Arte e Cultura

UMA “CHANTAGEM GLOBAL” CONTRA A UFRJ!?

"OS JUSTICEIROS", Como todo o respeito.....a Lampião e Maria Bonita

(TÊM ALGUMA ÉTICA A CGU E A GLOBO?)

Márcio Amaral

NOTA: o texto abaixo é totalmente anterior à veiculação das denúncias pela Globo (18/11). Suas teses principais: 1-relação promíscua da CGU com a Globo, beneficiando-a (até financeiramente) com repasse exclusivo de material preliminar; 2-suspeita de chantagem à UFRJ pela Globo; 3-indução de pré-julgamento na população; 4-tratamento de matéria muito grave e jornalística, como se tratando de “variedades”; continuam inabaláveis. Há, nas denúncias, muitas coisas que já foram esclarecidas. Mesmo sem desconsiderar a possibilidade de mau uso de recursos públicos por alguns, houve sim, e por muito tempo, uma cultura de adaptação e esforço pela sobrevivência de nossas instituições que levaram a atitudes pouco ortodoxas por parte de nossos gestores, sem qualquer intenção malévola, entretanto. Que isso nos sirva de lição e que paremos de ficar como miseráveis, aceitando o desinvestimento dos govern os nas nossas Universidades! Já com relação à REDE DE “NOTÍCIAS”: quem se envolveu em tantas conspirações (sempre contra os interesses do povo e da nação): DIRETAS JÁ; PROCONSULT E MANIPULAÇÃO DE DEBATE LULA/COLLOR, deve estar apenas atuando em mais uma. É o seu DNA. Visavam atingir à própria INSTITUIÇÃO UFRJ! É o que se deduz da manchete de OGLOBO (18/11) “UFRJ É INVESTIGADA…”. Aliás, a cena inicial da matéria: uma aproximação da I. do Fundão em helicóptero, fez-me lembrar de “APOCALIPSE NOW”. Faltava apenas a “Cavalgada das Valquírias”, pois a inspiração era a mesma: BOMBARDEIO E OCUPAÇÃO. Assim se revelam as verdades mais profundas! Querem mesmo invadir todos os nossos espaços.

Dentre todos os procedimentos pouco éticos da GLOBO (em relação ao próprio jornalismo*) na sua “denúncia anunciada” de mau uso de recursos públicos pela Reitoria da UFRJ, o mais grave foi criação de um clima de ameaça para durar, no mínimo, uma semana. Anunciá-la ao final do “Fantástico” (11/12), como se fosse uma “atração imperdível” de um próximo programa, é imperdoável e sugere uma proposta nada velada de chantagem. Que tipo de “negociação” estão querendo propor à Reitoria da UFRJ? Se aquela era verdadeiramente uma notícia, especialmente por ter sido originada a partir de um órgão público (a CGU), quem pode ter dela monopólio? Alguma coisa está “cheirando muito mal” no próprio procedimento em si. No mínimo, há aí um beneficiamento de uma instituição privada, a partir de um trabalho público. Acho que devemos denunciar a CGU por favorecimento à Globo, afinal, ela retira disso lucros, ou não?

A Globo parece mesmo gostar de chantagear. Assim, mantêm sob pressão contínua alguns governantes, como o Prefeito e o Governador do Rio, por exemplo. De vez em quando, fazem publicar matérias muito duras contra eles, como a denúncia de que os maiores “contribuintes-mascarados” da campanha do Prefeito são construtoras envolvidas nas obras para as Olimpíadas (C. Hosken e outras). Curiosamente, nunca dão continuidade à “investigação” e a matéria “morre” no dia seguinte, quem sabe, depois de algumas “negociações” semelhantes às que vão propor ao Reitor? São mestres consumados nessas práticas. Melhor que a nossa Reitoria não entre em qualquer tipo de “acordo” com a Globo!

