Arte e Cultura

WASHINGTON, LONDRES, RIAD: EIS O “EIXO DO MAL”!

(Do Iraque à Síria, só intervenções desastradas e desastrosas)

Márcio Amaral

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O que dizer do bombardeio de um hospital dos "Médicos Sem Fronteiras" no Afeganistão pelos EUA? Prolongou-se por quase 2hs, apesar de TODOS terem as suas coordenadas. Dessa vez, o CINISMO foi total e o "Dano Colateral" sua máxima expressão. É assim que tratam a vida humana. Não nos enganemos: tudo leva a crer que foi intencional. Funciona assim: "quem não está do nosso lado, é inimigo. Bomba neles". Os MSF talvez sejam hoje o maior elemento crítico dos absurdos por lá cometidos. Até os Talibans estão parecendo mais humanos.
O que dizer do bombardeio de um hospital dos “Médicos Sem Fronteiras” no Afeganistão pelos EUA? Prolongou-se por quase 2hs, apesar de TODOS terem as suas coordenadas. Dessa vez, o CINISMO foi total e o “Dano Colateral” sua máxima expressão. É assim que tratam a vida humana. Não nos enganemos: tudo leva a crer que foi intencional. Funciona assim: “quem não está do nosso lado, é inimigo. Bomba neles”. Os MSF talvez sejam hoje o maior elemento crítico dos absurdos por lá cometidos. Até os Talibans estão parecendo mais humanos.

O Pres. da Turquia, Erdogam, não é uma referência lá muito boa no que se refere ao espírito democrático, mas quando os EUA e Israel ameaçavam bombardear o Irã—sob o pretexto de que estariam construindo uma bomba atômica—disse uma frase lapidar: “Os EUA são mestres em provocar o caos em todos os lugares. Depois vão embora e o caos fica para os países da região resolverem“. E assim, em uma aliança muito improvável e boa com o Brasil, a Turquia conseguiu evitar que o mundo entrasse em um conflito ainda maior do que o atual. O Irã não aceitaria passivamente, como a Síria, intervenções israelenses. E o barril de petróleo chegou, naquele momento, a mais de 110$. Era uma antevisão da catástrofe. Hoje, visto em perspectiva, quem pode duvidar de que seria a mais irresponsável conduta de um país para com outro, nas últimas décadas? Suas consequências poderiam superar até as da invasão do Iraque. Depois…a desculpa das “armas de destruição em massa” já estava tão velha e ultrapassada! Aliás, o que mais está gritando aos nossos ouvidos, em toda essa situação dos refugiados, é o silêncio dos maiores responsáveis pelo problema (EUA e GBR). Bom sinal! Então, há uma chance.

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Mas foi o Min do Exterior da Espanha (Garcia-Margallo, TV Espanha, talvez falando por A. Merkel) quem deu a senha para o entendimento do que se passou e está passando na Síria: o ocidente teria que reconhecer a inevitabilidade de entrar em negociações com B. Al Assad. TRADUÇÃO:

1- os EUA apostaram tudo (a vida e o país dos outros) para derrubá-lo;

2- tentaram arrastar até a Rússia para um acordo nesse sentido;

3- Assad e os que o apoiam demonstraram mais capacidade de luta do que esperavam, resistindo a todas as investidas promovidas pela A. Saudita* (através do EI e outros grupos terroristas por ela financiados);

4- o país foi destruído e as pessoas estão fugindo;

5- a Rússia continua dando total apoio a Assad, LOGO, alguém vai ter que ceder. Tomara que os países europeus consigam enquadrar um pouco os EUA e a OTAN, da mesma maneira como conseguiram abrir negociações na Ucrânia. Os russos são horríveis, quando se trata de democracia, direitos civis, etc. mas nas guerras (exceto no Afganistão), não costumam perder.

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OS “PAÍSES CENTRAIS” DESTRUINDO A “PERIFERIA”!

