que somente o PSDB poderia fazer uma oposição sistemática. Quem sabe também TEMER, por sua recente “amizade colorida” com as grandes corporações?! É verdade que Temer (e seu pequeno grupo), depois da desmoralização dos TUCANOS, caiu nas “GRAÇAS DO CAPITAL”. Mas ele mesmo ficaria caladinho com o medo que lhe é peculiar. Quando mostra a cara…é só vexame! Os demais? A atual base do governo? O “baixo clero”, esnobado de maneira contumaz pelo PSDB e pelos BANCOS? Os grandes empresários brasileiros? REPITO: QUEM SE OPORIA A ESSE USO CRITERIOSO DAS RESERVAS? Aqueles que se beneficiariam com ele? E agora, afirmo então: O GOVERNO ESTÁ COM A FACA E O QUEIJO NA MÃO. Se não a usar, há de, como dizia minha mãe, CHORAR PITANGAS e—quem sabe?—acabar de tangas!