A CGU não é PF, MP, nem a Justiça. O seu muito importante trabalho é o de, aplicando sofisticados programas de computador, apontar POSSÍVEIS IRREGULARIDADES NO USO DE RECURSOS PÚBLICOS; PEDIR MAIS INFORMAÇÕES E SUGERIR INVESTIGAÇÕES POSTERIORES PELOS ÓRGÃOS COMPETENTES. O Min. Jorge Hage já se queixou, publicamente e por diversas vezes, das limitações a seu trabalho e de somente serem previstas penas pecuniárias e de afastamento de funcionários corruptos. A respeitabilidade que, mui justamente, alcançaram, entretanto, parece estar provocando (em muitos dos seus membros) uma certa embriaguez de poder e, nesses casos, as primeiras vítimas costumam ser os cuidados éticos, pois começam a achar que detêm o monopólio do interesse público. Por isso, tudo lhes seria permitido. Essa é a origem da relação promíscua que al guns membros do CGU desenvolveram com órgãos de imprensa, repassando-lhes dados muito preliminares para serem usados de acordo com a ocasião: quem sabe a moda da época…a temperatura ambiente…ou os caprichos da emissora? Como todos sabemos, esse tipo de divulgação corresponde, no imaginário popular, a um PRÉ-JULGAMENTO DE CULPABILIDADE. Em terras onde se tenta lutar pelo sigilo de justiça (em certos casos, pelo menos) fazer acusações e alarde a partir de dados preliminares é de uma irresponsabilidade sem par…. Quer dizer, no caso, a irresponsabilidade foi EM PAR. A Globo e a CGU vão dividir essa responsabilidade. Espero muito que, na CGU, já se tenham dado conta do que fizeram.

Além disso, aquela mesma embriaguez de poder costuma transformar pessoas que buscam a moralização dos serviços públicos, em verdadeiros JUSTICEIROS. Pensam estar ajudando a Justiça, mas o que promovem são “JUSTIÇAMENTOS MORAIS“. Passam, muito rapidamente, de investigadores de INDÍCIOS, a inquisidores, à maneira de alguns “TORQUEMADAS e SAVONAROLAS de araque”, pois fazem queimar, em praça pública, seres morais e reputações. Justiceiro por justiceiro, até Lampião se sentia um. É uma boa roupagem (um leve “verniz moral”) para disfarçar tendências altamente perversas e cruéis. Tornam-se pessoas tão perigosas quanto aquelas que dizem perseguir. Isso, na melhor das hipóteses, uma vez que essa TRAN SMISSÃO ILEGAL DE DADOS pode envolver uma boa dose de vaidade. E os “sonantes” e os “contantes”!? Não! É uma “regra de ouro”: a imprensa nunca paga por informações. Deixando esse tipo de ouro de fora, há muitos outros não contábeis, como: tráfico de influência, troca de favores, negociação de notinhas em colunas e tantas outras. Cuidado, Min. Hage, com essas relações perigosas! O Senhor é responsável também pela conduta de seus próprios funcionários. Há muitas formas de corrupção de valores morais e nós temos que estar atentos a todas elas.

Que a GLOBO tenta fazer do RIO uma espécie de “curral global”, ninguém duvida. Suas promoções, como o show de natal de R. Carlos—quando fechou Copacabana até para entrada de seus próprios moradores: SUPREMO ABUSO!—e o Rock in Rio (“é o cacete!”, como diz um dos seus colunistas)—que também bloqueou ruas para moradores e desviou sua água—são exemplos candentes dessa prática. Por contraste, em julho 2011, associou-se a um  pequeno grupo de moradores de S. Teresa e conseguiu bloquear, na Justiça, um inocente festival de músicos amadores, espalhados por suas praças, sob alegação de riscos de “distúrbios e incômodos”. Pois bem, a ÚNICA INSTITUIÇÃO QUE PODE OFERECER RESISTÊNCIA A ESSE PROCESSO É A UFRJ. Este blog tem tentado desempenhar esse papel. De minha parte, e mesmo sabendo não ser muito prudente para um psiquiatra citar Napoleão, digo com ele: “SE ESTOU CERCADO, ATACO!”. A questão é: vamos nos comportar como uma manada assustada pela ronda dos predadores, ou vamos lançar mão de todos os nossos recursos legítimos para sair da posição defensiva?

As mentalidades imperiais não gostam de identificar, por perto, algum outro poder insubmisso. Talvez por isso, a Globo não tem perdido uma oportunidade sequer para nos atacar. Até a propósito do incêndio no HPErnesto, disseram: “contrariamente ao Hospital do Fundão, o P. Ernesto estava recém reformado e tudo estava funcionando bem!” (o que foi, no dia seguinte, desmentido por um funcionário). Agora, estão dando enorme divulgação a uma acusação pouco crível de xingamento a aluna** por parte de uma professora (e sem ouvir a outra parte).“DELENDA CARTAGO” (Destruam Cartago!), frase muito repetida por Catão em ROMA, pois, sendo o mediterrâneo uma espécie de “curral romano”, não poderiam admitir que crescesse um outro poder do outro lado do mar***. Não somos Cartago, mas estamos de posse de algumas das áreas mais cobiçadas no mundo. Isso sem contar com o nosso imenso patrimôn io cultural, respeitabilidade nacional e internacional, além do PODER DE CRÍTICA, é claro.