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Era uma vez um “Trapalhão na Casa Branca”! Até sua chegada ao poder, o O. Médio equilibrava-se muito precariamente entre duas forças “irmãs e fratricidas”: de um lado, os XIITAS (Irã, Síria, Líbano e outros); de outro, os SUNITAS (A. Saudita, Iraque, Iêmen e outros). O “Trapalhão” era aliado dos SUNITAS, mas se decidiu a agir contra um governo também SUNITA* (Iraque). E não é que esse país caiu no colo dos inimigos, os XIITAS. E SE FEZ O CAOS em vez da luz! Riad nunca aceitou essa “trapalhada-Bush”. Por isso, como um jogador de “WAR”, resolveu conquistar territórios dos inimigos para contrabalançar o perdido. E a Síria foi a escolhida. Sua fronteira com Israel facilitou o envolvimento deste, e então, foi implementada uma pouco provável tríplice aliança: EUA, A. Saudita e Israel. Para isso, valia tudo, até destruir um país, criando todas as condições para que abandonassem a terra onde nasceram. Tem gente que olha a vida como um “jogo de WAR”!

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camer

NOTA-1: “J. KERRY IN LONDON”.

Do “cara de massa de pastel” acompanhado de uma espécie de “recheio”, o “cabeça de Cameron”: “Precisamos de algum acordo para a saída de Al Assad…Não é preciso marcar data, etc.”. TRADUÇÃO“Socorro! Uma saída honrosa, por favor! Nossos aliados (europeus) se deram conta do mal que fizemos e agora cobram um desfecho! Rússia, Irã…Por favor! MINTAM, se necessário, mas digam que vão “estudar a saída de Assad”, etc. Não somos bons de reconhecer erros graves. Nós não sabemos o que é HUMILDADE!”. E Obama recebeu o Nobel da paz! Alguém poderia também dizer a ele que ASSAD, não vai esquecer de morrer…Um dia, pelo menos.

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filmeNOTA-2: HOLANDE, UM CÔMICO NO PALÁCIO DO ELISEU

Se Tony Blair foi chamado de o “Poodle de Bush”, F. Hollande pode ser chamado o “Totó de Obama”. Enquanto a Alemanha afirma que, para que se resolva a situação é preciso que todos os atores participem das discussões, Hollande, querendo se tornar o maior aliando americano no continente, foi à ONU dizer o oposto, não sem antes fazer uma incursão aérea sobre a Síria, contrária o direito ao direito internacional. RESULTADO: “brincando” de bombardear, criou as condições para que Putin (por solicitação do gov. Sírio) entrasse e bombardeasse “prá valer”. “La France?! Ce n est pas un pays sérieux”.

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“A ORIGEM DO ‘E. ISLÂMICO…'” (PATRICK COCKBURN)

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“…Patrick Cockburn, correspondente do jornal The Independent no Oriente Médio desde 1991…Arábia Saudita, Turquia e Catar, rivais do Irã, começaram a armar a oposição para combater o ditador sírio…alinhado com o Irã….as armas e recursos enviados por potências estrangeiras acabaram caindo nas mãos de jihadistas: Al Nusra e o EI! EUA, UE, Turquia, Arábia Saudita e Catar criaram condições para o surgimento do EI… Joe Biden: “A Arábia Saudita, a Turquia e os Emirados Árabes estavam muito determinados a derrubar Assad e provocar uma guerra por procuração entre sunitas e xiitas…Destinaram centenas de milhões de dólares e dezenas de toneladas de armas a qualquer um disposto a lutar contra Assad: Al-Nusra e Al -Qaeda e extremistas da jihad vindos de outras partes do mundo“. Os maiores patrocinadores da jihad no mundo, Arábia Saudita e Paquistão, nunca foram confrontados pelos EUA, que os mantêm como aliados…disseminam o wahabismo…que deu origem ao fanatismo da Al Qaeda e do EI….A ‘wahabização’ da corrente principal do islã sunita é um dos movimentos mais perigosos da nossa era”, conclui o jornalista.” (trechos de resenha por PATRÍCIA CAMPOS E MELLO (FLSP-6/9)

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*Há um acontecimento inicial sobre o qual ninguém tem se debruçado: a invasão do Kwayt por S. Hussein e a “Guerra do Golfo” que a sucedeu. “Bush velho” e C. Powell cometeram o maior erro que se pode cometer um uma “guerra de punição”: deixaram Saddan no poder, acreditando que ele cairia pela ação do seu próprio povo. Deve ter sido um primeiro acordo com a A. Saudita. Muito “freudianamente”, o“Bush infantil” teria tentado superar o pai, “completando” o seu serviço. Embora haja aqui humor e um certo deboche, confesso que o digo a sério. Nos confrontos e guerras “shakespearianos” esses eram fatores de peso. Somente em um país muito atrasado—e alguém duvida do atraso do povo americano, alimentado por um narcisismo insanável?—coisas do gênero podem acontecer.

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