LIBERDADE DE EXPRESSÃO? COMECEMOS PELA DOS JORNALISTAS!

Vivemos em um mundo semi-escravizado pela GMíd Internacional. Conforme todas as pessoas que transitam no meio sabem, TUDO NOS JORNAIS É PAUTADO: da política à economia; das colunas sociais às de “opinião”; do futebol à cultura. Isso significa: os primeiros a perderem sua liberdade de expressão foram os próprios jornalistas. Funcionam hoje como tipos variados de“Muppets” que lêem, escrevem e falam segundo uma pauta pré-determinada (ver neste blog “Grande Mídia ou Grande Mal?”). Quem leu, viu ou ouviu, nos grandes órgãos de imprensa, alguma notícia sobre a Revolução Sem Sangue que está em curso na pequena Islândia? Seu povo simplesmente decidiu, em PLEBISCITO, não mais pagar dívidas aos banqueiros internacionais; dissolveu o parlamento, votou nova Constituição e… (Desculpem, mas eu mesmo não me sinto tão informado, apesar de ler muitos jornais). D iante disso, quem pode continuar a falar de “liberdade de expressão”, sem falar também no DIREITO DE SER INFORMADO? Seria algo semelhante a ficar falando em PAZ, sem falar em JUSTIÇA SOCIAL. Nos dois casos, o que está em jogo é apenas uma defesa de privilégios.

COMO MARTIN LUTHER KING, EU TAMBÉM TENHO UM SONHO!

O direito à informação, e à discussão dos maiores temas, do mundo e da POLIS, é algo tão sagrado que não deveria ser monopólio de GOVERNOS (como na Coréia do Norte, Irã e outros), nem de GRANDES CORPORAÇÕES (é preciso citar?), necessariamente voltadas à defesa de seus próprios interesses (que costumam ser contrários aos da sociedade em geral). Como fazer? Quem sabe, um dia, não serão criados—inspirados na AUTONOMIA UNIVERSITÁRIA—órgãos de informação não vinculados aos GOVERNOS, nem a eles submetidos; com seu próprio corpo de funcionários admitidos sempre através de concursos públicos? Quem sabe, um dia, isso não poderia ser previsto na Constituição, implicando SEMPRE uma AUTONOMIA EM RELAÇÃO AOS GOVERNOS? Quem sabe, também, não brotaria algo do gênero a partir das próprias universidades?

Meus amigos! Meus inimigos! Esse é apenas um devaneio quase lúdico e não muito responsável, no sentio da consequência,pois não sou nenhum profissional da área. Como, entretanto, eu aprendi que foi a partir desse estado de espírito que se geraram algumas das maiores idéias da humanidade—mas também as maiores tolices—aí vai o registro. Talvez, um dia (quem sabe?) possamos dizer à Globo: “VIERAM BUSCAR LÃ E SAÍRAM TOSQUIADOS!”? De uma coisa, estou certo: somente a partir da aplicação do mesmo princípio que levou à AUTONOMIA UNIVERSITÁRIA, como uma política de ESTADO, haverão de ser bem encaminhadas as grandes questões das diversas nações e culturas.

*Muito desonesto, também, é misturar assunto tão grave com as “gorduras do Ronaldo” em um programa de variedades e, com isso, ir sujando biografias. Há quem considere a “caixa de gordura” mais nojenta do que o esgoto.

**Nessa, “O Globo” vai se dar mal. O prazer de atacar a UFRJ parece tão grande, que se precipitaram. Não se deram conta de que o envolvimento de uma instituição estrangeira cria, necessariamente, um avaliador neutro e com total credibilidade. Ou seja, não restará aquela nebulosidade da “palavra contra palavra” de que tanto gostam.

***Com isso, desencadearam a terceira Guerra Púnica (150 aC) e destruiram—depois de salgar até seu solo—a cidade que teimava em renascer.

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